quinta-feira, 24 de abril de 2008

Vou ali e já venho

Estarei de volta no dia 6 de Maio, a tempo das primárias da Carolina do Norte e Indiana. Até breve.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Noivado

O meu amigo Andrew Gray, que hoje suportou comigo a noite eleitoral, deve ser dos poucos jornalistas em Washington que não tem blogue, e ainda bem, porque assim veio parar aqui esta delícia: "Politics as Romance", ou o actual dilema dos democratas;


"You know the whole idea of the Democrats going for Obama is like a
seduction? People have basically been seduced by his charms, let their
hearts rule their heads, chosen the dashing, charming Obama over the
solid, clunky Clinton.

So now I'm thinking you can take this a step further. You're the
early-voting Democrats you have had a whirlwind romance with Obama, a
dashing, tall attractive, relative stranger. And you've got engaged!

But now there is some time before the wedding.

And you're introducing your fiance to their family and friends around
the country. And the family and friends aren't impressed. They think
this guy is a bit flash. They prefer the solid, clunky person you
spurned.

And even you are starting to have doubts. You hope as you get to know
someone better that they will reveal more hidden qualities that will
make you love them even more. But this guy doesn't seem to have any.
He can still smile and do the sweet talk. But that seems to be about
it.

And in fact, just like in any relationship, after the initial
infatuation wears off, you discover he actually has some things about
him that you don't like. He has some friends you don't really approve
of (even his pastor is crazy!) and some annoying habits -- he doesn't
seem to be able to adapt and gets rattled quite easily.

Meanwhile, the spurned suitor is showing a lot of bravery, being
pretty tough, showing they still really want you, and are willing to
fight for you. You don't really like their tone but you can't help
thinking you might be better off with someone like that.

And suddenly you're stuck. Do you call off the engagement or keep
going and hope for the best?

That's the Democrats dilemma, I think!"


Belo texto para fechar a noite, não?

p.s. Os comentários serão devidamente traduzidos e entregues ao autor.

Dez por cento

A margem da vitória de Hillary Clinton na Pensilvânia foi de dez por cento. A senadora terá recuperado cerca de 200 mil votos e entre 12 a 15 delegados ao seu adversário. Mas mesmo assim, e com apenas dez eleições pela frente, permanece significativamente atrás de Obama no voto popular (menos 500 mil votos), nos delegados eleitos directamente (menos 140) e também nos superdelegados (desde a primeira Super Tuesday, Obama arrecadou 83 e Hillary 12).
A "realidade" da corrida democrata tem mudado a cada votação -- e, seguramente, mais uma vez, depois da Pensilvânia. Hillary Clinton joga a sua sobrevivência enquanto candidata num argumento e numa imprevisibilidade: a sua campanha vai ter de explorar os sentimentos dos superdelegados e forçá-los a questionar a elegibilidade de Obama, e vai ter de esperar que o senador do Illinois cometa um erro mais sério e grave que o "bittergate".

New York Times mal impressionado com vitória de Clinton

O jornal The New York Times apoiou oficialmente a candidatura de Hillary Clinton, mas no rescaldo da eleição da Pensilvânia, responsabilizou-a pelo prolongamento da agonia em que se está a tornar a campanha eleitoral para a nomeação democrata. Ler aqui.

Faz alguma diferença...

... se Hillary ganhar por um por cento ou dez por cento?, acabam de perguntar a Terry McAuliffe, o presidente da campanha Clinton. "A win is a win is a win", respondeu.

Spin, spin, spin

O destino da corrida depende dos títulos dos jornais de amanhã.

Já está

A Fox já projectou Hillary Clinton como a vencedora da primária da Pensilvânia, embora não se saiba qual a margem. Definitivamente, continuamos para bingo -- para a Carolina do Norte e Indiana, e provavelmente para o Kentucky, Oregon, Dakota do Sul, Porto Rico e Montana.

