terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ohio

Começou hoje a votação no Ohio, um dos estados mais importantes para o desfecho das eleições -- provavelmente, o mais importante de todos. Em 2004, a decisão do Ohio balançou o resultado e garantiu a reeleição de George W. Bush. A campanha democrata, bem como uma série de organizações que apoiam o candidato democrata, querem aproveitar a possibilidade do voto antecipado para garantir a participação de um número recorde de eleitores. Os partidários de Obama estão a organizar autocarros a partir dos centros universitários para levar os estudantes às respectivas secções de voto; os Teamsters, um dos mais poderosos sindicatos americanos, vão percorrer as zonas economicamente deprimidas com o seu "Early Vote Express". Pelo seu lado, o Comité Nacional Republicano deixou um apelo ao voto no seu website, enquanto prosseguem as movimentações no terreno para alterar as regras da votação antecipada.
Por definição, os eleitores de um estado indeciso esperam até à última hora para escolher o seu candidato. Será por isso interessante verificar até que ponto as alterações legais para promover o voto terão (ou não) reflexo no resultado final. Há quatro anos, muitas das secções de voto do Ohio permaneceram abertas muito para além da meia-noite para permitir que todos os eleitores pudessem depositar o seu voto -- mas muitos daqueles que esperaram durante horas nas filas para as urnas terminaram por não exercer o seu direito cívico.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Congresso chumba plano de resgate económico

O Dow Jones caiu mais de 700 pontos. As bancadas republicana e democrata da Câmara de Representantes do Congresso apontam o dedo e trocam acusações. Os dois candidatos presidenciais prometeram declarações para breve.

Pós-debate

Caros leitores, problemas logísticos e uma sucessão de vôos obrigaram o blogue a parar durante dois dias. Sobre o debate presidencial de Oxford, duas avaliações diferentes: os comentadores tendem a considerar que houve um empate, os espectadores maioritariamente dão a vitória a Barack Obama.Algumas considerações genéricas e outras mais particulares:
- Antes de mais, a qualidade do debate. Na fase das primárias os candidatos defrontaram-se dezenas de vezes, mas nunca de forma tão substancial como desta vez. Foi uma emissão animada, com menos tempo para perguntas e mais espaço para cada um explicar os seus pontos de vista e verdadeiramente debater (mais do que provocar ou responder) o seu adversário. Foram abordados muitos assuntos e em profundidade; o público ficou perfeitamente consciente que está perante dois homens com visões, ideias e propostas bem diferentes para o país -- resta agora aos eleitores decidir qual dos dois caminhos apresentados querem seguir.
- A teoria diz que é o concorrente que vem de trás que tem de "ganhar": um debate é uma oportunidade de recuperar terreno ou de ultrapassar o seu adversário. Neste caso, notoriamente, não aconteceu a John McCain. Beneficiou Barack Obama.
- Na gestão das expectativas, a pressão estava mais do lado do republicano: as questões de política externa e segurança nacional são o seu forte. Ninguém antecipava que McCain se "espalhasse", e o candidato demonstrou todo o seu conhecimento. Mas, ao contrário do que se esperava, não conseguiu fazer o caso da "inexperiência" do seu opositor -- Obama concordou muitas vezes com McCain, mas acrescentou sempre algo às suas respostas, revelando domínio dos assuntos. A missão do democrata era parecer presidenciável e anular as dúvidas de que pode ser comandante-em-chefe. O ponto foi para Obama.
- O bizarro comportamento de John McCain antes do debate fragilizou-o politicamente e lançou dúvidas na opinião pública. Nesse sentido, a prestação do republicano poderá ter servido para sossegar os eleitores quanto à iminência de (mais uma) implosão da sua candidatura. O ponto foi para McCain.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Bloco de notas

- No que diz respeito à crise económica, é o caos.

- Não podia ser mais polémica a interferência dos candidatos presidenciais nas negociações do Congresso com vista à aprovação do plano de resgate de Wall Street.

- Difícil de entender o comportamento errático de John McCain. Mas o candidato já garantiu que estará presente no primeiro debate presidencial em Oxford, Mississippi.

- A entrevista de Sarah Palin à CBS não lhe podia ter corrido pior.

Graceland

Jack Soden, o CEO das Elvis Presley Enterprises, que gere Graceland, a antiga propriedade do mítico músico norte-americano, sobre a classificação de Barack Obama como "rock star": "Eu compreendo a comparação por causa do entusiasmo e da adesão que ele suscita. Mas a questão é: ele sabe cantar? Nós aqui em Memphis pomos a fasquia bem alta..."

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Crise

Crise nos mercados financeiros: ainda não há acordo político para avançar um pacote de resgate das instituições de Wall Street em risco de colapso.

Crise na campanha eleitoral: o primeiro debate presidencial continua em risco.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Universidade de Mississippi

Declaração oficial da Universidade de Mississippi sobre o debate presidencial:

"A Universidade de Mississippi vai prosseguir os preparativos para o debate. Estamos preparados para receber os candidatos e esperamos que o evento possa decorrer conforme planeado.
Até ao momento, a Universidade não recebeu qualquer notificação de mudanças no horário ou local do debate.
Já notificamos a Comissão dos Debates Presidenciais que estamos a avançar conforme o calendário estabelecido.
Manteremos o público ao corrente de qualquer nova informação que venha a estar disponível".

