Acaba de ser revisto e actualizado — e mesmo a tempo de ser intensamente utilizado — o "Dicionário Político" de William Safire, o escritor, colunista e etimólogo que tem vindo a compilar, explicar e enquadrar os termos, frases e expressões idiomáticas que caracterizam o discurso político norte-americano há mais de quarenta anos.
Nesta nova edição constam algumas expressões celebrizadas pela Administração Bush, como Compassionate Conservatism [conservadorismo compassivo (ou compadecido)] e Axis of Evil [Eixo do Mal] . Mas também change [mudança] a palavra-chave da actual campanha eleitoral. Safire informa que a palavra foi usada pela primeira vez nas vésperas das presidenciais de 1864, quando os apoiantes de Abraham Lincoln repetiram qualquer coisa como "não faz sentido mudar de cavalos quando já se vai a meio do rio" ["Don't change horses in the middle of the stream", no original]. Os partidários do general George McClellan, concorrente do futuro presidente, ripostaram que "ou se mudava de cavalo ou se afundava" ["Change horses or drown"].
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Dicionário
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Rita Siza
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Glossário: Lame duck
Glossário - onde se explicam alguns dos termos mais rebuscados do dicionário político americano
No meio de tanta agitação com a corrida à presidência dos EUA, convém não esquecer que a Casa Branca ainda tem ocupante - e que George W. Bush vai ocupar o cargo até 20 de Janeiro.
Ou seja, ainda há mais um ano de George W. Bush. Mas será um ano de Bush como "lame duck".
Este termo (à letra: "patinho coxo") designa no léxico anglo-saxónico políticos, governos ou dirigentes de outras instituições que estão no fim do seu mandato e não podem ou não querem recandidatar-se.
É o caso de Bush. Um "lame duck", normalmente, tem a sua autoridade e influência diminuídas.
Quer dizer: os seus poderes nominais mantêm-se, mas a sua "magistratura de influência" dilui-se. No caso dos presidentes americanos - cujos poderes, sobretudo para questões internas, são muito limitados pelo Congresso - a situação "lame duck" costuma significar finais de mandato virados para salvaguardar o seu "legado", normalmente com iniciativas a nível internacional.
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Pedro Ribeiro
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Glossário: Beauty contest
Glossário - onde se explicam alguns dos termos mais rebuscados do dicionário político americano
Beauty Contest
As primárias da Florida já tiveram impactos significativos na campanha. Mas, do lado democrata, não contaram; devido a discordâncias sobre a calendarização da eleição, o Partido Democrata determinou que este estado (tal como o Michigan, e pela mesma razão) não vai ter direito a delegados na convenção que vai nomear o candidato democrata à presidência.
Daí que haja muitas descrições da eleição democrata na Florida como um "beauty contest" ("concurso de beleza"). O termo, no contexto político americano, define uma eleição em que não se decide nada - como num concurso de "misses", vota-se em quem é mais "bonito", mas a decisão não tem consequências de facto.
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Pedro Ribeiro
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terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Glossário: Robocalls e Push-Polling
Glossário - onde se explicam alguns dos termos mais rebuscados do dicionário político americano
Robocall
Chamadas automáticas feitas em massa por campanhas políticas. É uma espécie de "spam" telefónico.
Contava-se aqui abaixo como o telefonema é uma arma de campanha habitual em eleições americanas; tradicionalmente, essas chamadas eram personalizadas. Isto é, eram feitas por um indivíduo que falava directamente com a pessoa do outro lado da linha.
Actualmente, as campanhas recorrem muito mais às "robocalls" - mensagens gravadas, enviadas em massa para muitos milhares de telefones ao mesmo tempo. A sua eficácia é duvidosa e há muita gente que não gosta delas, mas como são um meio directo e relativamente barato de chegar a muita gente, são cada mais utilizadas.
Push-polling
As chamadas telefónicas de campanhas políticas podem servir para transmitir propaganda de um candidato, tentar mobilizar o eleitorado para ir votar ou, em alguns casos, para fazer sondagens.
Há ainda uma outra possibilidade: ataques disfarçados de sondagens. Isso é o "push-polling" - uma prática que todos os agentes políticos dizem detestar, mas que muitos utilizam.
Uma "push-poll" é um telefonema cujo autor se apresenta ao interlocutor como fazendo uma sondagem. Mas as perguntas são direccionadas para transmitir uma determinada mensagem, normalmente para chamar a atenção para um aspecto negativo de um candidato adversário da organização que está a fazer a chamada.
Por exemplo, uma "push poll" podia perguntar qualquer coisa como "o facto de o candidato X ser a favor do aborto torna mais provável que vote nele ou não?" ou "acha que é boa ideia aumentar os impostos, como o candidato Y acha que se deve fazer?".
Algumas "push polls" são bastante mais pérfidas - porque procuram disseminar mentiras a coberto do pretexto das sondagens.
O exemplo mais conhecido de uma "push poll" deste tipo remonta às primárias da Carolina do Sul de 2000 - quando aliados de George W. Bush (cuja campanha sempre desmentiu estar por trás das chamadas) fizeram telefonemas a eleitores com perguntas como "estaria mais ou menos inclinado a votar em John McCain se soubesse que ele tinha uma filha negra ilegítima?" (esta pergunta era especialmente maliciosa, porque foi acompanhada da distribuição de panfletos em que McCain aparecia em fotos junto de uma rapariga de pele escura - que não é uma filha ilegítima de McCain, mas sim uma filha adoptiva nascida no Bangladesh...)
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Pedro Ribeiro
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