Enquanto se espera

Há algumas coisas a que se deve ter atenção:

- Os primeiros resultados a aparecer devem inflacionar os resultados de Barack Obama, pois a contagem deve ser mais rápida nos centros urbanos, onde o senador do Illinois deve prevalecer, do que nas zonas rurais, mais favoráveis a Hillary Clinton;

- O estado está dividido em seis ou sete micro-regiões, e a distribuição dos votos será a chave para perceber o significado da votação. Espera-se que Hillary Clinton vença convincentemente no noroeste e sudoeste, na zona de Scranton e ainda de Pittsburgh, a segunda maior cidade. Obama deverá ficar com Filadélfia (que com 800 mil eleitores distribuiu 72 delegados, o maior prémio da votação) e os subúrbios. Imprevisível é para quem vai cair a região central à volta da capital Harrisburg: se for para Obama, poderá estar aí a grande surpresa da eleição.

Fecharam as urnas na Pensilvânia

E como se previa, é cedo para projectar um vencedor. Vai ser (outra vez) uma noite longa.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Republicanos preferem Obama

Os republicanos estão a assistir de camarote ao combate entre Hillary Clinton e Barack Obama, e agora que os dois tiraram as luvas estão meio perdidos sem ter muito bem a certeza em qual dos dois apostar. No início da campanha, prevalecia a ideia que seria mais fácil a um candidato republicano bater a senadora de Nova Iorque, só pela hostilidade natural que o eleitorado conservador sente pela candidata. Mas depois destas últimas três semanas especialmente tensas, começa a vigorar a opinião que, afinal, Obama ainda pode ser mais fácil de bater: basta explorar à exaustão as dúvidas que a campanha Clinton tem levantado sobre o carácter e o discernimento do (nunca testado) senador do Illinois, e fazer o contraponto com John McCain, explicava esta manhã Luke Bernstein, director executivo do Partido Republicano da Pensilvânia.
"Estamos numa óptima posição, qualquer que seja o candidato democrata. Nós devíamos estar a trabalhar para o ataque, mas eles estão a fazer o trabalho todo por nós. Nesta última semana, temos material para nem sei quantos anúncios: o governador Ed Rendell a dizer que Obama é como uma 'cheerleader', o senador Bob Casey a dizer que Hillary é incapaz de unir os americanos...", enumerava, num encontro com jornalistas estrangeiros em Harrisburg, a capital do estado da Pensilvânia (e como muitas das capitais estaduais americanas, uma cidade administrativa e sem aparentes motivos de interesse).
Os últimos dados das sondagens nacionais vão nesse sentido -- McCain está, neste momento, mais forte do que qualquer um dos democratas, e com um intervalo maior sobre Obama (48 contra 43, segundo a Rasmussen) do que sobre Clinton (46 contra 45, segundo a Gallup).


p.s. Não resisto a contar um surpreendente àparte: enquanto procurava explicar um ponto à imprensa internacional, Luke Bernstein começou a usar uma analogia com um jovem que aprende a conduzir e de início se atrapalha nos estacionamentos. "Vocês percebem o que eu quero dizer, não? Vocês lá na Europa... guiam... carros?"

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mais comédia

A campanha de Hillary Clinton acredita piamente que cada vez que a senadora goza consigo própria nos programas de entretenimento e humor do "late late-night" televisivo, os eleitores ficam (ainda) mais rendidos e convencidos em votar na candidata. Essencial, por isso, a aparição de ontem à noite no divertido Colbert Report, que há uma semana transmite desde Filadélfia -- as sondagens sobre as intenção de voto na Pensilvânia garantem a vitória de Clinton mas não prenunciam o resultado esmagador que a sua campanha precisa para recuperar a liderança da corrida democrata. A seguir a Hillary, Obama falou à Colbert Nation via satélite (videos dos dois, aqui).

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Huckabee ainda é candidato

O antigo governador do Arkansas e ex-candidato presidencial republicano, Mike Huckabee, acaba de lançar um novo comité de acção política, para que ninguém se esqueça que ainda está na luta pela vice-presidência.