John McCain suspende campanha

O candidato republicano John McCain suspendeu a campanha para se concentrar nas negociações do pacote legislativo de assistência de Wall Street, no valor de 700 mil milhões de dólares, que está em risco de chumbar no Congresso. McCain também quer adiar o primeiro debate televisivo, marcado para a próxima sexta-feira na Universidade de Oxford, Mississippi.

Act.: Alegadamente, a proposta que Mccain acaba de fazer à campanha de Barack Obama é cancelar o debate do Mississippi e enfrentar o seu adversário democrata a 2 de Outubro em St. Louis, para onde está programado o debate vice-presidencial (que teria de ser reagendado ou então cancelado). A campanha de McCain já garantiu que se Obama não aceitar a proposta e insistir em avançar com o debate na próxima sexta-feira sem haver consenso no Congresso quanto ao bail-out de Wall Street, o senador republicano não participará no evento.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Desgaste

O desgaste da relação da campanha do republicano John McCain com os media produziu hoje um pequeno motim, com o anúncio de um possível boicote perante o blackout da candidata à vice-presidência, Sarah Palin. Já passaram mais de 25 dias desde a apresentação da governadora do Alaska como parceira de McCain na corrida à Casa Branca e a estratégia continua a ser recusar toda e qualquer interacção com os media.
Entretanto, os comentários dos analistas à postura de diabolização e ataque indiscriminado da imprensa assumida pela campanha de McCain em nada favorecem o candidato; apenas revelam um lado muito pouco feliz da sua candidatura.

Já se vota na América

Nos estados do Kentucky, Georgia e Virginia, já há secções de voto abertas para os eleitores que quiserem evitar as filas e depositar os seus votos antes da data oficial das eleições -- e voto por correspondência também está disponível. E nas semanas seguintes, as autoridades eleitorais de pelo menos mais 34 estados vão dar início ao processo. Segundo as estimativas do Early Voting Information Center, cerca de um terço do eleitorado recorrerá ao método absentee nestas presidenciais, um aumento de 20 por cento face a 2004. Na Florida, pelo menos 40 por cento da população deverá votar pelo correio; no Nevada e Novo México metade dos eleitores irão às urnas antes de 4 de Novembro.
Ainda faltam três debates presidenciais e um debate vice-presidencial e seis semanas de campanha, e provavelmente as pessoas que vão aproveitar a possibilidade de votar antes do tempo são os eleitores que já estão mais do que decididos sobre o seu candidato preferido. As duas candidaturas organizaram-se agressivamente para garantir uma boa participação dos seus apoiantes, e as indicações das primeiras horas parecem confirmar que esta será uma eleição mais concorrida do que a anterior.
Tradicionalmente, eram os eleitores seniores aqueles que mais recorriam ao voto absentee, um eleitorado que este ano deve favorecer o republicano John McCain. Mas com a alteração das regras e a abertura de secções de voto em centenas de universidades, o democrata Barack Obama poderá beneficiar da adesão de um grupo etário que no passado se revelou indisciplinado no momento de ir às urnas.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Racismo

Aparentemente, a aplicação de modelos estatísticos às sondagens sobre as intenções de voto revelam que a candidatura de Barack Obama estaria seis pontos mais à frente se o senador do Illinois não fosse negro, de acordo com um estudo conduzido pela Yahoo, Knowledge Networks e a Universidade de Stanford.

Regras

As candidaturas democrata e republicana chegaram a acordo nas regras para os debates presidenciais: mais liberdade para Obama e McCain; um formato mais convencional para Biden e Palin.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

McCain e Zapatero

Ora aqui está um daqueles casos que entretém a imprensa europeia e parece não incomodar minimamente os eleitores norte-americanos -- "eles estão preocupados com muitas coisas, a economia ou a imigração; não a Espanha", comenta a jornalista de uma rádio em espanhol de Miami que entrevistou o candidato republicano John McCain. Uma das perguntas tinha a ver com o potencial interesse de McCain em receber o primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, que até agora tem encontrado a porta da Casa Branca fechada, aparentemente porque a Administração Bush não lhe perdoa ter retirado as tropas do Iraque. A primeira resposta do senador do Arizona dava a entender que ou McCain não sabia quem era Zapatero ou onde fica a Espanha. Pressionado quatro vezes, o candidato manteve a sua resposta: "Confrontarei todos os líderes dos países que não partilham os nossos valores e a nossa filosofia: direitos humanos, democracia e liberdade".

