segunda-feira, 31 de março de 2008

Hoje na campanha:

- Hillary Clinton e Barack Obama, na Pensilvânia, falam da economia (Clinton propôs um novo corte fiscal para a classe média), coleccionam superdelegados (aqui a interessante explicação da senadora Amy Klobuchar para o seu apoio a Obama), e deixam o resto do país a discutir como é que se sabe quem vai à frente na corrida...*

- John McCain, no Mississippi, dá início à sua "rota da saudade", na qual visitará os locais importantes da sua vida, para assim se dar a conhecer melhor aos eleitores.


* a propósito, aqui estão os números da sondagem diária da Gallup

sábado, 29 de março de 2008

Bill

A campanha Clinton não dá sinais de ceder à crescente pressão para desistir da corrida. Esta é a última correspondência, desta vez assinada por Bill Clinton, provavelmente o mais "qualificado" para repetir o novo slogan da campanha -- "Desistir não está no ADN desta família".

"Dear Xxxx,

Here's the most important thing you need to know about this race: it's neck-and-neck.

Only 130 delegates separate Hillary from Senator Obama -- and that's not counting Florida and Michigan. The difference in popular vote is less than 1 percent, and millions of voters have yet to make their voices heard. This election should be about their choice.

But now we're hearing people -- elected officials, party members, and Obama campaign surrogates -- call for Hillary to pull out.

With the race this close, it sure doesn't make sense to me that she'd leave now -- does it make sense to you?

There's no better way to tell Hillary that you support her staying in than to make a contribution to her campaign -- and no better time to contribute than right now.

We're facing a big deadline on Monday. Our opponents and the media will scrutinize our fundraising reports and look for any sign of weakness. By making a contribution today, you can help make sure we show nothing but strength.

Contribute by our midnight Monday deadline to help us show our strength.

I know that Hillary never forgets exactly why she is running. Her commitment to the people of this country never wavers.

At this critical moment, all of us supporting Hillary must make sure we are just as focused as she is. With all the talk of the state of the race, all the people telling her she should just give up, you and I must make sure she has everything she needs to stay in this race.

With our big fundraising deadline coming up midnight Monday, we need to show the critics and the doubters that this campaign is running full steam ahead with the determination to win.

Contribute now to help us reach our $3 million goal by midnight Monday.

My family isn't big on quitting. Hillary's in this race to win, and she's in it thanks to you.

Sincerely,
Bill Clinton"

sexta-feira, 28 de março de 2008

Chelsea

Chelsea Clinton, uma das figuras que os blogues norte-americanos mais gostam de satirizar, recusa-se a responder às perguntas dos jornalistas enquanto faz campanha pela mãe. Na quarta-feira, a jovem de 28 anos protagonizou um dos mais comentados "casos do dia" ao repudiar a questão de um universitário que participava numa reunião de apoio à candidatura de Hillary Clinton, e que queria saber a opinião de Chelsea sobre a forma como a sua mãe tinha gerido o escândalo Lewinsky. Hoje foi mais benevolente, e não deixou sem resposta um outro interlocutor: "A pergunta é se eu acho que a minha mãe será melhor presidente do que o meu pai? Bem, eu já não tomo nada como certo (...) mas sim, acredito que ela será melhor".

Issue #1

Do meio-dia à uma da tarde, a CNN tinha um programa chamado "Your World Today", o único buraco da grelha ocupado (quase) exclusivamente com o noticiário internacional. Em Fevereiro, nesse mesmo horário, apareceram os candidatos "Unplugged" -- transmissões em directo, e sem comentários, das acções de campanha dos concorrentes à Casa Branca. E agora temos o "Issue #1", só sobre economia.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Divisão dos democratas dá vantagem a McCain

As últimas sondagens vêm dar um carácter científico àquilo que é óbvio mesmo para o observador mais desatento: o endurecimento do combate entre Hillary Clinton e Barack Obama pela nomeação está a dividir e extremar os eleitores democratas, e a favorecer as hipóteses do seu adversário republicano John McCain na votação de Novembro.Como se previa, o entusiasmo inicial dos democratas com os seus candidatos está a degenerar para o desconforto e o descontentamento à medida que a campanha avança num tom cada vez mais negativo. Os números revelam que, pela primeira vez, os partidários democratas começam a ter uma visão mais desfavorável do que favorável dos seus políticos -- especialmente de Hillary Clinton, que reúne agora mais opiniões negativas (48 por cento) do que positivas (37 por cento).
Um outro número deveria assustar os dirigentes democratas mais do que a antipatia pessoal dos seus candidatos: 20 por cento dos eleitores fiéis a Hillary e Obama disseram que se passariam para a campanha do republicano John McCain no caso de seu candidato perder a nomeação. Talvez por isso, já perdeu interesse a história dos "Obamacans" [Republicans for Obama]; a graça do momento são os "McCain-ocrats" (em breve escreverei sobre o McCainismo, nova corrente ideológica que parece estar a ser forjada com a candidatura do senador do Arizona).
No confronto nacional, os diferentes inquéritos apontam desfechos muito diferentes. A sondagem do dia do Wall Street Journal/NBC News coloca Obama ligeiramente à frente de McCain (44 contra 42 por cento) e McCain ligeiramente à frente de Hillary (46 contra 44 por cento).
Ontem na televisão, alguém comentava que já só a comunicação social parece comprar o argumento da campanha Clinton que diz que a corrida ainda continua competitiva e que depois de uma vitória no estado da Pensilvânia, a senadora de Nova Iorque será (inevitavelmente) catapultada para a nomeação.
Não é nada que não se tenha assistido antes, como lembra o The New Republic, a propósito da luta Carter/Kennedy que animou a Convenção Democrata de 1980.
Mas - de novo - as sondagens, como por exemplo a última do Pew Research Center, parecem confirmar como a história pode estar prestes a repetir-se: se calhar, o público já interiorizou que com mais estados, mais delegados eleitos directamente e maior votação popular, a nomeação pertence a Obama.

Mike Gravel vira libertário

Ninguém se lembra, mas o antigo senador do Alaska, Mike Gravel, não desistiu da sua candidatura presidencial. O político septuagenário anunciou, porém, que desistiu do Partido Democrata, e que lutará pela nomeação do Partido Libertário (o mesmo que poderá vir a acolher Ron Paul).

quarta-feira, 26 de março de 2008

Mark McKinnon

Numa cândida entrevista à revista Texas Monthly, Mark McKinnon, o conselheiro para os media e um dos principais estrategas da campanha do senador republicano John McCain, confirmou que abandonará o cargo se Barack Obama vencer a nomeação democrata. Apesar de discordar fundamentalmente das suas opiniões políticas, McKinnon diz que tem demasiado respeito pelo político do Illinois e que acredita que a sua candidatura representa algo de histórico para o país -- de tal maneira que jamais se veria em posição de produzir um anúncio negativo contra ele. Já quanto a atacar Hillary Clinton, não tem a mínima dúvida: "Absolutamente, fá-lo-ia num minuto". Para muitas outras opiniões — e alguns factos — interessantes, ler aqui a antecipação.

Chuva de estrelas

Para quem quiser rir um bocadinho, aqui ficam os últimos sucessos musicais featuring os candidatos presidenciais

*"Raining McCain", pelas esforçadíssimas McCainGirls

*"La pequeña Hillary", sem comentários -- a não ser que também dá para chorar

Primos entre pares

As coisas que ficamos a saber sobre os candidatos à Casa Branca graças a três anos de investigações da New England Historic Genealogical Society:
- Barack Obama partilha antepassados comuns com cinco antigos Presidentes americanos, com o actual Presidente George W. Bush e ainda com o Vice-Presidente Dick Cheney;
- John McCain é primo afastado da Primeira-Dama, Laura Bush
- A ascendência canadiana de Hillary Clinton relaciona-a com Celine Dion e Alanis Morissette
- E a melhor de todas: num dos ramos da árvore genealógica de Obama está Brad Pitt, e na de Hillary Clinton está Angelina Jolie.

