O blogue do New York Times apresenta Joe Wurzelbarcher, a estrela do último debate presidencial.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Surpresas de Outubro
Uma grande parte do trabalho de seguir os candidatos presidenciais é passado a esperar. É o que estão a fazer neste preciso momento centenas de jornalistas no gigantesco (e insuportavelmente gelado) filing center da Hofstra University -- nesses momentos, fazem-se apresentações, recordam-se aventuras passadas noutras paragens da campanha, actualizam-se as fofocas, apresentam-se os planos para as férias que todos prometem fazer quando a eleição terminar... ocasionalmente discute-se o estado da corrida. Há minutos, no refeitório, entretivemo-nos com uma lista de possíveis surpresas de Outubro, especulando sobre qual dos dois candidatos sairia beneficiado se algum destes acontecimentos se verificasse. Era um exercício que convidava ao disparate — e foi o que aconteceu — mas, afinal, era a hora do recreio. Aqui fica uma amostra da lista de possibilidades, e alguns dos comentários que suscitaram. Os leitores estão, naturalmente, convidados a acrescentar as suas sugestões:
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Rita Siza
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Hofstra University
Não conheço ninguém que esteja satisfeito com a sua fotografia nas credenciais emitidas pela Comissão dos Debates Presidenciais (facto curioso: são côr de rosa choque). A minha não podia ser mais infeliz -- e hoje, para entrar na Hofstra University, onde logo à noite decorre o último debate presidencial, já tive de a exibir centenas de vezes. A vergonha deu rapidamente lugar ao enfado... e finalmente à resignação, quando uma agente dos serviços secretos, sem esconder a sua opinião, bradou "Ui!", a cabeça acenando para cima e para baixo, do retrato no cartão para a minha cara desanimada, para cima e para baixo...
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
E agora John McCain?
No rescaldo do segundo debate presidencial, interessantíssima análise do vetereno repórter político do Washington Post, Dan Balz, sobre as perspectivas do candidato republicano John McCain.
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Nashville
O texto sobre o segundo debate presidencial estará disponível no website do Público dentro de momentos.
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
Jogo
Para aqueles que querem fazer da experiência de assistir a debates presidenciais uma desculpa para se divertir com amigos, circulam várias sugestões pela internet. Adaptamos uma delas para publicar um desafio à atenção dos leitores e telespectadores: contar a quantidade de vezes que Barack Obama e John McCain vão pronunciar estas palavras ou expressões:
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sábado, 4 de outubro de 2008
Histórico
O frente-a-frente televisivo de Sarah Palin e Joe Biden foi o debate mais visto de sempre entre candidatos à vice-presidência.
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Fact-check
As palavras dos dois candidatos vice-presidenciais no debate de ontem à noite, revistas pelos fact-checkers -- aqui, mais aqui, também aqui e ainda aqui.
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Resumo
A New Yorker pegou nas expressões mais repetidas na avaliação do debate vice-presidencial e fez o resumo da noite.
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Reacções
As sondagens à boca da urna entre os telespectadores americanos dão a vitória do debate a Joe Biden. Segundo a CNN, 51 por cento achou que o senador foi melhor, 36 por cento achou que foi a governadora. 84 por cento acharam que Palin teve um desempenho melhor do que esperavam, e 64 por cento ficaram surpreendidos (pela positiva) por Biden. Na sondagem da CBS News com eleitores indecisos, 46 por cento consideraram que Biden ganhou e 21 por cento que foi Palin a vencedora; 55 por cento disseram que depois do frente-a-frente ficaram com uma posição mais positiva da republicana e 53 por cento do democrata na sequência da emissão.
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Rescaldo
Na medida em que Sarah Palin não cometeu nenhuma gaffe, a sua prestação foi um sucesso. A governadora do Alaska usou uma linguagem popular e procurou estabelecer-se como uma campeã da classe média, mas voltou ou a não responder às perguntas directamente ou a recorrer de forma demasiado óbvia a talking points. Diversas vezes foi confusa e vaga, com declarações redondas que não se relacionavam com a questão colocada. Terá ajudado o partido porque falou para os conservadores, mas dificilmente terá conseguido alterar o equilíbrio da corrida.
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Debate em directo
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Spin
Na véspera do debate vice-presidencial, circulam (das fileiras conservadoras) pedidos de desqualificação da moderadora, a jornalista da PBS Gwen Ifill, por alegadamente estar "inclinada" para favorecer a candidatura de Barack Obama.