Relações transatlânticas

Antes do encontro oficial com George W. Bush, na Casa Branca, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown esteve reunido com os candidatos democratas Barack Obama, Hillary Clinton e com o republicano John McCain. Além da aliança histórica, a agenda incluiu a economia, as guerras do Iraque e Afeganistão, o combate à fome e à pobreza e o aquecimento global. Quando lhe perguntaram se tinha algum preferido na corrida presidencial, Gordon Brown respondeu diplomaticamente que "cabe aos americanos escolher o seu próximo Presidente".

Romney aplaudido de pé

"The comedy stylings of Mitt Romney, ladies and gentleman!", ontem à noite no jantar de gala da Associação dos Correspondentes de Rádio e Televisão, em Washington. O antigo governador do Massachusetts nunca revelou esta veia humorística enquanto foi candidato a presidente -- mas pode ser que este talento desconhecido lhe garanta a vice-presidência.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Papa em Washington

O Shepherd One, avião em que viaja o Papa Bento XVI, acaba de aterrar na base aérea de Andrews, nos arredores de Washington. O Presidente George W. Bush, acompanhado pela primeira-Dama, vão cumprimentá-lo ainda na pista de aterragem -- é a primeira vez que o Presidente dos Estados Unidos concede um encontro à chegada de um dignatário estrangeiro.
De manhã, a candidata à nomeação democrata, Hillary Clinton, emitiu um comunicado congratulando-se com a visita de Bento XVI e acentuando que os Estados Unidos são "abençoados" com a sua presença. Também o seu adversário, Barack Obama, se referiu à chegada do Papa, sublinhando que os americanos deveriam escutar, "de coração e mente aberta", a sua mensagem de paz e esperança. Na Pensilvânia, o próximo estado a ir a votos nas eleições primárias, a Igreja Católica tem uma presença muito significativa.
Aproveitando a visita papal aos Estados Unidos, aqui fica uma remissão para a cobertura da campanha eleitoral do excelente Pew Forum on Religion and Public Life.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

McCain Girls

Confirma-se: os videos das McCain Girls eram a gozar. "Ficamos muito surpreendidos, depois do primeiro video sair, com a confusão das pessoas", confessou um dos produtores das paródias, criadas para o site cómico 23/6.

Telenovela


O casamento dos Clinton podia ser simplesmente um motivo de fofoca, mas neste artigo da revista Slate é bem mais do que isso -- é, na realidade, uma das dinâmicas políticas que mais intriga os americanos.

Azedume

Com uns dias de atraso, aqui fica uma explicação de Barack Obama para o grande caso político do fim de semana: um comentário, num jantar de recolha de fundos em San Francisco, sobre como a falta de opções económicas nas últimas décadas deixou as franjas mais desfavorecidas da população com um amargo de boca e empurrou os eleitores para o chamado voto dos valores -- que privilegia as propostas "sociais" do aborto ao direito ao uso de armas...
O mais interessante no video é perceber como Obama já há muito usara os argumentos repetidos na Califórnia — e que no dia seguinte admitiu serem susceptíveis de ofender alguns eleitores (pelo que pediu desculpa) —, sem levantar, nessa altura, a mínima controvérsia.
Para recapitular a polémica, clicar aqui. Aproveitando a mesma fonte, ver aqui a reacção dos eleitores da Pensilvânia.

Actualização
- A questão que se coloca hoje é esta: Será Obama capaz de ultrapassar a polémica do elitismo?
- Aparentemente, a maioria dos americanos não tem a mesma opinião que o senador do Illinois

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Bill não ajuda

Mais uma acha para a psicoterapia dos talk-shows dominicais: porque razão veio Bill Clinton recordar o episódio "Hillary-aterrou-na-Bósnia-sob-o fogo-dos-snipers-inimigos", que tanto danificou a credibilidade da candidata mas estava finalmente ultrapassado?