Palavra de honra que não estou a inventar.

terça-feira, 25 de março de 2008

Clinton e Obama até 2020?

A história é divertida e [arrepios!] ao mesmo tempo muito séria. A revista Slate descobriu uma fórmula legal que permite a Hillary Clinton e Barack Obama concorrerem juntos à Casa Branca e alternarem no seu papel de Presidente... até 2020!
É uma hipótese académica, mas constitucionalmente possível: de acordo com a 25ª emenda, aprovada em 1967 depois do assassinato de John F. Kennedy, o Presidente pode decidir, unilateralmente, transferir o poder para o seu vice-presidente. O que a Slate propõe é um novo uso criativo dessa prerrogativa. Na Convenção Democrata, os dois candidatos anunciariam apresentar-se num ticket conjunto — um sonho para os eleitores democratas e um pesadelo tanto para Hillary como para Obama —, com uma pequena nuance: aquele que liderasse o boletim serviria como Presidente nos primeiros três anos do mandato, e trocaria de posição assumindo a vice-presidência no quarto ano. Na reeleição, seria o antigo vice (depois de cumprir um ano como presidente) a encabeçar a candidatura, voltando à posição inicial depois de três anos de mandato. Dessa forma, estaria garantido a ambos um mandato de quatro anos como presidente.
Diz a revista que a "beleza" da proposta é que Hillary e Obama poderiam perpetuar-se no poder nos próximos 16 anos sem desrespeitar a Constituição, que estabelece que nenhum candidato a presidente pode cumprir mais do que dois mandatos. Mas o texto também começa por avisar que ninguém leva a sério a possibilidade destes dois candidatos democratas se juntarem no mesmo ticket -- até porque se não o fizesse, não seria jornalismo.

Bloco de notas

- Hillary Clinton falou sobre a economia, num longo discurso recheado de planos e propostas para acabar com a crise do mercado imobiliário -- só que ninguém reparou

- John McCain acusou os democratas de estarem "em negação" sobre o Iraque: "Os meus opositores recusam-se a perceber o que está a acontecer, e que é os Estados Unidos estão a vencer"

- Os apoiantes de Hillary e Obama continuam a entreter-se com acusações e insultos -- Bill Richardson foi comparado a Judas, o incidente do "vestido azul" foi recuperado dos baús e até o espectro do McCarthismo serve para recolher fundos para as campanhas
- Barack Obama foi descansar para as Ilhas Virgem Americanas

segunda-feira, 24 de março de 2008

4000 soldados americanos mortos no Iraque

A morte de quatro soldados dos Estados Unidos num ataque à bomba na zona sul de Bagdad fez subir para mais de 4000 o número de efectivos do exército americano que perderam a vida no Iraque.
A rádio pública NPR acaba de publicar uma interessante e útil cronologia das posições dos diversos candidatos presidenciais sobre a guerra do Iraque.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Apoiantes de Obama podem votar... McCain

Um amigo recentemente regressado dos Estados Unidos contou-me um longo almoço que teve com dois jovens apoiantes - ferverosos apoiantes - de Obama. Pontos principais a reter: para esses eleitores o principal motivo porque defendiam Obama é por este transmitir a imagem de que pode acabar com o ambiente de guerra fratícida que se vive em Washington e que tem envenenado a política americana. Mais do que o seu discurso de "esperança", a sua esperança é que o senador do Illinois, se eleito, acabasse com o clima irrespirável que se vive no Capitólio. Em nome disso até abdicavam de discutir em detalhe as suas propostas políticas.
"E se Obama não for candidato, votam em Hillary?", perguntou-lhes esse meu amigo. "Não", responderam ambos. Porquê? Porque os Clinton são vistos como estando entre os principais responsáveis pela guerra sem quartel entre democratas e republicanos. E se ela tendia para a abstenção, ele já tinha optado: "Se Obama não for o candidato democrata, voto McCain".
Devo dizer que esta conversa não me surpreendeu. Um casal americano que muito aprecio, velhor liberais da Costa Leste, haviam-me dito, no Verão passado e quando ainda pouco se falava de Obama, que se Hillary fosse a candidata dos democratas e McCain o dos republicanos, também votariam neste último e exactamente pela mesma razão. Na altura julguei que o argumento era tão sofisticado politicamente, resultava de uma análise tão fria, que não deveria haver muitos americanos a partilhá-lo. Agora vejo que não. Ou, para ser mais exacto: agora vejo confirmada uma das explicações que tenho vindo a procurar para as sondagens que dão Hillary a perder para McCain, mas este a perder para Obama.
Mais: um outro amigo que regressou recentemente de uma viagem de estudo aos Estados Unidos em que ficou vários dias a viver em casas de cidadãos comuns tem insistido comigo que nunca vira tanta gente odiar tanto um político como algumas das famílias com quem esteve odiavam Hillary. Ele veio mesmo convencido que muitos republicanos que torcem o nariz a McCain e podiam ficar em casa na eleição de Novembro nunca deixarão de votar se isso for necessário para impedir que a senhora Clinton chegue à Casa Branca.
Não surpreende pois que haja republicanos a votar por Hillary nas primárias democratas: tê-la como adversária dá-lhes a esperança de que podem conservar a Casa Branca...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Seis semanas

Desde o arranque da época das primárias, no início de Janeiro, nunca os candidatos tiveram tanto tempo para fazer campanha num único estado como terão agora. Nestas seis semanas que faltam até à votação da Pensilvânia, o combate democrata, já bem durinho nesta altura, deverá azedar ainda mais. Como comentava um amigo meu, os dois candidatos (talvez sem se dar conta) podem até ter ultrapassado o turning point, e correm o risco de ver o apoio e entusiasmo do eleitorado com o carácter histórico da corrida esfumar-se para um profundo desagrado com o tom tóxico que se começa a adivinhar.
O factor tempo, que tem funcionado a favor de Barack Obama, parece desta vez jogar a favor de Hillary Clinton, cuja candidatura, apenas há duas semanas, tinha sido vaticinada ao fracasso. A campanha Clinton prometeu endurecer os ataques ao seu opositor -- e um primeiro sinal de como o tempo não é de tréguas foi que a candidata não afastou a antiga candidata à vice-presidência Geraldine Ferraro, sua directora financeira, depois das suas declarações vagamente racistas (para a frustração de Barack Obama).
Um outro factor de perturbação tem a ver com o imbróglio relativo aos delegados do Michigan e da Florida, que a campanha de Hillary insiste em sentar na Convenção Nacional mas para os quais o comité do partido continua sem solução. Os dois estados foram castigados por anteciparem a data das respectivas eleições para antes da Super Tuesday (a primeira!), e a campanha foi proibida: no Michigan, só o nome de Hillary apareceu nos boletins de voto.
E quanto mais tempo os dois democratas prolongarem a sua luta fraticida, mais poderá descansar o candidato republicano John McCain. O veterano senador está de partida para o estrangeiro, para uma semana de contactos internacionais com líderes políticos no Médio Oriente e Europa -- que é também para onde eu viajo, na esperança de uns dias de descompressão. Estaremos todos de volta no dia 23.

De quem falamos

Quando falamos de "momentum", agora que Barack Obama ganhou no Mississippi?

terça-feira, 11 de março de 2008

"É como encontrar a paz nos Balcãs"...