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segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Pós-debate
Caros leitores, problemas logísticos e uma sucessão de vôos obrigaram o blogue a parar durante dois dias. Sobre o debate presidencial de Oxford, duas avaliações diferentes: os comentadores tendem a considerar que houve um empate, os espectadores maioritariamente dão a vitória a Barack Obama.Algumas considerações genéricas e outras mais particulares:
- Antes de mais, a qualidade do debate. Na fase das primárias os candidatos defrontaram-se dezenas de vezes, mas nunca de forma tão substancial como desta vez. Foi uma emissão animada, com menos tempo para perguntas e mais espaço para cada um explicar os seus pontos de vista e verdadeiramente debater (mais do que provocar ou responder) o seu adversário. Foram abordados muitos assuntos e em profundidade; o público ficou perfeitamente consciente que está perante dois homens com visões, ideias e propostas bem diferentes para o país -- resta agora aos eleitores decidir qual dos dois caminhos apresentados querem seguir.
- A teoria diz que é o concorrente que vem de trás que tem de "ganhar": um debate é uma oportunidade de recuperar terreno ou de ultrapassar o seu adversário. Neste caso, notoriamente, não aconteceu a John McCain. Beneficiou Barack Obama.
- Na gestão das expectativas, a pressão estava mais do lado do republicano: as questões de política externa e segurança nacional são o seu forte. Ninguém antecipava que McCain se "espalhasse", e o candidato demonstrou todo o seu conhecimento. Mas, ao contrário do que se esperava, não conseguiu fazer o caso da "inexperiência" do seu opositor -- Obama concordou muitas vezes com McCain, mas acrescentou sempre algo às suas respostas, revelando domínio dos assuntos. A missão do democrata era parecer presidenciável e anular as dúvidas de que pode ser comandante-em-chefe. O ponto foi para Obama.
- O bizarro comportamento de John McCain antes do debate fragilizou-o politicamente e lançou dúvidas na opinião pública. Nesse sentido, a prestação do republicano poderá ter servido para sossegar os eleitores quanto à iminência de (mais uma) implosão da sua candidatura. O ponto foi para McCain.
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sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Bloco de notas
- No que diz respeito à crise económica, é o caos.
- Não podia ser mais polémica a interferência dos candidatos presidenciais nas negociações do Congresso com vista à aprovação do plano de resgate de Wall Street.
- Difícil de entender o comportamento errático de John McCain. Mas o candidato já garantiu que estará presente no primeiro debate presidencial em Oxford, Mississippi.
- A entrevista de Sarah Palin à CBS não lhe podia ter corrido pior.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Crise
Crise nos mercados financeiros: ainda não há acordo político para avançar um pacote de resgate das instituições de Wall Street em risco de colapso.
Crise na campanha eleitoral: o primeiro debate presidencial continua em risco.
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quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Universidade de Mississippi
Declaração oficial da Universidade de Mississippi sobre o debate presidencial:
"A Universidade de Mississippi vai prosseguir os preparativos para o debate. Estamos preparados para receber os candidatos e esperamos que o evento possa decorrer conforme planeado.
Até ao momento, a Universidade não recebeu qualquer notificação de mudanças no horário ou local do debate.
Já notificamos a Comissão dos Debates Presidenciais que estamos a avançar conforme o calendário estabelecido.
Manteremos o público ao corrente de qualquer nova informação que venha a estar disponível".
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segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Regras
As candidaturas democrata e republicana chegaram a acordo nas regras para os debates presidenciais: mais liberdade para Obama e McCain; um formato mais convencional para Biden e Palin.
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segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Batota?
No passado sábado à noite, os dois candidatos presidenciais Barack Obama e John McCain participaram num fórum sobre fé com o famoso pastor evangélico norte-americano, Rick Warren, autor do best-seller "Purpose Driven Life" e líder da gigantesca Saddleback Church de Lake Forest, na Califórnia. A conversa foi transmitida em directo pela CNN e a iniciativa foi encarada pela imprensa americana como uma espécie de "aquecimento" ou de ensaio-geral para os sempre fulcrais debates televisivos -- e por isso esperava-se muita tinta sobre quem ganhou ou perdeu. Mas o que os jornais, os comentadores e a blogosfera ainda estão a discutir hoje é se o candidato republicano, John McCain, fez ou não batota e teve conhecimento das perguntas e da prestação do seu opositor antes de entrar em cena. Em vez de esperar em reclusão num "cone de silêncio", como foi anunciado no início da transmissão, o senador estava em movimento, na sua caravana, enquanto Obama respondia a Rick Warren.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Super Tuesday - faltam 5 dias
Fui assistir ao debate democrata neste restaurante, que é também uma livraria e que é, na gíria americana, provavelmente dos lugares mais "progressistas" de Washington DC. Descobri, ao chegar, que na próxima terça-feira o espaço será ocupado com uma espécie de festa had-oc da candidatura de Barack Obama -- e por isso antecipei que a clientela que enchia a sala-de-jantar voltada para a tela gigante onde passava o debate se animasse a cada palavra do senador do Illinois. E a mesa que acolhia o grupo maior — e que a certa altura já era uma espécie de arca de Noé onde cabia mais uma cadeira, mais um amigo, mais um computador, mais duas garrafas de vinho, num constante desafio aos dotes malabaristas dos empregados de mesa — rebentou em aplausos assim que Obama entrou em palco.
