domingo, 31 de agosto de 2008

Serviços mínimos

A campanha de John McCain e a organização da Convenção Republicana acabaram de informar que amanhã a sessão inaugural começará à hora prevista, mas que a ordem de trabalhos foi reduzida para os "procedimentos essenciais" oficialmente requeridos por lei e que todos os outros pontos do programa serão abreviados ou pura e simplesmente suspensos. O calendário dos dias seguintes será actualizado dia a dia, mediante as condições no golfo do México com a passagem do furacão Gustavo.

Furacão Gustavo

O que vai acontecer a Convenção Nacional Republicana perante a iminência de mais uma catástrofe natural na Louisiana? A organização planeou fazer uma comunicação oficial mais tarde: é certo que haverá uma "substancial e dramática" alteração do programa; as opções passam pela suspensão ou adiamento.

Minneapolis/St. Paul

Vistas do ar, as cidades gémeas parecem uma folha de papel quadriculado, pintadas de verde e azul.

sábado, 30 de agosto de 2008

Escrutínio

Segundo o Politico, não demorou muito até os estrategas democratas encontrarem linhas de ataque da escolha de John McCain. Entre as muitas possibilidades: I) a investigação por alegado abuso de poder no despedimento de um dirigente estadual que se recusou a despedir o seu antigo cunhado, envolvido num divórcio litigioso e numa luta pela custódia dos filhos com a sua irmã; II) o financiamento eleitoral de companhias petrolíferas; III) o aumento em 20 milhões de dólares (3 mil dólares ppor cada habitante) da dívida de longo prazo da cidade de Wasilla enquanto foi "mayor"; IV) o veto de vários projectos de energias alternativas.
Outras linhas que os democratas pretendem explorar: Sarah Palin não apoiou a candidatura de John McCain durante as primárias republicanas e declarou que não gostava das "choraminguices" de Hillary Clinton. Opôs-se à protecção dos ursos polares pela sua classificação na lista das espécies ameaçadas e defende a caça de grizzlies. E há apenas um mês, a governadora disse que apoiava o programa energético de Barack Obama e que não percebia exactamente o que é que faz um vice-presidente.


p.s. - O Almanac of American Politics 2008 tem o perfil e o registo de todos os votos de Sarah Palin.

Audiências

Segundo o Nielsen Media Research, o discurso de Barack Obama na última noite da Convenção Democrata foi visto por 38 milhões de telespectadores -- uma audiência superior à que assistiu aos Óscares, à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim e à final do concurso "American Idol".
O HCD Research e o Muhlenberg College Institute of Public Opinion levaram a cabo um estudo online sobre as "respostas emocionais" de cerca de 2000 pessoas (democratas, republicanos e independentes) que assistiram em directo à intervenção de Obama. Os participantes tinham que reagir com o rato registando o seu acordo ou desacordo com as palavras do candidato democrata. Os resultados estão aqui.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Notas do Invesco Field

- Há momentos em que uma credencial de imprensa é preciosa: dez minutos na fila para entrar no Invesco Field, em vez de quatro ou cinco horas

- O palco de colunas neoclássicas tem como pano de fundo uma fachada que parece a Casa Branca. Os mais distraídos a assistir na televisão podem-se enganar a pensar que Obama e Biden afinal estão em Washington DC.

- Com uma multidão estimada entre 80 mil e 84 mil pessoas, a organização ocasionalmente passa instruções nos ecrãs gigantes com as medidas de evacuação em caso de emergência. É quase como estar dentro do avião à espera da descolagem: "Olhe à volta e descubra qual a saída mais próxima".

- Os voluntários que estão a trabalhar nos "phone banks" nos corredores dispõem de listas telefónicas de eleitores indecisos, que são lembrados do horário do discurso de Barack Obama e convidados a assistir em directo.

- O DNC ganhou aos "Bronco Denvers" na venda de bonés oficiais.