... suspirava há pouco a repórter da CNN, Candy Crowley, sobre Hillary e Obama e a possibilidade de sentar os delegados da Florida e do Michigan, que foram abolidos da Convenção Nacional Democrata em retaliação por terem desrespeitado o calendário estabelecido para as primárias pela cúpula do partido: "É preciso uma solução que satisfaça os dois candidatos, os dois estados, o comité democrata, ..."

segunda-feira, 10 de março de 2008

Eavesdropping*

Dois amigos conversavam sobre a possibilidade de um ticket democrata com Barack Obama e Hillary Clinton, à saída do filme Vantage Point, sobre uma tentativa de assassinato do Presidente dos Estados Unidos durante uma cimeira internacional:

- É por isso que Obama tem de ser o primeiro nome do boletim... Se alguém o matar, ficamos com Hillary como presidente. Se a matarem a ela, ficamos com a histérica da Nancy Pelosi [speaker do Congresso]...
- Sim, na categoria de dona de casa desesperada preferia a Eva Longoria!



* hábito de escutar atrás das portas

sábado, 8 de março de 2008

McCain pouco popular na "Bushlândia"

Antes de vir embora do Texas, passei por Crawford, uma pequena localidade que nem tem 800 habitantes mas que é internacionalmente conhecida como a morada da "Casa Branca do Oeste" por causa do rancho de George W. Bush. O dia estava bastante feio, com chuva e vento, e as ruas completamente desertas. A cidade percorre-se em dez minutos: como a maior parte das cidades americanas, é uma sucessão de quarteirões perfeitamente quadriculados -- é nos cruzamentos que se posicionam os correios, os bombeiros, as igrejas, o pavilhão gimnodesportivo, a estação de gasolina. No miolo, há moradias e mais distantes, com discretas entradas a meio da estrada, ficam os ranchos. A combinação de paisagem e povoação não é bonita nem feia; o lugar é simplesmente indistinto, incaracterístico e desinteressante.
Uma loja de "souvenirs" exibia um gigantesco letreiro na porta — "Yes, we're Open" [Sim, estamos abertos] — que parecia ter sido desenhado de propósito para desmentir uma notícia recente do The Washington Post, que falava na falência do comércio de Crawford nesta fase de ocaso da Administração Bush.
Ao meio dia, o movimento concentrava-se na "Coffee Station" da bomba de gasolina, uma espécie de armazém que está dividido em mini-mercado e restaurante e onde é possível comprovar o ditado que diz que "tudo é maior no Texas" a cada prato que sai da cozinha. Melanie, de 18 anos, pisca os olhos quando, denunciada pelo meu sotaque, explico que venho de Portugal. "Wow!", responde, impressionada -- por esta altura, já todos os comensais estavam envolvidos na conversa, falando da política e do seu político preferido, George W. Bush, claro, que aliás está representado em dois retratos de tamanho natural, recortados em papelão e disponíveis para quem quiser fazer-se fotografar ao lado do Presidente.
"Ele é o tipo mais simples e simpático do mundo. Nunca deixa de nos cumprimentar e responder às nossas perguntas", conta Donald, um agricultor de milho e aveia, que vende para destilarias. Se foi um bom Presidente? "Acredito que ele faz o melhor que pode. E se formos a ver, os Presidentes nem têm assim tanto poder, tudo o que eles querem fazer tem de passar pelo Congresso de qualquer maneira... Mas sim, se pudesse, voltaria a votar nele", informa.
Donald nunca votou por alguém que não fosse indicado pelo Partido Republicano, e "provavelmente" votará por John McCain em Novembro, sem esconder contudo que o faz contrariado. "Não posso dizer que goste dele, não gosto. Ele é um arrogante. Mas enfim, nunca votaria por um democrata", explica. "Nunca por uma mulher e menos ainda por um negro", acrescenta Darley, que trabalha para a companhia eléctrica local e que também se desfaz em elogios de Bush. "A imprensa é que gosta de o ridicularizar, estão sempre a dizer que ele é um tonto, que não sabe falar. Pois eu digo-lhe: ele fala muito bem, ele fala da maneira que é precisa para nós o compreendermos. E se a gasolina está quase a quatro dólares, não é culpa dele", observa.
Garry, um produtor de gado para rodeos, é o único que torce ligeiramente o nariz a Bush. "Ele foi muito bom depois do 11 de Setembro, e conseguiu que o nosso país nunca mais fosse atacado. Isso para mim é o mais importante. E é por isso que lhe desculpo algumas coisas, porque a verdade é que a vida piorou nos últimos anos...", admite. A segurança nacional é a única razão porque vai votar em John McCain. "Pelo menos ele está a prometer que vai continuar a lutar contra os terroristas", diz. De resto, o candidato republicano não o entusiasma. "É muito imprevisível. Ninguém no partido gosta dele. E além disso é muito velho", continua. "E a mulher dele, toda repuxada?", interrompe Garry. "Já alguma vez viu a senhora Bush?", pergunta. "Ela sim, é uma beleza".

sexta-feira, 7 de março de 2008

Bloco de notas

Isto está a ficar feio:
- A campanha de Hillary Clinton compara Barack Obama ao antigo procurador-especial Kenneth Starr, que investigou o escândalo Monica Lewinsky até à exaustão e conduziu o processo de destituição de Bill Clinton;

- A assessora de Obama para a política externa, Samantha Power, demite-se depois de descrever Hillary Clinton como um monstro.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Reuters "Road to the Election"











Hillary Clinton ganha Texas e Ohio

Está acabada a segunda Super Tuesday.

Como se conta uma vitória?

As vitórias de Hillary Clinton em Rhode Island e Barack Obama no Vermont não alteraram em nada a contagem de delegados -- os dois alcançaram exactamente o mesmo número e apenas acrescentaram três cada um à anterior contagem. No Ohio Hillary poderá ter recuperado entre cinco a nove delegados ao seu adversário. A complicação é o Texas. A senadora poderá vencer o voto popular e mesmo assim perder o número de delegados. Os resultados dos caucus poderão ser conhecidos apenas na próxima terça-feira.
Nesta fase do campeonato, o que conta mais: os golos marcados ou a vitória moral?

Starbucks

Hillary disse que uma apoiante enviou 10 dólares (dois cafés no Starbucks) para os cofres da sua campanha. Obama responde que recebeu 3 dólares e um cêntimo de uma apoiante sua. Por este caminho as campanhas poderão dispensar os cerca de 80 milhões que conseguiram obter só no mês de Fevereiro.

Obama, mas..

Entre Obama e Hillary, prefiro Obama. Mas não tenho paciência para a sua demagogia em relação ao Iraque. No discurso que acaba de fazer, diz que McCain propõe “mais um século de guerra” no Iraque. Mente. McCain afirmou que tropas americanas poderão permanecer mais cem anos no Iraque se – e o “se” faz toda a diferença – se verificar um cenário semelhante ao que se vive na Coreia ou na Alemanha. Ou seja, forças militares podem permanecer desde que não haja combate e baixas. Não serão, portanto, os “cem anos de guerra” de Obama. Um candidato com os méritos e talento de Obama pode dispensar a demagogia e a mentira.

Obama ainda favorito

John McCain e Hillary Clinton não deviam subestimar o meu discurso de mudança, avisa Barack Obama.

Que diz Bill?

Bill Clinton disse que Hillary terá de ganhar no Ohio e no Texas. Caso contrário, a nomeação é de Obama. Amanhã veremos o que dirá Slick Willy.

Texas

Ainda não sabemos o resultado. Mas Hillary precisa de uma vitória expressiva. Parece que não será esse o caso. Por isso, Obama manterá a vantagem na contagem dos delegados. Convém não esquecer o que está em causa.