John McCain é velho?

Numa eleição em que todos querem discutir os temas politicamente sensíveis da raça, género, religião e riqueza, parece não haver interesse em abordar a questão da idade. O presidente do Comité Nacional Democrata, Howard Dean, confirmou que, independentemente de quem vier a ser o nomeado do seu partido, ninguém espere que este ataque o seu opositor republicano, John McCain, com o argumento que este é velho. "A nossa barra ética está bem acima disso", garantiu.
Não quer dizer que o assunto não seja uma preocupação dos eleitores, como parecem indicar várias sondagens: aparentemente, a maioria dos americanos acham que a idade ideal para um Presidente ronda os 50 anos. Hillary Clinton tem 60 e Barack Obama tem 46. John McCain tem 71 (e um em cada quatro eleitores diz-se menos entusiasmado com o senador do Arizona por causa da sua idade).

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Um milhão de dólares num minuto

10.000 pessoas x 100 dólares=1.000.000 dólares num minuto, propõe um grupo de apoiantes da candidatura do democrata Barack Obama, que abriu as inscrições online para angariar aquele valor entre a uma da tarde e a uma e um minuto no dia 21 de Abril, véspera das primárias da Pensilvânia.

Dicionário

Acaba de ser revisto e actualizado — e mesmo a tempo de ser intensamente utilizado — o "Dicionário Político" de William Safire, o escritor, colunista e etimólogo que tem vindo a compilar, explicar e enquadrar os termos, frases e expressões idiomáticas que caracterizam o discurso político norte-americano há mais de quarenta anos.
Nesta nova edição constam algumas expressões celebrizadas pela Administração Bush, como Compassionate Conservatism [conservadorismo compassivo (ou compadecido)] e Axis of Evil [Eixo do Mal] . Mas também change [mudança] a palavra-chave da actual campanha eleitoral. Safire informa que a palavra foi usada pela primeira vez nas vésperas das presidenciais de 1864, quando os apoiantes de Abraham Lincoln repetiram qualquer coisa como "não faz sentido mudar de cavalos quando já se vai a meio do rio" ["Don't change horses in the middle of the stream", no original]. Os partidários do general George McClellan, concorrente do futuro presidente, ripostaram que "ou se mudava de cavalo ou se afundava" ["Change horses or drown"].

Distracção

A revista de domingo do The New York Times vai publicar um extenso perfil do jornalista/comentador/apresentador televisivo Chris Matthews, responsável pelos programas "Hardball" e "The Chris Matthews Show" da cadeia noticiosa do cabo MSNBC. São nove páginas, imperdíveis para quem tem seguido a cobertura desta campanha eleitoral e fundamentais para perceber os meandros do universo televisivo e os pequenos-grandes egos que o habitam.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Pensilvânia

Os números das últimas sondagens sobre as intenções de voto nas primárias democratas da Pensilvânia dão conta da recuperação da candidatura de Barack Obama, que na última semana "desinsuflou" o favoritismo da sua adversária Hillary Clinton, que ainda assim conta com uma vantagem de seis pontos na preferência dos eleitores. Publicados os resultados, lá veio a inevitável previsão: se Obama ganhar a Pensilvânia, a corrida está terminada, Hillary terá de sair. Será que não se lembram que já ouvimos isso antes -- "se Obama ganhar o Texas e o Ohio..."?
Parece para já pouco provável que Obama ganhe na Pensilvânia, e parece ainda mais improvável que Hillary Clinton desista da corrida no dia 22 ou 23 de Abril. A quantidade de argumentos que a sua candidatura já testou para justificar o prolongamento do processo até ao fim é, para alguns, o presságio da confusão e desespero da campanha da senadora de Nova Iorque. Mas não se precipitem, porque essas razões de Clinton não são politicamente irrelevantes. É verdade que Obama colecciona mais estados, mais delegados eleitos directamente e que por enquanto goza de uma vantagem de mais de 717 mil votos na votação popular, mas não deixa de ser um facto que, estatísticamente, a corrida está empatada e, em teoria, a aritmética pode alterar-se até ser depositado o último voto, no dia 3 de Junho. Mesmo nesse dia, nenhum dos dois concorrentes terá a maioria de 2025 delegados que lhe permite agarrar automaticamente a nomeação.