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A narrativa eleitoral e os media

Interessante análise sobre os bastidores da narrativa mediática e as percepções do público.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Minuto de comédia

No mesmo dia em que a campanha se fez com golpes e contragolpes sobre a turbulência em Wall Street e o ambiente de instabilidade económica generalizado, ou em que se multiplicaram as reacções sobre a recusa da candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin, em colaborar com a investigação de um caso de alegado abuso de poder enquanto governadora do Alaska, um minuto de genuína e divertida distracção:
John McCain, inventor do Blackberry!
É bom saber que, às vezes, é possível descomprimir e dar uma gargalhada (e que alívio que nenhuma das campanhas levou o assunto a sério... para já...)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sequela pior do que o original

Toda a gente anda distraída com Sarah Palin esquecendo-se que Joe Biden também está em campanha. Será mais difícil depois do discurso que o senador democrata do Delaware inaugurou hoje: um contundente ataque a John McCain e ao Partido Republicano, recorrendo às promessas feitas por George W. Bush na campanha de 2000 e enumerando os resultados, oito anos mais tarde. "Todos vimos este filme, e todos sabemos que as sequelas são sempre piores do que os originais", atirou Biden, designando McCain como o "Bush 44".

Karl Rove

Não escapou a niguém a ironia de ter sido Karl Rove a notar que o caminho que as campanhas republicana e democrata decidiram seguir na semana passada, com uma sucessão de anúncios fortemente negativos, só pode acabar mal.
O antigo braço direito de George W. Bush — que uns rejeitam como a mente mais maquiavélica da política eleitoral americana, outros festejam como o mais competente, eficaz e inovador operacional político do século, e quase todos reconhecem como "brilhante" — veio recomendar calma às duas candidaturas, no seu típico sorriso de Gioconda.

Voto

A campanha eleitoral não se faz apenas com as candidaturas oficiais, e há sempre uma imensidão de organizações e movimentos tão ou mais envolvidos no processo -- as ligas dos eleitores seniores, ou da promoção das mulheres na política, ou da defesa dos interesses das crianças, ou da protecção do ambiente, ou da liberdade na internet, ou da vigilância dos preconceitos dos media, ou da contagem do dinheiro das campanhas, ..., todas estão activamente envolvidas no processo democrático. Algumas destas organizações são apartidárias, umas são independentes e outras afiliadas dos partidos ou engajadas com uma ou outra candidatura, e todas contribuem para enriquecer (ou às vezes, ensurdecer) o debate político. Além disso, muitos destes grupos são responsáveis pela prestação de um serviço público imprescindível para o sucesso da eleição: o registo de eleitores.
Por exemplo, a Wal-Mart, gigante da distribuição americana, iniciou uma campanha de registo de eleitores, com a repetição de anúncios nas suas lojas apelando ao voto em Novembro. O alvo potencial desta campanha é impressionante: 1,4 milhões de empregados e cerca de 136 milhões de clientes por semana, a esmagadora maioria dos quais mulheres, um dos grupos demográficos mais disputado pelas duas candidaturas. Segundo as sondagens, mais de metade dos eleitores que se declaram indecisos são clientes do Wal-Mart.
Igualmente interessante a iniciativa de um grupo de estudantes das Universidades de Brown e do Wisconsin, que criaram um website, GoVoteAbsentee.org, onde está reunida toda a informação sobre como votar à distância e pelo correio, uma prática comum nos Estados Unidos mas envolta em complicações (o processo varia de estado para estado e às vezes mesmo de condado para condado, envolve diferentes requisitos e obedece a diferentes calendários).
Para os eleitores a residir temporariamente no estrangeiro ou para os militares destacados fora do país, também foi criado um website a explicar tudo o que precisam de fazer para não falhar a eleição.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Reacções

Reacções à primeira parte da entrevista de Sarah Palin, aqui e aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pausa

No rescaldo das duas convenções, e do último dia de campanha francamente confrangedor, é bom aparecer alguém que nos diz para parar e respirar fundo: ainda faltam dois meses para a eleição.

Entrevista

A candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin, viajou de volta para o Alaska e aceitou levar consigo uma equipa da cadeia televisiva ABC. Aparentemente, a sua primeira entrevista poderá acontecer ainda hoje. Além das inúmeras perguntas sobre política externa que podem interessar aos eleitores americanos (os editores da insuspeita revista "Foreign Policy" publicaram uma lista com vinte sugestões), há algumas mais prementes relativas às opiniões e propostas da governadora e ainda aos últimos factos da campanha:
- qual o papel que terá como vice-presidente se for eleita;
- como justifica as diferenças entre o seu actual discurso de oposição aos "earmarks" e à chamada "ponte para lugar nenhum" e as suas anteriores posições enquanto mayor de Wasilla e governadora do Alaska;
- qual a sua posição relativamente ao aquecimento global;
- qual a sua apreciação dos sermões da sua igreja, nomeadamente aqueles sobre a guerra do Iraque como uma missão de Deus ou sobre o poder da oração como cura da homossexualidade;
- quais as políticas da Administração Bush com que concorda e com que discorda;
- em que medida a campanha democrata e os orgãos de comunicação a têm tratado de forma sexista e chauvinista.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ilusão

Até agora, seria impossível desmentir que esta tem sido uma campanha eleitoral diferente das últimas campanhas presidenciais dos Estados Unidos -- substancialmente, por causa da diferença dos candidatos envolvidos face aos protagonistas do passado.
Com a meta a aproximar-se, e a corrida tão renhida, é apenas natural que o combate ideológico aqueça e endureça, mas assistimos já a alguns sinais preocupantes de que se ultrapassou o limiar da concorrência saudável. Começou com a reacção precipitada da campanha de Barack Obama à escolha de Sarah Palin para a vice-presidência: o candidato democrata foi forçado a demarcar-se das tentativas de assassinato de carácter da governadora do Alaska. A campanha republicana hoje prosseguiu na mesma linha, com dois anúncios televisivos que distorcem os factos para descrever o candidato democrato de forma francamente negativa: um deles acusa Obama de querer promover aulas sobre sexo nos infantários (o senador democrata subscreveu uma lei que criava programas que ensinavam as crianças a distinguir predadores sexuais) e o outro usava uma expressão idiomática usada pelo democrata ["lipstick on a pig"] como uma acusação de calúnia.
Ambas as candidaturas continuam a falar de mudança, mas para quem assiste à campanha todos os dias, a perspectiva de uma campanha diferente já não passa de uma ilusão.