Remake

Já vimos este filme. Depois do desastre do Iowa, Hillary ganhou um novo fôlego com a sua vitória no New Hampshire. Passado uma semana, perdia grande parte dos Estados que realizaram primárias na Super Tuesday. Agora, espera uma “nova dinâmica” que possa ainda evitar o inevitável. Mais cedo ou mais tarde a realidade impor-se-á.

Embuste

Comovente, a alegria de Hillary. Pelos vistos, contenta-se com pouco. Parece que está convencida que os resultados do Ohio são suficientes para evitar o naufrágio da sua campanha. Não são. No discurso que acaba de fazer, afirma que ganhou os grandes Estados, o que, aparentemente, significa que está em melhores condições para vencer McCain. Porém, o que Hillary não diz é que os Estados onde ganhou – Califórnia, Nova Iorque etc. – são, por norma, Estados democratas. Obama, em contrapartida, vence onde os democratas raramente triunfam nas presidenciais. Basta este dado para concluir que a candidatura de Clinton é um embuste.

E agora a pressão está do lado de Obama...

... que se prepara para discursar.

Carpe diem!

Hillary Clinton teve definitivamente o seu momento. As referências a Barack Obama não foram sequer subliminares, foram descaradas. No final do discurso, só Chelsea subiu ao palco.

Hillary

"This is a great night (...) and we're just getting started"

p.s. já estamos a organizar a excursão para as primárias de Puerto Rico!

The rising, by Bruce Springsteen

atenção que Hillary Clinton (com nova banda sonora) está a preparar-se para falar.

Lisboa retira-se...

... com um obrigado a todos os que alimentaram o blogue e aos cibernautas que nos estão a acompanhar. O Vasco e a Rita continuam a postar a partir dos EUA e as notícias estão de volta ao Última Hora daqui a um bocadinho.

ainda chove

Chove cada vez mais

Critério de vitória

Hillary Clinton recuperou uma parte do terreno perdido nos últimos dias e voltou a estar ligeiramente à frente de Barack Obama, segundo a Gallup. Mas, à partida, tinha vinte pontos percentuais de vantagem, num Estado onde o voto "latino" é significativo. Nos critérios de vitória é preciso contar o manque à gagner

Ohio: too little, too late

A campanha de Hillary Clinton ficou, desde o início, marcada pela arrogância. A senadora definiu-se como a “candidata inevitável”. A nomeação era-lhe, simplesmente, devida. Por isso, não entendeu a ameaça de Barak Obama. Não entendeu que o desejo de mudança era, também, um desejo de superar os vestígios do clintonismo. Não entendeu o espírito dos tempos. Não entendeu nada. Ohio: too little, too late.

Próximos eventos

Hillary sobrevive ao dia de hoje, e ainda mais se ganhar Texas, o que me parece provável. Seguem-se alguns estados que lhe são favoráveis:

Wyoming, 8 de Março: baixo rendimento médio ($38,000), 0,7% de população negra.
Indiana, 6 de Maio: 12% de sindicalizados.

Mas outros dois onde as coisas serão mais favoráveis a Obama:

Mississipi, 11 de Março: baixo rendimento médio, mas 31% de população negra.
North Carolina, 6 de Maio: 21,4% de população negra. Também não me parece.

E Pennsylvania, 22 de Abril, que vai ser renhido.

John McCain há-de estar satisfeito com os acontecimentos de hoje.

E daqui me vou de volta para casa. Obrigado a JMF e JPP pelo convite.

A win is a win is a win

Cá está: vitória no Ohio = nova narrativa.

(ver A gestão das expectativas)

Next stop

Pensilvânia, a 22 de Abril. Faites vos jeux...

Eu votei Hillary

Uma amiga republicana que vive no Texas acaba de me telefonar. Diz-me que votou em Hillary para prolongar a campanha dos democratas. Compreendo.

Adeus, e atá daqui a bocado na SIC-Notícias

Não vou poder esperar pelos resultados do Texas. Daqui por umas horas terei de estar na SIC-Notícias, para a revista de imprensa. Até já.

Ambos perdem

As regras das primárias do Partido Democrata privilegiam a proporcionalidade na escolha dos delegados. Significa isto que Hillary pode ganhar o Ohio e o Texas e perder na contagem dos delegados. É, aliás, provável que assim seja, pelo menos no Texas. Mas é preciso não esquecer que “it´s about the delegates”. Por outras palavras, não vejo como Hillary pode conquistar a nomeação. A menos que esteja disposta para fazer uma campanha “suja” contra Obama, como vez ao longo da última semana. Nesse caso, ambos perdem.

O candidato europeu

É a costela patrimonialista

Ohio

Para Clinton. Já está.

o candidato europeu

Mario Soares

Fiabilidade das exit polls, 2

Clinton tinha 52% na exit poll de Rhode Island. Vai com 59% dos votos, com 156 de 159 precints. As exit polls estão enviesadas a favor de Obama, mais uma confirmação. Isto dá pistas para Texas e Ohio.

Mais desastres de Hillary

No fundo, Hillary é demasiado parecida com o Presidente cessante. A fórmula "Bush-Clinton-Bush-Clinton" acertou em cheio e pode ter sido fatal. Ela e ele são dois rapazes da mesma geração, representam como ninguém o etablishment e vêm ambos de Yale

O candidato europeu

Ainda não encontrei nenhum "apoiante europeu" de Barack Obama do meu lado do Atlântico - em geral, o dirigentes politicos europeus votam em Hillary Clinton

Um mês e meio de pesadelo para os democratas?

Se, como a esta hora parece possível, Hillary Clinton vencer, para além de em Rhode Island, no Ohio (o que ácaba de ser dado como certo pela CNN) e no Texas (onde o resultado do caucus é mais imprevisível), isso significa que deverá continuar na corrida pelo menos mais um mês e meio, até à próxima grande primária, a da Pensilvânia, com 188 delegados em jogo, e que vai a votos a 22 de Abril. Até lá só se votará no Wyoming e no Mississipi (onde só estarão em jogo 58 delegados). Com os dois candidatos democratas a atacarem-se mutuamente e com o candidato republicano a tratar de reunificar a sua dividida base de apoio, tudo pode começar a correr mal ao partido que quer reconquistar a Casa Branca. Sobretudo se a luta se prolongar até à convenção de Agosto, o pior de todos os pesadelos dos estrategas democratas.
A não ser que um dos candidatos desista, o que ontem pode ter ficado menos provável.

Hot pursuit

Tanto Barack Obama, como John McCain, admitem, explicita ou implicitamente, penetrar na "áreas tribais" do Waziristan na perseguição dos dirigentes da Al Qaida - não é uma acção sem precedentes, mas pode, com efeito, ser mais um pretexto para provocar mais uma crise na Aliança Atlântica. Por outro lado, pode argumentar-se, como o faz Robert Kagan, que o lado intervencionista de Barack Obama existe e que o "internacionalismo democrático" dos neo-conservadores é mais natural num democrata liberal do que num conservador republicano.

Obama, Obama

Se é verdade que Obama se transformou no rosto da “esperança”, é igualmente verdade que as suas propostas políticas são vagas e as suas prioridades imprecisas. A vulnerabilidade da sua candidatura reside, pois, nesta indefinição programática. Mais interessante, o seu discurso centra-se em questões de política interna. Porém, a tarefa principal de um presidente é a condução da política externa.
Sobre o papel dos EUA no mundo, Obama pouco diz. Afirma a necessidade de efectuar uma retirada célere do Iraque, mas não adianta como pretende concretizar esse objectivo. No entanto, há uma questão de política externa que Obama reitera com clareza: a determinação de prosseguir a guerra contra o terrorismo. Declara estar disposto a usar tropas americanas para capturar Osama bin Laden se souber que o líder da al Qaeda se encontra escondido em solo paquistanês. Muito simplesmente, violará a soberania do Paquistão, ignorando as repercussões e a instabilidade resultantes de tal imprudência. Nem parece estar ciente das consequências que tal acto provocaria no Afeganistão, onde a coesão da NATO corre graves riscos em resultado do fracasso das operações militares. Com as suas declarações, Obama sinaliza que o unilateralismo americano não chegará ao seu fim com a saída de George Bush da Casa Branca. Eis um dado que os “apoiantes europeus” de Obama deveriam ponderar antes de afirmarem que a sua eventual eleição irá “mudar tudo na política internacional”.

