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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Vida de cão

Trocava notas com outros correspondentes internacionais sobre a cobertura da noite eleitoral em Chicago quando recebi este desabafo da minha amiga Laura, jornalista da BBC, que no rescaldo da votação dedicou todo o seu tempo a investigar um importantíssimo tema para a futura Administração Obama: qual será o cachorro que a "Primeira Família" vai levar para a Casa Branca? A minha homenagem ao seu trabalho, aqui.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Acabou

"Acabou". Na área reservada aos jornalistas do Grant Park de Chicago — o nosso "curralzito", como nos habituamos a chamar a estes lugares durante a campanha — a emoção que dominou com o anúncio da vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 foi o alívio. Acabaram os nervos dos check-ins à pressa nos aeroportos, a irritação dos voos cancelados, a sonolência das horas de espera, os incómodos da bagagem perdida. Acabaram as visitas aos strip-malls mais próximos de um qualquer hotel desconhecido para comprar mais um carregador de telemóvel, outra bateria. Acabaram as refeições de room-service, as sanduiches comidas à pressa, as barritas de cereais, os pacotes de batatas-fritas.

Acabaram as histórias meias-escritas, "para o caso de ser preciso", as análises com mais perguntas do que respostas, a colecção obsessiva de cartões de visita de pessoas a que se pode recorrer quando o deadline aperta; acabaram as dúvidas sobre se já escrevemos isto desta maneira, se já usamos este arranque, se fomos suficientemente claros, ou então demasiadamente vagos; acabaram as madrugadas passadas em frente ao computador a retocar mais um artigo, a televisão permanentemente ligada.
Acabaram as trocas de notas, e a comparação de notícias; as reportagens partilhadas, os olás nos filing centers, as conferências de imprensa e as outras conferências, nos think-tanks e nas universidades e nas bibliotecas e livrarias onde todos os dias se fala sobre a campanha.
Acabaram as sucessivas recusas dos jantares dos amigos, os postais de parabéns que não se mandaram, os livros que se acumularam para ler; acabou o completo desconhecimento dos filmes que estrearam no cinema.
Acabou. Amanhã acordamos e voltamos a escrever furiosamente tudo o que apontamos nos nossos blocos de espiral.  E a seguir regressamos todos à nossa vida "normal", um lugar onde não há campanha eleitoral e que não frequentamos há tanto tempo.
Milhares de pessoas do outro lado da barreira, à nossa frente, contorcem-se de felicidade, abraçam-se, saltam, gritam, choram. Nós olhamos para eles, e depois para nós próprios, e como eles sorrimos, cumprimentamo-nos, suspiramos. Repetimos "acabou, acabou", felizes por termos tido o privilégio de cobrir uma campanha histórica, gratos pelo nosso trabalho, satisfeitos por termos sobrevivido. E agora?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Novidade

A Slate, uma publicação magazinesca online, pediu a todos os seus funcionários e colaboradores que identificassem o candidato da sua escolha, numa nova política de transparência com os leitores.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Oito razões para uma derrota de Obama

O colunista do Chicago Tribune Eric Zorn, que acompanhou a ascensão política de Barack Obama no Illinois e seguiu a sua campanha presidencial, aponta oito razões pelas quais o senador democrata pode sair derrotado na próxima semana. Zorn acha possível mas improvável -- e para depois de amanhã promete uma nova lista, desta vez das oito razões que vão dar a vitória a Obama.

Mapa

Os apoios oficiais da imprensa norte-americana, em números.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Depois das roupas, os penteados

A imprensa americana não vai largar o filão: depois anunciar que a governadora do Alasca, Sarah Palin, usa um novo guarda-roupa de 150 mil dólares patrocinado pelo Comité Nacional Republicano, descobriu agora que a cabeleireira que diariamente trata do penteado da candidata à vice-presidência é, neste momento, a "conselheira" mais bem paga pela candidatura de John McCain. 