Act.: A campanha de John McCain teve de retirar o seu anúncio "Lipstick" do ar por causa de uma queixa da CBS relativamente à utilização de declarações feitas pela sua jornalista Katie Couric a propósito da campanha de Hillary Clinton e que são citadas fora do contexto e sem a sua autorização. O anúncio continua disponível no website oficial da campanha.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Super-star

A campanha republicana decidiu combater a "celebridade" de Barack Obama com a sua própria "super-estrela". A governadora do Alaska, Sarah Palin, aparece com o seu bebé de quatro meses na capa de todas as revistas da imprensa cor-de-rosa americanas (a People Magazine foi a única publicação, até agora, a ter direito a uma entrevista com a candidata à vice-presidência). Mas Palin está também em destaque na capa dos diários e semanários:
- No Wall Street Journal, uma história sobre as contradições relativamente à controversa "Bridge to Nowhere";
- No Washington Post, uma história sobre as diárias que recebeu enquanto Governadora;
- Na Newsweek, uma história sobre a vida e as ideias de Sarah no Alaska;- Na Time, uma história sobre a economia e fiscalidade que defendeu no Alaska. Apesar das reclamações da equipa de John McCain, os media americanos continuam com o chamado processo de vetting * da candidata. Quanto à histeria que tomou conta da blogosfera (conservadora e liberal) depois da escolha de Sarah Palin, a a poeira está praticamente assente.

p.s. Uma boa medida da popularidade da candidata republicana: já foram postas à venda figuras de acção de Sarah Palin, nas versões fato de executiva, calções tipo Lara Croft e com o uniforme escolar que Britney Spears usou no video "One More Time".

* to vet: examinar, criticar, corrigir

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Aviso

Nos próximos três dias, o blogue estará parado.

Super-heróis

A Convenção foi inundada por um poster alternativo ao cartaz oficial da dupla republicana McCain-Palin. Dizem G.I. John-Superwoman, e explicam que é o superheroticket.com.

Agente de mudança

John McCain "roubou" o título do seu discurso ao seu adversário Barack Obama, e reclama para si o papel do agente da mudança que Washington precisa. Dos excerptos de logo à noite já disponibilizados: "O constante rancor partidário que nos impede de resolver os problemas não é uma causa, é um sintoma. É o que acontece quando as pessoas vão para Washington defender os seus interesses e não os interesses do país". "Deixem-me fazer um aviso à estafada multidão de Washington que só pensa em gastar muito, fazer nada e pôr-se primeiro do que o país: a mudança está a caminho!".
Why, McCain não vai falar de economia??

Top ten

Os automóveis servem para muitos americanos como o meio de difusão das suas posições e ideias políticas. Aqui fica a lista dos autocolantes mais populares entre os conservadores:

1) "If you can read this, thank a teacher. If you can read this in English, thank a soldier."

2) "Keep working. Millions on welfare depend on you."

3) "Right wing whacko, clinging to guns and religion."

4) "I work therefore I am conservative."

5) "Gun control is hitting your target repeatedly."

6) "First liberate Iraq, Then take back Hollywood."

7) "Bigot: a conservative winning an argument with a liberal."

8) "When guns are outlawed, I'll be an outlaw."

9) "Guns don't kill people, Abortion clinics kill people."

10) "Land of the free because of the brave."

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Teleponto

No teleponto de Sarah Palin, a palavra "nuclear" foi sempre escrita "new-clear" para evitar que a governadora do Alaska se enganasse na pronúncia (como o actual presidente George W. Bush).

"Country First: Peace" - Agenda do dia

5 p.m. to 6 p.m.

• Entertainment (Music): Al Williams
• Entertainment (Monologue): James McEachin
• Call to Order, Introduction of Colors: Republican National Committee Chairman Robert M. "Mike" Duncan
• Presentation of Colors: Fort Snelling Joint Services Color Guards
• Pledge of Allegiance: Olympians Ryan Berube, Mitch Gaylord, Brittany Hayes, Barbra Higgins, Larsen Jensen, Elle Logan, Marcus McElhenney and John Naber
• Singing of the National Anthem: Trace Adkins
• Invocation: His Eminence Archbishop Demetrios

6 p.m. to 7 p.m.