Conservadores perdem o voto latino

Mais interessante do que examinar como o voto "latino" não é monolítico e se distribui entre os dois candidatos democratas segundo os mesmos padrões de idade, habilitações e recursos financeiros que o voto "anglo-saxónico", é perceber quais são as consequências para o Partido Republicano da transferência em bloco deste eleitorado para o campo liberal.
Nas duas últimas eleições presidenciais, os hispânicos foram uma importante base de apoio dos conservadores, e muito significativamente fizeram parte da coligação engendrada por Karl Rove. Mas essse apoio começou a erodir logo em 2004, quando se abriu a caixa de Pandora do debate sobre a reforma da imigração. A Administração Bush perdeu, nesse ano, uma oportunidade de pressionar o Congresso a analisar a sua proposta de lei. Dois anos mais tarde, quando esse era o principal objectivo da sua agenda doméstica, foi o descalabro: o debate político (com propostas como a deportação de todos os indocumentados ou a construção de um muro com o México...) tinha decisivamente caído para os extremos, assumindo um tom xenófobo e "anti-latino" de que os republicanos nunca mais recuperaram. Mas outras razões explicam o descontentamento das comunidades latinas, a mais importante das quais o total alheamento da América Latina da política externa da Administração Bush.
Veronica Vargas Stidvent, directora do Center for Politics and Governance da Universidade de Texas em Austin e antiga Assistant Secretary for Policy do Departamento de Trabalho (para a Administração Bush), com quem falei ontem, não vê nenhuma indicação de que este movimento drástico do voto latino para o lado democrata vá parar e arriscava mesmo dizer que os conservadores terão perdido o seu suporte para sempre.

Bruno de Almeida, o português que está com Obama



A noite está só a começar para o realizador Bruno de Almeida, 43 anos, que hoje não irá dormir sem saber se Barack Obama, o “seu” candidato à Casa Branca, ganhou as eleições primárias de hoje no Texas e no Ohio. Do seu apartamento no Chiado, o autor de “The Lovebirds”, que estreia em Portugal para a semana, está a seguir as primárias americanas “como nunca na vida” porque acredita que, se Obama ganhar, “o mundo vai mudar mesmo”. Bruno de Almeida assistiu a todos os debates dos candidatos, contribuiu com dinheiro para a campanha de Obama e telefonou a dezenas de americanos para os convencer a votar no candidato do “Yes, we can”. No seu site (http://www.arcofilms.com/) também há apelos ao voto no senador do Illinois.

Amanhã, quinta-feira, leia no P2 a história de um português que, desde Janeiro, organiza a sua vida de acordo com o calendário das primárias americanas.

Bárbara Reis

O Presidente morreu

Segundo o site satírico The Onion os assassinos ainda estão indecisos quanto ao candidato que devem assassinar. Os contras de cada um dos três favoritos são:

Barack Obama: é a prova de bala
Hillary Clinton: ninguém choraria a morte dela
John McCain: já morreu

Ver os prós em http://www.theonion.com/content/news/nations_presidential_assassins

Johnny B. Goode


A canção que acompanha as saídas de palco de John McCain não é uma estreia em campanhas eleitorais: John Kerry também usou o Johnny B. Goode, de Chuck Berry, em 2004. A canção vai melhor com McCain do que com Kerry, até por uma questão geracional (não é seguro que o rock'n'roll ainda faça os candidatos parecer mais jovens.

A primeira estrofe da letra é:

Deep down in Louisiana close to New Orleans/Way back up on the woods among the evergreens/There stood an old cabin made of earth and wood/Where lived a country boy named Johnny B Goode/Who'd never ever learned to read or write so well/But he could play a guitar just like a ringin' a bell.

... Mas na versão original era: /where lived a colored boy named Johnny B. Goode, em vez de where lived a country boy named Johnny B. Goode

Pode ser ouvida por cibernautas pró-democratas e pró-republicanos em http://www.youtube.com/watch?v=R0YUA3yTUss

Chove

Em Washington, chove torrencialmente. Amanhã, a menos de um quilómetro de onde vivo, McCain e Bush estarão juntos. McCain precisa de Bush para obter apoios financeiros e para convencer a direita conservadora. Mesmo assim, era preferível que não voltasse a Washington nos próximos tempos

Caucus

No caucus democrata que decorreu no East Communities YMCA de Austin, havia filas compactas que quase davam a volta ao quarteirão. Era um caos organizado, mas mesmo assim um caos. Jermaine esperou quatro horas para votar. Elsa chegou pontualmente às 7h15. Janet só saiu de casa depois do marido lhe ter garantido que a fila era tão grande que ainda valia a pena tentar: ele acabava de chegar depois de ter assinado o seu nome e declarado o seu apoio a Barack Obama -- o candidato que reunia a esmagadora maioria das preferências naquele lugar. "Estou mesmo emocionada", dizia Janet, "nunca vi disto".

Go Johnny go

Acabou de falar o nomeado republicano. Já toca a música.

p.s. Já é oficial na agenda da Casa Branca: amanhã o Presidente George W. Bush vai apoiar o senador do Arizona.

Notas soltas sobre os resultados das exit polls...

...no Ohio, o sítio onde se costuma decidir vitórias em eleições presidenciais e testar novos produtos:

Tema político mais importante:
Democratas: Economia (58%)
Republicanos: Economia (41%)

Qualidade mais importante do candidato para tomar decisão:
Democratas: "Trazer Mudança" (47%)
Republicanos: "Partilha os meus valores" (43%)

Estado da economia "mau" ou "muito mau":
Democratas: 91%
Republicanos: 68%

Kosovo

O tema não faz parte do léxico dos candidatos.

O candidato anti-candidato

John McCain continua a ser um candidato que não aceita as convenções impostas aos candidatos. Mas tinha um discurso preparado para a sua vitória - o discurso corajoso de um homem que é capaz de dizer que os Estados Unidos estão em guerra em duas frentes, que não podem perder nem no Afeganistão, nem no Iraque, e que conta com os seus aliados na luta contra a Al Qaida e os Taleban.

Vitória de Clinton

New York Times, MSNBC e Fox dão Clinton a ganhar Rhode Island. É o fim de uma sequência de 12 derrotas

A crise internacional

Carlos:
Não iria tão longe. Uma crise internacional será suficiente para salientar a experiência de McCain e a inexperiência de Obama em politica externa. Quando Benazir Bhutto foi assassinada, McCain e Clinton assistiram a um “surge” de apoio. Obama nada tinha para dizer, e os eleitores perceberam. Por outro lado, se a campanha se centrar em questões económicas, McCain é vulnerável.

As prioridades

A Coreia do Norte adquiriu armas nucleares, e a nuclearização do Irão parece inevitável. Os Taliban regressam ao Afeganistão, e os jihadistas ameaçam a estabilidade do Paquistão. A China aumentou o seu poderio regional. O impasse continua a definir a questão israelo-palestiniana. A Rússia está mais assertiva. A dependência energética dos EUA aumentou. Quanto ao Iraque, Hillary Clinton e Barak Obama não terão condições para concretizar uma retirada rápida dentro de um a dois anos, a menos que queiram provocar uma catástrofe regional. A Europa não afigura nas prioridades dos candidatos.