O meu plano parecia ligeiramente gorado, mas nada disso, a malta "sofisticada" do Busboys and Poets dedicou, sem reservas, exactamente a mesma atenção aos dois candidatos.
Para minha surpresa, as primeiras reacções de agrado foram mesmo dirigidas a Hillary Clinton, que viu o debate arrancar com perguntas sobre a saúde e a pertinência (ou não) de um plano de cobertura universal da população, o tema em que, aparentemente, leva mais vantagem do que Obama. Como sempre acontece, a senadora de Nova Iorque foi exaustiva nas suas explicações, quase pedagógica. Obama, que tem sido acusado de muita eloquência mas pouca substância, deu logo o sinal de que estava ali para se bater com as armas da adversária, desfiando números e esmiuçando propostas -- mas esse primeiro "round", uns longuíssimos 35 minutos, foi ganho aos pontos por Clinton.
Na mesa ao lado da minha, um "blogger" comentava o debate em tempo real. Só se levantava nos intervalos, e no primeiro lá foi ele até à mesa mais barulhenta, a que ocupava o centro da sala e o centro das atenções e que, do ponto de vista jornalístico, parecia ser a que tinha mais "história": afinal, agora estavam a bater mais palmas a Clinton. Antes da primeira interrupção a senadora parecia estar a aguentar-se melhor. Falou bastante mais tempo (ficou contudo a sensação de que a CNN lhe deu mais oportunidades de resposta), foi muito específica e segura e deu brilhantemente a volta à provocação de um telespectador, que notou que sempre que se votava para a presidência dos Estados Unidos se tinha que escolher ou um Clinton ou um Bush. "Foi preciso um Clinton para consertar a trapalhada de um Bush", reparou, num argumento arriscado e corajoso, que fez rir a plateia e só não a prejudicou porque Obama não teve hipótese de replicar.
Os comensais começavam a perder-se nas suas próprias conversas, como se concordando implicitamente que o espectáculo estava a ser bem mais aborrecido do que se esperava. Nada de emoção, de facas ou luvas ou outros adereços que costumam simbolizar o combate político. Tudo muito civilizado e cordato (estratégia, claro, mas depois do pão a malta queria o circo). Assim sendo, a plateia mantém-se serena e reserva os vivas para a diabolização dos republicanos. Ou então para o concurso "vamos-ver-quem-reconhece-mais-actores-de-
Hollywood-na-plateia". Será possível que esta gente tenha cativos no Kodak Theater?
Os espíritos animam-se quando o debate se volta para a discussão do Iraque. Agora é o momento de Barack Obama e ele não desperdiça a oportunidade. Duas frases que outra vez empolgam o povo da mesa grande: que está preparado para liderar sem errar no primeiro dia, e que não basta corrigir a estratégia para o fim da aventura iraquiana, há que mudar o quadro mental que leva a situações de guerra. Nesse ponto a sala inteira aplaude -- este "round" pertence indiscutivelmente a Obama, quase por KO.
Por isso no fim foi difícil perceber se as quase duas horas de discussão teriam importado ao ponto de fazer alguém mudar de ideia. Alguém ganhou o debate? Boa pergunta. Se calhar, o balanço da noite podia fazer-se com uma fórmula que não fugia muito disto: quem queria que Clinton fosse declarada vencedora, tinha argumentos para dizer que foi Clinton que ganhou; quem queria que Obama fosse declarado vencedor, tinha argumentos para dizer que foi Obama. Quem gostava de Hillary antes, não tinha porque não gostar depois. E quem antes batia palmas a Obama, continuava a bater palmas depois. À saída olho à volta e não há provas de gulodice nos restos deixados ao abandono na sala rapidamente deserta -- quase ninguém ficou para a sobremesa.
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Rita Siza
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