• Speaker: U.S. Rep. Tom Cole (Okla.)
• Speaker: Erik Paulsen
• Speaker: Jay Love
• Speaker: Charlie Summers
• Speaker: Aaron Schock
• Speaker: David Cappiello
• Speaker: U.S. Sen. John Ensign (Nev.)
• Video: "Country First: Peace," with narration by Robert Duvall
• Statement of Rule Regarding Vice Presidential Nomination; Recognition of Delegates Making Motions; and Adoption and Announcement of Nominee: U.S. Sen. Mitch McConnell (Ky.)
• Speaker: Maria Cino, President and CEO of the 2008 Republican National Convention
• Speaker: U.S. Rep. Marsha Blackburn (Tenn.)
• Speaker: The Honorable Rosario Marin

7 p.m. to 8 p.m.

• Speaker: Joe Watkins
• Speaker: U.S. Sen. Mel Martinez (Fla.)
• Speaker: Gov. Tim Pawlenty (Minn.)
• Speaker with Video: Former U.S. Senate Majority Leader Bill Frist (Tenn.)
• Speaker: Lt. Gen. Carol Mutter, USMC (Ret.)
• Speaker: U.S. Sen. Sam Brownback (Kan.)
• Speaker: U.S. Rep. Mary Fallin (Okla.)
• Video: "World Stood Still"

8 p.m. to 9 p.m.

• Speaker: U.S. Sen. Lindsey Graham (S.C.)
• Video: "Vice Presidential Nominee Governor Sarah Palin"
• Speaker: Former Gov. Tom Ridge (Penn.)
• Video: "America’s Place in the World"
• Speaker: Mrs. Cindy McCain

9 p.m. to 10 p.m.

• Video: "Senator John McCain"
• Speaker: Presidential Nominee John McCain

10 p.m. to Conclusion

• Floor Demonstration, Balloon Drop, McCain and Palin Families on Stage
• Introduction of Presiding Officer: U.S. House Republican Leader John Boehner (Ohio)
• Benediction: Pastor Dan Yeary
• Introduction of Delegate for Motion, Adoption and Adjournment: U.S. House Republican Leader John Boehner (Ohio)

Mike Huckabee

Para Mike Huckabee, a comparação de Sarah Palin é com Joe Biden: "Ela teve mais votos como concorrente a mayor de Wasilla do que ele como candidato a presidente dos Estados Unidos".

Liberal

A palavra que os republicanos mais odeiam rola da boca do antigo governador do Massachusetts, Mitt Romney, a cada frase.

Educação

Jerry Hagstrom, comentador do National Journal e autor do livro “Beyond Reagan: The New Landscape of American Politics”, esteve em todas as convenções — democratas e republicanas — desde 1984 e diz que nunca viu dois candidatos mais inexperientes que Barack Obama e Sarah Palin. Mas sobre a diferença de qualidade entre a inexperiência de Obama e a de Palin: "Obama graduou-se na Universidade de Columbia de Nova Iorque e pós-graduou-se na Universidade de Harvard. Foi director da Harvard Law Review. Foi professor de Direito na Universidade de Chicago. Tem um enorme registo de pensamento e opiniões sobre complexas questões jurídicas e constitucionais e sobre assuntos políticos domésticos e internacionais. Sarah Palin tem uma licenciatura em jornalismo pela Universidade de Idaho, e um interesse na associação de pais da escola secundária de Wasilla", disse ao PÚBLICO.

A melhor defesa é o ataque

Dos poucos excerptos que já se conhecem do discurso desta noite da governadora Sarah Palin, duas evidências: vai culpar a "liberal" imprensa norte-americana por uma cobertura "preconceituosa" da sua nomeação — "Quando não se é um membro aclamado da elite de Washington, alguns nos media acham que essa é uma razão para desqualificar um candidato. Mas aqui está uma notícia para esses repórteres e comentadores: eu não vou para Washington para procurar as boas opiniões deles" — e vai assumir vigorosamente o papel de "cão de ataque" destinado aos candidatos a vice-presidente, a quem compete arrasar com o candidato rival. "Como os nossos adversários nesta eleição presidencial parecem tão interessados em diminuir a minha experiência como 'mayor' de uma pequena cidade, deixem-me explicar o que o cargo envolve: é como ser um 'líder comunitário', com a excepção que temos realmente responsabilidades", vai atirar. A seta venenosa, porém, é outra e vai direitinha contra "aqueles que usam a mudança para promover as suas carreiras políticas".

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Proibido

Na lista dos objectos proibidos no Xcel Energy Center constam armas e facas ("independentemente do tamanho"), pistolas-taser, explosivos, fogo de artifício, "mace" e gás pimenta, guarda-chuvas, carrinhos de bebé, bengalas, lancheiras, aerosóis (excepto maquilhagem), sinos, buzinas, faixas, cartazes, placards, tesouras e agulhas de tricot.

Mudança vs Reforma

É nestes termos que os estrategas republicanos pretendem enquadrar o debate na campanha eleitoral que se aproxima. A luta não será sobre quem tem mais experiência; será, antes, sobre qual dos dois candidatos está em melhores condições de criar um novo ambiente em Washington. O primeiro debate televisivo será fundamental: Obama terá de explicar de que forma ele quer promover a mudança e McCain terá de provar até que ponto ele é diferente de Bush.

"Country First: Prosperity" - Agenda do dia

6 p.m. to 7 p.m.