George W. Bush entra em jogo

Bush apoia McCain. Sem surpresa. O apoio de Bush é simbolicamente importante na medida em que abre as portas a McCain para o segmento republicano em que tem sentido maiores dificuldades.

Fiáveis as exit polls?

Até agora, têm beneficiado Obama. Se a isto somarmos o facto de que Clinton aparece, no Texas e em Ohio, com vantagem, mesmo que marginal...É o máximo que estou disposto a arriscar neste momento.

Mais milagres

A alusão do Vasco Rato aos acidentes internacionais de percurso na marcha para Novembro parece ser uma alusão ao voto da Al Qaida - se houver um segundo atentado nos Estados Unidos, talvez McCain possa ganhar. Mas não é evidente que a Al Qaida vote no candidato republicano.

McCain na Casa Branca...

... mas só como convidado. Diz a CNN que o candidato republicano irá hoje à Casa Branca receber a benção do actual inquilino, George W. Bush.

O candidato das democracias

John McCain é o único candidato - até à data - que assume não só a urgência de restaurar as alianças tradicionais com a Europa e o Japão, mas também a necessidade de alargar e institucionalizar a aliança das democracias, incluindo a India e o Brasil, como o pólo de estabilidade possivel perante a incerteza crescente da politica internacional

Demorou

Mike Huckabee acaba de reconhecer o inevitável. Demorou.

Resposta ao Vasco

Vasco:
Um leitor, Pedro Correia, envia-nos este artigo.

O melhor

McCain é o melhor candidato republicano. Não significa isto que ganhará as eleições de Novembro. Mas a sua experiência em poltica externa dá-lhe uma vantagem inegável. E, daqui até Novembro, o mundo pode reservar-nos algumas surpresas desagradáveis.

McCain é o candidato republicano




Estes dois homens são, respectivamente, o avô e o pai do candidato presidencial que esta noite eleitoral já consagrou: John McCain. Foi tirada na baía de Tóquio no dia da rendição japonesa no final da II Guerra Mundial. O avô do senador republicano morreria poucos dias depois, o pai, então um comandante de submarinos, chegaria a comandar a marinha dos Estados Unidos no Pacífico durante a guerra do Vietname quando o filho estava preso em Hanói.

Consta que nenhum deles foi um aluno disciplinado, e que o mais indisciplinado de todos foi o que, para já, chegou mais longe.

Se McCain vier a enfrentar Obama teremos frente a frente um candidato negro que nasceu nos Estados Unidos mas não é descendente de escravos e um candidato branco que, por vir de uma família militar, não nasceu no território dos Estados Unidos. Será um estranho paradoxo que poderia ser coroado por um ticket tão inesperado como tentador, e que há dias vi discutir na Fox News: convidar para se candidatar à vice-presidência uma mulher, e uma mulher negra: Condoleeza Rice. Curiosamente o problema de Rice não serátanto a sua ligação ao desacreditado Presidente Bush, mas ter posições consideradas muito liberais pelos eleitores tradicionais dos republicanos. Defende o aborto, por exemplo.

Daqui até Novembro, muita água passará por baixo das pontes.

Ainda os desastres de Hillary

Terá sido Bill o culpado ? Nunca a mulher de um Presidente ousou candidatar-se : a mulher do Presidente, passe Eleanor Roosevelt, não existe, por definição, a não ser - é o caso -por más razões. Ele fez a sua campanha, mas a presença do antigo Presidente serviu mais para lembrar um passado dificil do que para imaginar um futuro diferente.

Hillary no Daily Show


Hillary Clinton apareceu segunda-feira à noite no Daily Show, de Jon Stewart, e o mínimo que se pode dizer é que a coisa correu muito bem.
Perguntou o apresentador:
- Na véspera de um dos dias mais importantes da sua vida, escolheu falar comigo. Como apresentador, estou encantado, como cidadão estou assustado. A sua resposta...
E Hillary responde:
- Sim, é bastante patético.
Cansada, mas genuinamente divertida, o que é francamente raro. A ver, aqui.
Para completar a campanha mediática, Hillary fez ainda uma aparição na (no mínimo) improvável Fox Sports Net (!). Moderadora: a Miss Corpus Christi 1998, Eva Longoria. Donas de casa desesperadas na campanha? É todo um programa.

Resposta ao Paulo

Paulo:
Do ponto de vista "europeu", tanto faz.

Onde está Whally?

Mike Huckabee continua na corrida...
.
[Adenda]
Huckabee desistiu. Finalmente.

Rhode Island

Outro too close to call. Com as nossas contas do costume baseadas nisto, dá 52% para Clinton e 47% para Obama.

Adenda (2:30): CBS dá RI para Clinton; a Fox, que costuma ser mais atrevida, ainda não.

Uma pequena provocação

Do ponto de vista europeu, quem queremos para futuro Presidente dos EUA? Qual é o candidato que mais nos interessa? John McCain?

Milagres

Só por milagre um candidato republicano - mesmo McCain -pode ganhar a eleição presidencial. Desde a II Guerra Mundial, nenhum candidato do mesmo partido ganhou a eleição depois de dois mandatos de um presidente republicano ou democrata - excepto George Bush pai, que sucedeu a Ronald Reagan. Mas Reagan foi um grande presidente !

Ressuscitou

John McCain estava politicamente morto. Ressuscitou e acaba de conquistar a nomeação republicana. A direita conservadora detesta-o. Não aprecia a sua independência e algumas das suas posições mais “liberais”. Num momento em que o país anseia pela mudança, e rejeita George Bush, McCain é o único republicano que ainda pode ganhar a Casa Branca.

Os desastres de Hillary

Afinal, o que correu mal para Hillary Clinton ? A resposta mais cruel é a idade. Barack Obama, que ainda não tem cinquenta anos e parece um adolescente, fez com a candidata dominante ficasse insuportavel e subitamente mais velha.

Mais Texas

30% de "Latinos" no eleitorado. 63% deles votaram Clinton. As outras correlações funcionam também como o costume: mais rendimentos, mais instrução, mais jovens, mais Obama.

O primeiro candidato presidencial

John McCain já é o primeiro candidato presidencial. O Partido Republicano vai iniciar o rituais de reconciliação, incluindo o apoio do Presidente George W. Bush ao candidato que representa o fim da sua coligação teológico-politica.

Texas

O que diz a exit poll, depois de fazermos as contas (atenção, dados brutos!)? Clinton 50%, Obama 49%. Too close to call, indeed.

NAFTA

Hillary e Obama afirmaram, num debate recente, que pretendiam renegociar partes do acordo NAFTA. Dias depois, soube-se que um conselheiro de Obama contactou o cônsul canadiano no Chicago para tranquilizar o país vizinho. Garantiu que as declarações de Obama eram apenas para consumo eleitoral. Para quem pretende ser um novo tipo de político….

Os perigos da democracia

A razão de ser dos superdelegados é a mesma do mecanismo indirecto da eleição presidencial. A democracia na América assenta numa profunda, e inteiramente razoável, desconfiança acerca das escolhas das massas. Mas, no final do dia ...

A seguir

As próximas primárias do Partido Democrata serão no Pennsylvania. No dia, 22 de Abril. Ou seja: seis semanas de campanha negativa, com Obama e Hillary a trocarem acusações. McCain só tem a ganhar com o prolongamento da campanha de Hillary.

Superdelegados, 3

Carlos Gaspar tem toda a razão quando diz que a possibilidade dos superdelegados votarem contra um candidato que tivesse a maioria dos delegados eleitores colocaria questões de legitimidade terríveis. É isso mesmo. Mas o problema é que muitos deles já se comprometeram com um dos candidatos...

Apenas os democratas?