O estado da corrida

E o estado do país -- uma interessantíssima reflexão de Peggy Noonan, a antiga speechwriter de Ronald Reagan e uma das mais conceituadas analistas políticas conservadoras.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Porta-voz

A cobertura da corrida presidencial americana está a ficar tão frenética (e francamente tão histérica) que as televisões já anunciam como "breaking news" o apoio de Scott McClellan, o antigo assessor de imprensa da Casa Branca, à candidatura de Barack Obama -- acabamos de ficar a saber que o antigo porta-voz de Bush vai anunciar a sua preferência num programa de comédia. A sabedoria convencional é que os apoios públicos têm uma importância muito relativa -- só aqueles que envolvem personalidades que geram enorme consenso ou animam de controvérsia a sociedade americana, ou cujas carreiras foram feitas no campo ideológico oposto ao da pessoa que agora estão a apoiar, podem chegar a ter alguma influência no processo de tomada de decisão dos eleitores. Ou seja, a opinião de McClellan — um antigo operacional do círculo mais íntimo do actual Presidente mas que entretanto deixou a Casa Branca e cuja credibilidade nos meios políticos é nula (sobretudo depois de ter escrito um livro a denunciar as mentiras da Administração Bush, que repetira frequentemente no seu papel de porta-voz) — é um dos factos mais irrelevantes do dia. 

terça-feira, 21 de outubro de 2008

935 dólares

Na noite eleitoral, o PÚBLICO acompanhará as campanhas de John McCain e Barack Obama. O republicano estará no Arizona, e os detalhes relativos às suas actividades não foram ainda anunciados. O democrata acaba de divulgar as condições para a acreditação dos jornalistas que queiram assistir ao seu último comício, no Grant Park de Chicago. Os meios que desejarem reservar um lugar no Filing Center, onde estarão disponíveis aquecimento,  ligação à internet e linha telefónica, transmissão em directo das emissões televisivas, comida e porta-vozes da campanha têm de estar preparados para pagar 935 dólares. Mas aqueles que não quiserem suportar este custo não serão recusados: a campanha terá uma área exclusiva reservada para a comunicação social de entrada gratuita -- "Por favor notem que esta área será ao ar livre, sem lugares marcados e que a visão poderá estar obstruída", avisam. Faremos o possível para conseguir olhar para o palco. Pelo sim pelo não, vou levar tacões altos.


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bola de cristal

Nate Silver é o fundador do FiveThirtyEight, um website que compila informação de sondagens e produz projecções eleitorais e que rivaliza já com os tradicionais (institucionais) Real Clear Politics e Pollster. O modelo sistematizado por Silver foi aquele que, até agora, mais fielmente se aproximou da realidade.

O perfil deste "prodígio matemático" está na última edição da New York Magazine.

The Washington Post

O jornal The Washington Post oficializa o seu apoio ao candidato democrata Barack Obama.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Joe, o canalizador

O blogue do New York Times apresenta Joe Wurzelbarcher, a estrela do último debate presidencial.

Surpresas de Outubro

Uma grande parte do trabalho de seguir os candidatos presidenciais é passado a esperar. É o que estão a fazer neste preciso momento centenas de jornalistas no gigantesco (e insuportavelmente gelado) filing center da Hofstra University -- nesses momentos, fazem-se apresentações, recordam-se aventuras passadas noutras paragens da campanha, actualizam-se as fofocas, apresentam-se os planos para as férias que todos prometem fazer quando a eleição terminar... ocasionalmente discute-se o estado da corrida. Há minutos, no refeitório, entretivemo-nos com uma lista de possíveis surpresas de Outubro, especulando sobre qual dos dois candidatos sairia beneficiado se algum destes acontecimentos se verificasse. Era um exercício que convidava ao disparate — e foi o que aconteceu — mas, afinal, era a hora do recreio. Aqui fica uma amostra da lista de possibilidades, e alguns dos comentários que suscitaram. Os leitores estão, naturalmente, convidados a acrescentar as suas sugestões:


- E se Dick Cheney morre em funções? 
Ajuda Obama: "As pessoas vão-se lembrar que McCain é seis anos mais velho que ele e também pode morrer"; 

- E se John McCain se enerva e dá uma bofetada a Obama em directo no debate?
Ajuda McCain: "Lá que mudava a narrativa mudava!";

- E se prendem Osama Bin Laden?
Ajudava os dois: "E provavelmente o resto do mundo"

- E se alguém tenta matar Barack Obama?
Se conseguir, ajuda McCain. Se não, "Obama vence em 52 estados, e também ainda contam os votos do Canadá a favor dele".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Hofstra University

Não conheço ninguém que esteja satisfeito com a sua fotografia nas credenciais emitidas pela Comissão dos Debates Presidenciais (facto curioso: são côr de rosa choque). A minha não podia ser mais infeliz -- e hoje, para entrar na Hofstra University, onde logo à noite decorre o último debate presidencial, já tive de a exibir centenas de vezes. A vergonha deu rapidamente lugar ao enfado... e finalmente à resignação, quando uma agente dos serviços secretos, sem esconder a sua opinião, bradou "Ui!", a cabeça acenando para cima e para baixo, do retrato no cartão para a minha cara desanimada, para cima e para baixo...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Colorido

Um retrato de Andy Martin, nas suas próprias palavras o homem "colorido" que pela primeira vez declarou que "Barack Obama é um muçulmano que esconde a sua religião" e que alimenta um website contra o senador democrata.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Spin

Na véspera do debate vice-presidencial, circulam (das fileiras conservadoras) pedidos de desqualificação da moderadora, a jornalista da PBS Gwen Ifill, por alegadamente estar "inclinada" para favorecer a candidatura de Barack Obama. 

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Desgaste

O desgaste da relação da campanha do republicano John McCain com os media produziu hoje um pequeno motim, com o anúncio de um possível boicote perante o blackout da candidata à vice-presidência, Sarah Palin. Já passaram mais de 25 dias desde a apresentação da governadora do Alaska como parceira de McCain na corrida à Casa Branca e a estratégia continua a ser recusar toda e qualquer interacção com os media.
Entretanto, os comentários dos analistas à postura de diabolização e ataque indiscriminado da imprensa assumida pela campanha de McCain em nada favorecem o candidato; apenas revelam um lado muito pouco feliz da sua candidatura.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A narrativa eleitoral e os media

Interessante análise sobre os bastidores da narrativa mediática e as percepções do público.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pausa

No rescaldo das duas convenções, e do último dia de campanha francamente confrangedor, é bom aparecer alguém que nos diz para parar e respirar fundo: ainda faltam dois meses para a eleição.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Super-star

A campanha republicana decidiu combater a "celebridade" de Barack Obama com a sua própria "super-estrela". A governadora do Alaska, Sarah Palin, aparece com o seu bebé de quatro meses na capa de todas as revistas da imprensa cor-de-rosa americanas (a People Magazine foi a única publicação, até agora, a ter direito a uma entrevista com a candidata à vice-presidência). Mas Palin está também em destaque na capa dos diários e semanários:
- No Wall Street Journal, uma história sobre as contradições relativamente à controversa "Bridge to Nowhere";
- No Washington Post, uma história sobre as diárias que recebeu enquanto Governadora;
- Na Newsweek, uma história sobre a vida e as ideias de Sarah no Alaska;- Na Time, uma história sobre a economia e fiscalidade que defendeu no Alaska. Apesar das reclamações da equipa de John McCain, os media americanos continuam com o chamado processo de vetting * da candidata. Quanto à histeria que tomou conta da blogosfera (conservadora e liberal) depois da escolha de Sarah Palin, a a poeira está praticamente assente.

p.s. Uma boa medida da popularidade da candidata republicana: já foram postas à venda figuras de acção de Sarah Palin, nas versões fato de executiva, calções tipo Lara Croft e com o uniforme escolar que Britney Spears usou no video "One More Time".

* to vet: examinar, criticar, corrigir