• Call to Order, Introduction of Colors: U.S. Sen. Republican Leader Mitch McConnell (Ky.)
• Presentation of Colors: Law Enforcement Memorial Association (Minn.)
• Pledge of Allegiance: Sharon Clahchischilliage and Mary Leavitt
• Singing of "America the Beautiful": John Shillington and Ruby Brown
• Invocation: Father Edward Reese
• Speaker: U.S. Sen. Republican Leader Mitch McConnell (Ky.)
• Video: "Country First: Prosperity," with narration by Robert Duvall
• Speaker: Anne Beiler
• Speaker: U.S. Sen. Norm Coleman (Minn.)
• Speaker: Renee Amoore
• Speaker: State Sen. Abel Maldonado (Calif.)
• Speaker: Carolyn Dunn

7 p.m. to 8 p.m.

• Speaker: Dr. Elena Rios
• Speaker: Ruth Novodor
• Speaker: Christy Swanson
• Speaker: Texas Railroad Commission Chairman Michael Williams
• Speaker: Resident Commissioner of Puerto Rico Luis Fortuno
• Speaker: Meg Whitman, former President and CEO of EBay
• Video: Sen. McCain’s Economic Reform Package
• Speaker: Carly Fiorina, former Chairman and CEO of Hewlett-Packard
• Prayer: Bishop Thomas Wenski

8 p.m. to 9 p.m.

• Speaker: GOPAC Chairman Michael Steele
• Speaker: Former Gov. Mitt Romney (Mass.)
• Speaker: Former Gov. Mike Huckabee (Ark.)
• Musical Performance: John Rich, Gretchen Wilson, and Cowboy Troy
9 p.m. to 10 p.m.

• Speaker: Former Mayor Rudy Giuliani (N.Y.)
• Speaker: Gov. Linda Lingle (Hawaii)
• Video: Sarah Palin
• Speaker: Vice Presidential Nominee Sarah Palin

10 p.m. to Conclusion

• Procedural Activities Required for Nomination of the Presidential Candidate: U.S. House Republican Leader John Boehner (Ohio)
• Roll Call: Sec. Jean Inman, Assist. Sec. Connie Nicholas, and Assist. Sec. Rosie Tripp
• Benediction: Rev. Eva Rodriguez
• Adjournment: U.S. House Republican Leader John Boehner (Ohio)

Entusiasmo







Fotos: Reuters

Joe Lieberman

A táctica defesa/ataque prossegue com Joe Lieberman, o senador independente do Connecticut que foi candidato à vice-presidência no "ticket" democrata de Al Gore.
Defesa de John McCain:
"I’m here to support John McCain because country matters more than party.
I'm here tonight because John McCain is the best choice to bring our country together and lead our country forward.
I’m here because John McCain’s whole life testifies to a great truth: being a Democrat or a Republican is important.
But it is not more important than being an American.
Both presidential candidates this year talk about changing the culture of Washington, about breaking through the partisan gridlock and special interests that are poisoning our politics.
But only one of them has actually done it.
Only one leader has shown the courage and the capability to rise above the smallness of our politics to get big things done for our country and our people.
And that leader is John McCain!";
Ataque de Barack Obama:
"Senator Obama is a gifted and eloquent young man who can do great things for our country in the years ahead. But eloquence is no substitute for a record -- not in these tough times for America.
In the Senate he has not reached across party lines to get anything significant done, nor has he been willing to take on powerful interest groups in the Democratic Party.";
Defesa de Bill Clinton (!):
"Contrast that to John McCain’s record, or the record of the last Democratic President, Bill Clinton, who stood up to some of those same Democratic interest groups and worked with Republicans to get important things done like welfare reform, free trade agreements, and a balanced budget.";
E defesa de Sarah Palin:
"Governor Sarah Palin, like John McCain, is a reformer who has taken on the special interests and reached across party lines. She is a leader we can count on to help John shake up Washington.
That’s why the McCain-Palin ticket is the real ticket for change this year.
The Washington bureaucrats and power brokers can’t build a pen strong enough to hold these two mavericks.
And together, you can count on John McCain and Sarah Palin to fight for America and to fight for you! And that’s what our country needs most right now."

Fred Thompson

Na famosa série "Law & Order", Fred Thompson, o actor que foi senador pelo estado do Tennessee e também candidato à nomeação republicana à Casa Branca, desempenhava o papel de um Procurador Geral.
Esta noite, na Convenção Republicana, foi o advogado de defesa de Sarah Palin:

"Speaking of the vice presidential nominee, what a breath of fresh air Governor Sarah Palin is.

She is from a small town, with small town values, but that's not good enough for those folks who are attacking her and her family.

Some Washington pundits and media big shots are in a frenzy over the selection of a woman who has actually governed rather than just talked a good game on the Sunday talk shows and hit the Washington cocktail circuit. Well, give me a tough Alaskan Governor who has taken on the political establishment in the largest state in the Union -- and won -- over the beltway business-as-usual crowd any day of the week.

Let's be clear ... the selection of Governor Palin has the other side and their friends in the media in a state of panic. She is a courageous, successful, reformer, who is not afraid to take on the establishment.

Sound like anyone else we know?

She has run a municipality and she has run a state.