A ansiedade não poderia ser mais visível no campo democrata. O desejo de clarificação é intenso. Seja Obama ou Clinton, o que se quer é que se encontre rapidamente o candidato que concorrerá nas próximas eleições presidenciais. Isto dito, não me parece que do lado republicano a ansiedade seja muito menor. Sem se encontrar o candidato democrata não se pode estabilizar a própria linha de campanha republicana.

O mito do superdelegado

No Partido Democrático, quem decide são os superdelegados -um conjunto heterogéneo de personalidades, dirigentes partidários e eleitos, que votam livremente na Convenção. Mas, na realidade, ninguém imagina que os superdelegados possam decidir contra o voto popular. É uma questão de legitimidade.

Leiam três vezes até perceberem

Vejam qual é o procedimento eleitoral no Texas, e perguntem-me se eu gostaria de andar lá a fazer sondagens.

2000 ainda na memória

É curioso notar como os acontecimentos de 2000 na Califórnia ainda continuam vivos na memória colectiva.

Esmagar Obama

Hillary Clinton não precisa de vencer no Texas e no Ohio. Precisa de esmagar Obama. A menos que ganhe com cerca de 60-65% do voto, não conseguirá obter delegados suficientes para travar a nomeação de Obama.

O voto útil

Segundo a melhores fontes, o voto útil republicano é em Hillary Clinton - na primeira primária, foi em Barack Obama. A conventional wisdom republicana entende que é essencial manter a candidata democrata na competição até ao fim para provocar o maior desgaste possivel a Barack Obama.

Os delegados de Edwards

Outra pergunta de um leitor com insónias: o que se passa com os delegados eleitos por Edwards? Bem, depende. É, como quase tudo o que tem a ver com as eleições americanas, incrivelmente complicado. Ver aqui.

Momentum

Esta é a palavra mágica, momentum. Conseguirá Hillary Clinton reverter a dinâmica de vitória de Barack Obama? Com a excepção de uma eventual vitória no Ohio e no Texas, o que constitui para si uma vitória?

O único socialista

Obama e McCain vencem no Vermont representado no senado por Bernie Sanders, o único congressista que se define como socialista

Vasco Rato

A grande interrogação

Grande interrogação da noite: Hillary Clinton desistirá da corrida se não vencer no Ohio e no Texas? Recentemente, Bill Clinton afirmou que Hillary não conquistaria a nomeação caso não vencesse nos dois estados. Nos dois últimos dias, um porta-voz da campanha admitia que a candidatura permaneceria viável mesmo que perdesse uma das corridas.

Vasco Rato

Um reforço inesperado para Clinton?

Um dos jornalistas do Washington Post que está no Ohio acaba de encontrar eleitores republicanos que foram votar em Hillary Clinton nesta primária apesar de tencionarem votar McCain em Novembro. Porquê? Porque lhes disseram que McCain pode bater mais facilmente Clinton do que Obama.

Texas e Florida

Ainda não há exit poll. Só há apuramentos muito parciais. Podem ir vendo aqui (e não confundam estes apuramentos parciais com projecções...)

Um leitor pergunta pelo destino dos delegados de Florida. O que se passa é que como estas primárias foram antecipadas contra as regras do partido, não são contados. Mas Clinton pode querer retomar o assunto e disputar a decisão do partido nos tribunais. A convicção geral é que não o fará. Mas nunca se sabe...

Bugs Bunny vs Daffy Duck


Jerry Greenfield, na Slate, tem uma óptima teoria para explicar a diferença entre Obama e Hillary; no duelo entre Bugs Bunny e Daffy Duck, o coelho ganha sempre. O que a metáfora tem de notável é conseguir fazer-nos simpatizar com Hillary. Visto ainda é melhor: http://www.slate.com/?reload=true

A regra dos três

Quando Hillary Clinton desistir, a campanha das primárias vai perder a sua principal qualidade - ter posto lado a lado três gerações politicas sucessivas. John McCain pertence à primeira geração do post-II Guerra Mundial, que se formou nos primeiros anos da Guerra Fria e com a Guerra da Coreia, Hillary Clinton é um exemplo acabado dos sixties e Barack Obama representa a próxima geração, cuja experiência politica foi sobretudo marcada pela vitória na Guerra Fria. Depois das três gerações terem feito o seu caminho, a campanha vai ficar dominada por um gap geracional sem precedentes numa eleição presidencial que vai ser disputada por um candidato demasiado velho e por um candidato demasiado novo.

Superdelegados,2

A CNN acaba de explicar, com aquele ecrã táctil fabuloso, o tal pequeno detalhe: aconteça o que acontecer (dentro do razoavelmente plausível), e serão sempre os superdelegados a decidir.

Originalidade


Esta terra chama-se Brattleboro, fica num dos estados que votou ontem, Vermont, e, ao mesmo tempo, votou "sim" à seguinte resolução:
"Shall the Selectboard instruct the Town Attorney to draft indictments against President Bush and Vice President Cheney for crimes against our Constitution, and publish said indictments for consideration by other authorities and shall it be the law of the Town of Brattleboro that the Brattleboro Police, pursuant to the above-mentioned indictments, arrest and detain George Bush and Richard Cheney in Brattleboro if they are not duly impeached, and prosecute or extradite them to other authorities that may reasonably contend to prosecute them?"
Isto é, a polícia desta povoação fundada em 1724 ficou com a responsabilidade de prender o Presidente Bush e o vice-presidente Cheney. É pouco provável que o consigam, mas o mais seguro é os dois não se aventurarem por aquelas bandas, que as crónicas rezam possuírem paisagens deslumbrantes.
Alguém já está a perder esta noite...

A caminho da rotativa


Seguiram há minutos (alguns, porque este novato levou algum tempo a conseguir colocar este post) para as duas gráficas do PÚBLICO as últimas páginas do jornal especial do nosso 18º aniversário. O "director por um dia", José Pacheco Pereira, esteve bem, pelo menos nos horários. O resto, os leitores julgarão amanhã. Aqui fica um cheirinho, a primeira página:

Clivagens sociais

Fala-se muito do declínio das clivagens sociais no comportamento político. Mas as exit polls do Ohio são um hino à sociologia: reparem na força da correlação entre idade, etnia (e nas primárias democratas, sexo e instrução) e o voto, quer nas primárias democratas quer nas republicanas...

Fim da normalidade

Se tudo pudesse ser como devia, o dia de hoje não era sequer importante. Hillary Clinton estaria claramente confirmada como a candidata do Partido Democrata, embora ainda em um vice-presidente definido - com a certeza de que nunca seria Barack Obama, um jovem perturbador que os eleitores tinham rapidamente eliminado da competição. A confirmação paralela de John McCain como candidato republicano demonstraria que a regra da alternância partidária, depois de dois mandatos consecutivos de um Presidente republicano (e texano) continuaria a funcionar e que Clinton podia regressar, calmamente, à Casa Branca, para atender os telefones durante a noite. Mas hoje pode ser o dia do fim da normalidade, o dia em que se confirma que Hillary Clinton não consegue prevalecer contra Barack Obama.

Texas "two-step"

A votação dos democratas no Texas faz-se em duas fases: uma eleição primária, com urnas e boletim de voto, e na qual serão atribuídos 126 delegados; e um caucus, no qual só podem participar os eleitores que votaram na primária, e a partir dos quais serão nomeados mais 67 delegados (para ficarem as contas completas, há que acrescentar depois os 35 super-delegados).
Estou de saída para ir acompanhar um caucus, volto dentro de umas horas.

Ohio

Os canais dizem too close to call. Não é grande notícia para Clinton, que tinha nas pré-eleitorais uma vantagem que, em princípio devia autorizar vitória mais ou menos clara.