p.s. Um ponto de situação da blogosfera americana, aqui.

p.p.s. Casualmente, em conversa numa festa, uma funcionária do gabinete do Senado de Hillary Clinton notava que não há nada marcado no calendário até ao início de Junho.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Ronda viral

Novos êxitos do YouTube:

- As McCain Girls atacam outra vez, e ainda ninguém percebeu se gostam genuinamente do candidato republicano ou se são uma paródia interessada em "desacreditar" a sua campanha;

- Uma equipa da redacção do programa "Late Late Show" de Conan O'Brien acha que Barack Obama é simplesmente irresistível;
- Soa a Jackson 5, mas é "Hillary 4 U & Me" e já passa na rádio.

Campanha eleitoral


A campanha eleitoral segue (dentro de momentos) nos Comités das Forças Armadas e das Relações Exteriores do Senado.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bloco de notas

- Hillary Clinton e a credibilidade: o seu principal conselheiro, Mark Penn, deixa a campanha depois de se descobrir que também estava a trabalhar com o governo da Colômbia para promover um tratado de livre-comércio com os Estados Unidos. A senadora de Nova Iorque tem insistido que vai renegociar todos os acordos comerciais se for eleita. Quando o The Wall Street Journal publicou a história, a candidata desvalorizou o assunto, mas no final a pressão foi demasiada -- era muito recente o episódio da conversa do assessor de Barack Obama com diplomatas canadianos sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), e o barulho que a campanha Clinton fez a propósito.

- Os candidatos democratas e cinco mitos sobre o NAFTA, no The Washington Post.

- Interessante análise das estatísticas da corrida democrata, por Jim Kessler, co-fundador do think-tank Third Way: * Hillary Clinton tem uma vantagem de 421 mil votos sobre Barack Obama entre os eleitores registados como democratas; o senador compensa o défice com uma margem de 860 mil votos entre os eleitores independentes e 130 mil votos de eleitores republicanos que participaram em primárias democratas. * No total dos votos depositados até agora, Obama tem mais 791.879 do que Clinton (51,5 por cento contra 48,5 por cento). * 24 das 29 vitórias de Barack Obama foram por uma diferença de 16 pontos ou mais; quatro das 15 vitórias de Hillary foram por margens superiores a dez pontos. Cinco das 44 eleições foram decididas por quatro pontos percentuais ou menos — New Hampshire, New Mexico e Texas para Hillary e Missouri e Connecticut para Obama. * Como as conquistas de Hillary são em estados mais populosos, a margem média das vitórias da senadora é superior à do seu adversário: 118.979 votos, para 88.845. * Obama conseguiu mais votos nos 15 estados que perdeu (7.186.239) do que nos 29 estados que ganhou (6.408.030).

- As duas campanhas continuam a esgrimir argumentos sobre a elegibilidade, na sua tentativa de cativar mais superdelegados -- e alguns são mais super que os outros

- Mais um concorrente à Casa Branca: o ex-congressista republicano Bob Barr constituiu um comité exploratório para uma futura candidatura presidencial e vai lutar pela nomeação do Partido Libertário (contra Ron Paul e Mike Gravel).

- John McCain e a credibilidade: o general David Petraeus, responsável pela operação militar americana no Iraque, vai depor sobre a actual situação naquele país perante o Congresso na terça-feira.

sábado, 5 de abril de 2008

Eavesdropping*

Duas pessoas que conversavam sobre a campanha eleitoral, e que a propósito da entrevista do antigo Presidente Jimmy Carter, que disse a um jornal da Nigéria que os seus filhos e netos estão muito entusiasmados com a candidatura de Barack Obama, comentavam a resistência de muitos dos nomes sonantes dos Democratas em apoiar Hillary Clinton:

"E como é que só agora se descobre que afinal ninguém gramava os Clinton?"