And I can say without fear of contradiction that she is the only nominee in the history of either party who knows how to properly field dress a moose ... with the possible exception of Teddy Roosevelt.

She and John McCain are not going to care how much the alligators get irritated when they get to Washington, they're going to drain that swamp."

E o advogado de acusação de Barack Obama:

"To deal with these challenges the Democrats present a history making nominee for president.

History making in that he is the most liberal, most inexperienced nominee to ever run for President. Apparently they believe that he would match up well with the history making, Democrat controlled Congress. History making because it's the least accomplished and most unpopular Congress in our nation's history.

Together, they would take on these urgent challenges with protectionism, higher taxes and an even bigger bureaucracy.

And a Supreme Court that could be lost to liberalism for a generation.

This is not reform.

And it's certainly not change.

It is basically the same old stuff they've been peddling for years. America needs a President who understands the nature of the world we live in."

Oito minutos

Foi o tempo da intervenção do Presidente George W. Bush (via satélite) na Convenção Republicana. Foi breve a passagem de testemunho.

A pergunta da noite

O jornal Politico fez uma lista das "5 coisas a que estar com atenção esta noite" e explica porquê. E diz que apesar de o objectivo da noite ser mostrar quem é John McCain, a dúvida que paira na plateia é saber quem é Sarah Palin. Tal como aconteceu no arranque da Convenção Nacional Democrata, esta festa ainda não pertence ao nomeado.

Ovação

Assim que foi anunciado o nome da presidente do corpo de bombeiros de Minneapolis, Shanna Hanson, a plateia do Xcel Center irrompeu num aplauso ensurdecedor. A oradora bloqueou de surpresa. Mas percebeu um segundo depois que as palmas se destinavam a reconhecer a entrada na sala do 41º Presidente dos Estados Unidos, George H. Bush e mulher.

Julgamento

Uma das questões em debate desde a indicação da governadora do Alaska Sarah Palin como candidata à vice-presidência tem a ver com o julgamento manifestado pelo senador do Arizona John McCain com a sua escolha. Segundo os números coligidos pelo National Journal junto dos "insiders" republicanos, - ie, as bases do partido -, a maioria tem mais respeito pelo julgamento de John McCain porque ele escolheu Palin (46 por cento). No entanto, um número significativo de inquiridos (25 por cento) disse ter menos respeito pela capacidade de julgamento de McCain com base nessa decisão.
Aqui fica uma amostra das opiniões recolhidas. "A escolha revelou coragem, energizou a base ainda suspeita e provou o seu carácter independente", disse um dos inquiridos (os participantes na sondagem são identificados mas as citações não são atribuídas para as pessoas poderem falar livremente). "Compreendo a estratégia política por detrás da decisão. E compreendo que a decisão permite a John McCain voltar a ser um rebelde e um reformista. Mas duvido que ele acredite realmente que ela está preparada para ser presidente", disse outro. Finalmente: "McCain não se importa com crenças, valores, temas ou ideologias. Ele quis simplesmente escolher alguém parecido com ele".

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Mall of America

Entre os muitos muitos items incluídos no "goodie bag" que acompanha a credencial de imprensa da Convenção Nacional Republicana, uma série de vales de desconto para gastar no Mall of America. O Mall of America é um centro comercial impressionante: tem uma área de 390 mil metros quadrados, mais de 500 lojas e cerca de 20 mil lugares de estacionamento. Lá dentro cabem sete "Yankee Stadiums", ou 258 estátuas da Liberdade. Doze mil pessoas trabalham lá dentro; o número de visitantes anuais é de mais de 40 milhões -- se cada um deles perdesse dez minutos em cada loja, precisaria de mais de 86 horas para completar a visita. Além das lojas, tem um parque de diversões. Dobra-se uma esquina e em vez de mais um armazém está uma montanha russa, uma roda gigante e muitos outros carrosséis (aparentemente também tem um espaço dedicado a aventuras aquáticas). No aeroporto de Minneapolis/St. Paul, toda a sinalização está escrita em inglês e japonês -- é por causa das excursões de consumidores japoneses, que chegam em vôos directos para fazer compras no Mall of America. Para a população do Minnesota, o espaço representa verdadeiramente o país: não é o maior do mundo, mas é o melhor, dizem. "Não há ninguém que não queira cá vir. E não há quem cá venha que não goste", acrescentam.

Vice-Presidente

É mais uma prova da originalidade e excepção desta campanha eleitoral: a escolha dos vice-presidentes, habitualmente um facto político de um dia, desta vez está a revelar-se de enorme importância. Os analistas concordam nas razões que explicam esse interesse sem precedentes. No caso dos democratas, porque a escolha de Joe Biden foi feita como um contrapeso a Barack Obama, e a narrativa mediática e política estava concentrada na inexperiência do senador do Illinois em questões de política externa e segurança nacional. No caso dos republicanos, por causa da idade de John McCain e a perspectiva de este só vir a cumprir um mandato no caso de ser eleito. Também porque a escolha da governadora do Alaska Sarah Palin apanhou toda a gente de surpresa: o facto de esta desconhecida do público norte-americano poder herdar a liderança do Partido Republicano é uma das histórias mais sensacionais da campanha até agora, e tão cedo não vai sair das primeiras páginas.