Mas desde 2000 que os canais são muito cautelosos com os dados que lhes chegam (que, de resto, são iguais para todos). Têm aqui boas razões para isso: se forem aos dados da exit poll, e à desagregação do voto por sexos, rapidamente podem calcular os dados que eles têm para os votos brutos de Clinton: 51%, contra 48% de Obama.

Insider information

Daqui a três minutos, as televisões vão projectar o Ohio: os democratas estão too close to call, nos republicanos ganhou John McCain.

Cuidado com as sondagens selvagens

É fácil procurar "exit polls" no Blogger, ordenar por data, e ver o que sai. Mas não acreditem. Na Super Terça-Feira, os primeiros boatos estavam todos errados.

1191

O senador republicano John McCain vai estar em Dallas. No palco onde se pronunciará sobre os resultados da noite, já está instalado um cartaz, coberto com uma cortina, para descerrar no momento em que o candidato subir para falar aos apoiantes: tem escrito 1191, o número de delegados que garantem a nomeação, e que McCain deverá conseguir ainda hoje.

Os superdelegados

Um texto na Newsweek que mostra como Obama deverá ter sempre a maioria dos delegados eleitos em primárias/caucuses, mesmo que Clinton ganhe todas as restantes primárias que se seguem com margens, digamos, plausíveis. Será possível que ainda ninguém tenha reparado nisto? Será que as contas estão bem feitas? Estão: a Slate confirma. Os superdelegados deverão decidir tudo.

Um texto a ler enquanto se esperam pelos resultados

Quem ainda não teve oportunidade de ler a Newsweek desta semana não deve perder a coluna de Fared Zakaria, dedicada à política externa dos dois candidatos democratas. Pode encontrar o link aqui: http://www.newsweek.com/id/117841
Numas eleições tão importantes e que estão a mobilizar a atenção do mundo, o que se diz para cativar os eleitores do Ohio ou do Texas é ouvido pelos líderes mundiais com que, eventualmente, os candidatos terão de lidar. Vejam o impacto internacional que podem ter algumas das promessas que estão a ser feitas por Obama e Clinton.

A noite americana, 2

O que se espera de Ohio é uma vitória de Clinton, apesar da aproximação de Obama nas últimas semanas. De resto, Ohio é - ou tem de ser, se é que é para ter ainda alguma hipótese - aquilo que menos assusta Clinton: Texas é o do or die. E Clinton e Obama estão empatados nas sondagens pré-eleitorais...

Sondagens à boca das urnas

Já há alguns números das sondagens à boca das urnas:

- No Texas, a distribuição do voto por "etnia": os afro-americanos votaram 80 por cento por Barack Obama e 16 por cento por Hillary Clinton; os latinos 64 por cento por Hillary Clinton e 35 por cento por Barack Obama

- No Ohio, a distribuição do voto por idade: os eleitores com menos de 30 anos votaram 65 por cento em Barack Obama e 34 por cento em Hillary Clinton, os eleitores com mais de 60 anos votaram 67 por cento por Hillary Clinton e 31 por cento por Barack Obama

Obama ganha no Vermont - CNN

Jim Young/Reuters

A CNN está a dar Barack Obama como vencedor do estado de Vermont que vale 15 delegados.
Neste estado, a eleição é aberta, o que significa que os eleitores só precisam de escolher em que primária querem participar (democrata ou republicana) no momento do voto.

A noite americana

São quatro estados: Vermont, Rhode Island, Ohio e Texas. Há minutos, na base das sondagens à boca das urnas, Vermont foi dado a Obama. Não é surpresa, tendo em conta as sondagens pré-eleitorais.

Barack Obama vence Vermont

É a primeira projecção da noite.
Do lado republicano, a vitória vai para John McCain.

terça-feira, 4 de março de 2008

Regresso virtual, e estreia

Quatro anos depois da última vez que estive nos Estados Unidos (aqui fica uma foto dessa altura), regresso virtualmente esta madrugada para seguir a noite em que vamos ficar a saber se Hillary Clinton continua na corrida à Casa Branca ou se Obama se afirma, de vez, como candidato democrata.

As primárias não são em Nova Iorque e nunca estive em nenhum dos estados em que se está a votar, mas cá vou eu arriscar uma estreia absoluta como blogger. Desejem-me sorte.

BOA NOITE AMERICANA!

Os jornais em papel vivem de dia, os jornais em linha vivem de dia e de noite. No Público de amanhã não pode haver notícias das eleições americanas, por isso durante a noite de hoje vamos acompanhar as eleições americanas ao minuto. Ainda agora começou. São bem-vindos os comentários dos leitores nocturnos. Boa e longa noite!

Comentadores convidados

José Pacheco Pereira (autor do blogue Abrupto e que é hoje director por um dia do PÚBLICO), Vasco Rato (investigador), Pedro Magalhães (do blogue Margens de Erro), Paulo Gorjão (O Cachimbo de Magritte), Carlos Gaspar (do Instituto Português de Relações Internacionais), José Manuel Fernandes e Rita Siza (director e correspondente do PÚBLICO nos EUA) vão acompanhar e comentar aqui esta noite os resultados eleitorais.

A gestão das expectativas

Depois de ouvir o director de comunicação e o responsável nacional da campanha de Hillary Clinton hoje de manhã, fiquei convencida que as sondagens internas da candidatura devem ser bem animadoras, tal era o optimismo com que falavam. É óbvio que é nesse momento em que as pessoas saem de casa, potencialmente para ir votar, que há que utilizar a retórica vencedora para galvanizar as bases. Mas mesmo assim, há qualquer coisa que não bate certo neste jogo de gestão das expectativas -- como se não bastasse simplesmente o fatídico comentário de Bill Clinton, que não podia ter colocado mais alto a fasquia para o sucesso desta noite: ou Hillary ganha a votação no Texas e no Ohio, ou então não tem hipótese de alcançar a nomeação. A questão é: e se ela não ganha?
Com tudo virtualmente empatado nas sondagens, os resultados de logo à noite são verdadeiramente imprevisíveis, embora não tanto que não seja já claro, tantas horas antes de fecharem as urnas, que não haverá nem consagrações nem humilhações pela madrugada fora. É até bem possível que o actual equilíbrio de delegados não saia substancialmente alterado na votação. Por isso, a real importância desta nova Super Tuesday é a narrativa. Essa, aconteça o que acontecer, não será mais a mesma. Se Hillary ganhar os dois estados, passar-se-á a falar do mais impressionante "comeback" da política americana. Se as duas vitórias forem para Obama, de um fenómeno imparável. Se os dois senadores ficarem com uma vitória cada um, quais serão os argumentos?: que Hillary ainda não está afastada, que Obama ainda não convenceu, se Hillary não sair que será capaz de tudo para vencer, se Obama continuar com mais delegados que continua o favorito...
Ou seja, tudo em aberto, outra vez.
Há que continuar a ter paciência.

segunda-feira, 3 de março de 2008

De Dallas para Austin

domingo, 2 de março de 2008

Os media e Obama

No último debate Obama/Clinton, Hillary Clinton referiu-se a um sketch do popular programa Saturday Night Live como um retrato fiel de como os media têm seguido a campanha democrata:



A revista Time escreve sobre a "estratégia SNL" de Clinton. 

A crítica de Clinton é que os media americanos não têm escrutinado Obama com o mesmo rigor que têm aplicado a Clinton. A tese de que os media têm tratado Obama melhor que Hillary não tem sido encarada com grande credibilidade - afinal de contas, reclamar do tratamento dos media numa campanha política é um pouco como queixar-se do árbitro num jogo de futebol (bem, pelo menos essa é a opinião que têm sido mais veiculada pelos media americanos). 

O SNL voltou ao tema, com mais um "debate" Hillary/Obama:



sábado, 1 de março de 2008

Dallas


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