* hábito de escutar atrás das portas

The L-Word

A escolha do candidato a vice-presidente é, porventura, a questão política mais sensível para o senador republicano John McCain -- e um assunto que a sua campanha pretendia evitar o mais possível antes do próprio se ter descaído numa entrevista radiofónica, quando comentou que já tem uma lista bem compostinha com nomes de potenciais parceiros eleitorais. Bastou a palavrinha fatal, L-I-S-T-A, para accionar todos os planos de contingência. Resultaram. Voltou o silêncio.

Hillary pisca o olho a Edwards...

... com a sua promessa de criar um novo cargo no Gabinete: um "czar" da luta contra a pobreza.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ron Paul de volta à campanha


O candidato libertário à nomeação para a Casa Branca Ron Paul desviou-se temporariamente da sua campanha nacional para se concentrar em acções locais destinadas a garantir a manutenção do seu assento no Congresso -- Paul, na Câmara dos Representantes pelo 14º Distrito do Texas desde 1976, concorre mais uma à reeleição em Novembro. O congressista voltou à ribalta com o seu próprio tour no estado da Pensilvânia.

O telefone de Hillary não pára de tocar

Mais uma chamada às três da manhã (a senhora não dorme). Desta vez a crise é económica: do outro lado da linha estará Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal, ou então alguém preocupado com a alta taxa de execução de hipotecas imobiliárias, com a desregulamentação do sistema financeiro, com o aumento do desemprego ou o elevado preço dos combustíveis. O candidato republicano John McCain, diz o anúncio, deixava o telefone tocar.
Numa conference-call com jornalistas, os assessores da candidata causaram alguma perplexidade pela sua confessa dificuldade em explicar a mensagem deste novo anúncio. Afinal, o que pode fazer um Presidente durante a madrugada para resolver uma crise nos mercados? [A resposta é: nada]. Em que é que Hillary se distingue dos restantes candidatos na gestão do problema, perguntaram os repórteres. "Ela tem mais experiência", insistiu o seu director de comunicação, Howard Wolfson. "Por exemplo, ela teve um papel importante na recondução de investimento para a cidade de Nova Iorque depois do 11 de Setembro", precisou.

p.s. A campanha Clinton lançou um website especial para os eleitores da Carolina do Norte, onde podem fazer perguntas que ela promete responder em futuros anúncios televisivos.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

"The eBay guy"

Em campanha no mercado italiano de Filadélfia, Barack Obama deparou-se com um indivíduo que imediatamente reconheceu como o "eBay guy" [o tipo do eBay] e que corria atrás do senador para tirar uma fotografia. As campanhas lidam frequentemente com estes coleccionadores autodidactas, que recolhem todo o tipo de memorabilia para vender online -- nos leilões do eBay é possível encontrar de tudo: autógrafos, t-shirts, bonés, autocolantes e alfinetes (pins), cartazes, relógios, miniaturas... A segurança que sempre rodeia o candidato fez o que podia para impedir o retrato; Obama, contrariado, acabou no entanto por aceder ao pedido: "Whatever. Just take it. I won't be smiling. Because you're wearing me out...", desabafa. O video, aqui.

terça-feira, 1 de abril de 2008

1 de Abril

Na primeira declaração do dia à imprensa, Hillary Clinton concordou que já é tempo de decidir de uma vez por todas quem ganha a nomeação democrata, e desafiou o seu adversário Barack Obama a jogar o prémio máximo numa sessão de bowling. Confrontada com a notícia, a candidatura de Obama, compreensivelmente, ficou em estado de choque.
Depois dos jornalistas se beliscarem para confirmar que estavam acordados, os porta-vozes da campanha apontaram para o calendário e lembraram-lhes que é o dia das mentiras.