"Country First: Service (part II)" - Agenda do dia

A Convenção regressa com o tema do primeiro dia, "Serviço". Segundo explicou o director de campanha, Rick Davis, numa conference call com jornalistas logo pela manhãzinha, a decisão de trocar a programação do segundo dia pelo primeiro tem a ver com a "apresentação da história e personalidade do candidato", que, na sua opinião, é a "mensagem mais importante que não pode deixar de ser comunicada ao público". Alguns elementos do programa previsto para hoje — "Reforma" — serão incorporados na ordem de trabalhos, outros serão "reciclados" nas noites subsequentes, mas a maior parte serão perdidos.
Entre as pessoas que vão passar pelo palco do Xcel Center:
- Um amigo pessoal do casal McCain que adoptou Nicky, uma das duas crianças que a mulher do candidato, Cindy, resgatou de um orfanato no Bangladesh (os McCain adoptaram a outra, Bridget);
- Um companheiro de cela de John McCain no "Hanoi Hilton", o maior centro de prisioneiros de guerra no Vietname;
- Laura Bush e George W. Bush: o Presidente falará aos delegados via satélite a partir da Casa Branca no arranque do "prime time";
- Fred Thompson, o antigo senador e ex-concorrente de McCain pela nomeação republicana, num discurso sobre "A coragem e serviço de John McCain";
- Joe Lieberman, antigo candidato vice-presidencial democrata e senador independente, cuja intervenção intitulada "The original maverick" deverá concentrar-se na ideia do "excepcionalismo americano".

p.s. - Ontem, na sessão abreviada, foram aprovadas as regras de funcionamento da Convenção e adoptada a plataforma política do partido.

De volta ao normal

Passou o furacão, regressa a política. A Convenção Nacional Republicana retoma a programação, com algumas pequenas alterações (Rudy Giuliani, que deveria falar esta noite, será orador amanhã ou quinta-feira; Joe Lieberman, cuja intervenção de ontem foi cancelada, subirá hoje ao palco do Xcel Center).

Pavlov

"Quando se fala em furacão, o que as pessoas ouvem realmente é Katrina", Matthew Dowd, consultor republicano e estratega da campanha de George W. Bush em 2004.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Bush/Cheney

A campanha de John McCain tinha sido obrigada a um exercício de difícil diplomacia para acomodar a participação do Presidente George W. Bush e do Vice-Presidente Dick Cheney na Convenção Nacional Republicana. A dupla é a mais impopular da história das sondagens que medem a opinião dos norte-americanos sobre os seus governantes. Mas apesar do público em geral ter uma opinião francamente desfavorável, uma maioria de 65 por cento dos eleitores declarados como republicanos ainda diz apoiar as políticas da actual Administração. A presença dos dois em Saint-Paul seria um sinal de McCain, para as bases, de que não esconjura o seu legado. Para os independentes e indecisos, porém, a associação do senador do Arizona às políticas do Presidente é um risco enorme. A solução encontrada foi a de ter os dois oradores a abrir a Convenção. Uma jogada inteligente dado que: 1) as cadeias de televisão costumam ignorar os discursos iniciais, a meio da tarde, que têm reduzidas audiências; 2) o primeiro dia de trabalhos era o feriado do Labor Day, que a maior parte das famílias aproveita ou para fazer pic-nics ou para ir às compras; 3) amanhã começa o novo ano lectivo.
Mas depois veio o furacão Gustavo e Bush e Cheney anunciaram que não vinham a Saint-Paul. O primeiro dia de Convenção foi um não-evento, mas bastou isso para correr bem para John McCain.

"Country First: Service" - Agenda do dia

A programação oficial pré-Gustavo apontava o "Serviço" como o tema para o primeiro dia de trabalhos na Convenção Nacional Republicana. Da longa lista de oradores convocados — Presidente George W. Bush, Vice- Presidente Richard B. Cheney, governadores Tim Pawlenty (Minnesota), Rick Perry (Texas) ou Arnold Schwarzenegger (Califórnia), senador Joseph Lieberman (independente do Conneticut) — só a Primeira-Dama Laura Bush vai passar pelo palco do Xcel Center. Todas as intervenções políticas foram canceladas, mas não o tema do dia: o recinto desportivo onde decorre a Convenção tornou-se um centro de apoio para as populações afectadas pelo furacão Gustavo e os apelos à ajuda, seja por contribuições financeiras ou voluntariado, serão o assunto dos poucos discursos do dia.

Avó

Depois dos bloggers americanos andarem entretidos durante horas com alegações de que a governadora do Alaska Sarah Palin é na realidade avó do bebé Trig Paxson de quatro meses, a campanha republicana emitiu um comunicado que desmente o boato e anuncia que Bristol, a filha mais velha da candidata à vice-presidência, está grávida e pretende casar-se.

Causa e consequência

Efeito imediato da escolha da governadora do Alaska, Sarah Palin, para candidata à vice-presidência no ticket republicano: mais sete milhões de dólares em donativos desde que foi feito o anúncio, informou a campanha de John McCain. Os editoriais dos jornais de referência reagiram com incrudelidade; as bases republicanas com energia.