- Na Pensilvânia, os democratas já registaram 360 mil novos eleitores este ano (e os republicanos perderam 60 mil). É uma das maiores preocupações da campanha de Obama neste momento, que declarou este o "fim-de-semana da mudança" com um esforço extraordinário para registar mais eleitores. Pode ser fundamental para "neutralizar" a adesão da direita cristã à candidatura republicana com a escolha de Sarah Palin para a vice-presidência.

- Dezenas e dezenas de sargentos, majores, comandantes, generais e almirantes no palco. "Os soldados não podem escolher as suas missões, mas podem escolher os seus comandantes-em-chefe".

- Perdi a entrada de Sheryl Crow por causa da fila num dos balcões da comida. Já não havia burritos nem tamales, só nachos.

- A organização distribui bandeiras americanas e cartazes a dizer "Change" por todo o lado, mesmo na bancada de imprensa. Do que reparei, só houve um jornalista que aceitou o placard azul.

- O governador da Virginia, Tim Kaine, falou na Bíblia aí umas seis ou sete vezes.

- Não sei quem teve uma recepção mais calorosa, se Bill Richardson se Al Gore. Talvez Gore, por uma unha negra. Stevie Wonder também arrancou muitos gritos histéricos na plateia.

- Uma sucessão de "pessoas comuns", incluindo republicanos que votaram "por Nixon, Reagan, Bush e Bush", para mais tarde Obama poder dizer que "esta campanha nunca foi sobre mim, sempre foi sobre vocês".

- A generosidade da população de Denver. Testemunha da minha angústia com a falta de transportes à saída do estádio, uma família de três casais arriscou guiar durante vinte minutos com excesso de passageiros até chegar à garagem onde esperavam os outros dois automóveis e depois fazer mais 30 quilómetros para me vir trazer ao hotel. Insisti em deixar-lhes dinheiro pela gasolina, mas fiquei-lhes eternamente grata.

Dayton, Ohio

A campanha de John McCain não podia ter jogado melhor o anúncio da sua escolha para a vice-presidência. Na semana em que o palco mediático cabia por inteiro aos democratas, alimentou as especulações sobre as possíveis opções, entretendo a imprensa e testando os prós e contras de cada um. No final, garantiu ainda maior cobertura e frenesim com uma coelho tirado da cartola que apanhou toda a gente de surpresa. Os directos das televisões são feitos a partir de Dayton, Ohio, e não de Denver. No rescaldo da festa democrata, até agora nem uma única reportagem sobre a investidura de Barack Obama.

Sarah Palin?

A governadora republicana do Alaska poderá ser a escolhida de John McCain para a vice-presidência. A confirmar-se a informação, surpresa total.


p.s. - Sete websites para saber mais sobre a nova estrela do firmamento republicano.

Copy, paste

As minhas desculpas aos leitores, mas são duas horas da manhã em Denver e a minha resistência não dá para mais. Aqui fica o texto que, dentro de minutos, estará também disponível no website do PÚBLICO, sobre a noite de Barack Obama no Invesco Field:

"América, não podemos voltar atrás"

Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um homem negro pode ser eleito Presidente, mas quando o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, ontem gritou bem alto que “a América não pode voltar para trás” não falou em raça mas sim “nas crianças que é preciso educar, os veteranos que devem ser tratados; a economia que há que concertar, as cidades que reconstruir e as quintas que salvar; as famílias que têm ser protegidas e as vidas que podem ser remendadas”.
O senador do Illinois aceitou a nomeação presidencial do seu partido no mesmo dia em que se comemorava o 45º aniversário da marcha pelos direitos cívicos sobre Washington, que Martin Luther King encabeçou e culminou num dos discursos mais célebres da história americana. Obama recuperou as palavras do reverendo, mas não para dizer que tinha um sonho. “Não podemos marchar sozinhos. E enquanto marchamos, temos de prometer que o faremos sempre em frente. Não podemos voltar para trás”, repetiu.
Essa foi a mensagem que o candidato democrata deixou à multidão que participou (em delírio) na última noite da Convenção Nacional Democrata, na cidade de Denver: nos momentos decisivos, na encruzilhada da história, só há um caminho, a mudança. E para mudar é preciso ter esperança, sonhar e acreditar. “América, este não é o tempo para fazer pequenos planos”, sublinhou.
Na noite da consagração, Barack Obama deixou para trás, completamente esquecidos, os outros dias da Convenção, gastos com notícias sobre o ressentimento dos Clinton, a desilusão dos seus apoiantes e a divisão do partido. Numa penada, reconheceu as figuras do partido que fizeram a história dos quatro dias de assembleia democrata: nomeou Bill e Hillary, e também Ted Kennedy e o candidato a vice-presidente Joe Biden. Mas podia também ter falado nos senadores John Kerry e Evan Bayh, nos governadores Brian Schweitzer e Mark Warner. Ou em Bill Richardson e Al Gore, que ontem foram agraciados com duas enormes ovações no Invesco Field.
Mas o momento pertencia-lhe em absoluto. Barack Obama dominava o Partido Democrata. “Depois desta noite, não fica a mínima dúvida a quem pertenceu esta Convenção”, comentou ao PÚBLICO Herb Hedden, um delegado do Ohio. “De certa maneira, os outros dias foram um crescendo que permitiu chegar a este auge. Tivemos uma sucessão de excelentes discursos que abordaram diferentes aspectos e que em conjunto definiram uma nova narrativa. E depois Obama veio aqui e fez o resumo perfeito”, considerou.
Não foi um discurso brilhante, como aquele com que se apresentou à América na Convenção Democrata de 2004 ou aquele outro com que definiu o curso desta campanha eleitoral, logo no princípio das primárias, no Iowa. Foi um discurso muito bom: agressivo, substantivo e concreto — até ao mínimo detalhe. “Deixem-me explicar exactamente em que a mudança consistirá se eu for eleito Presidente dos Estados Unidos”, disse.
Nos impostos, energia, educação ou saúde, indicou as suas propostas específicas, estabelecendo metas quantitativas (cortes fiscais para 95 por cento das famílias, 150 mil milhões de dólares de investimento em energias renováveis…) e anunciando como pretende pagá-las “até ao último cêntimo”.
Na segurança e política externa, explicou qual a sua linha de rumo: “Nunca hesitar em defender a nação mas só enviar as tropas para o teatro de guerra com uma missão clara e o equipamento que elas necessitam”.
“Vou acabar com a guerra do Iraque responsavelmente e acabar a luta contra a Al-Qaeda e os taliban no Afeganistão. Vou reconstruir o nosso exército para enfrentar os conflitos futuros. Mas também vou renovar a diplomacia directa e dura para evitar que o Irão obtenha armas nucleares e confinar a agressão da Rússia”, prometeu.
Exaustivamente, ofereceu razões para o falhanço do Partido Republicano e para a promessa da alternativa democrata. Mais de vinte vezes, nomeou o seu adversário John McCain — uma estratégia de ataque e também de defesa, já que aproveitou cada um dos golpes desferidos pelo rival republicano para os voltar contra ele.
Para as mais de 80 mil pessoas que encheram o estádio de futebol dos “Denver Broncos”, e os “democratas e republicanos e independentes” que assistiam pela televisão, Obama tinha uma mensagem clara e bastou uma palavra para a conter: “Chega!”. “Nós somos melhores do que estes últimos oito anos”, concluiu.
“Eu achei que o discurso foi óptimo. Achei que ele foi específico, organizado, e que esteve correcto em tudo o que disse e em todas as respostas que ofereceu para os problemas. Mas eu acho que todos os discursos dele são bons”, ressalvou Cheryl Barret, uma voluntária da campanha que alimenta a esperança de ver Obama presidente desde que o ouviu falar na Convenção de 2004. Depois do senador do Illinois se ter apresentado nas primárias, Cheryl aproveitou o facto de ser professora substituta e ter contratos temporários e intermitentes para se envolver na campanha. “Estive no Iowa, New Hampshire, no Oregon… dez dias aqui, dez dias ali”, recorda.
De muitos desses lugares vieram alguns dos oradores da noite, pessoas comuns com histórias simples que pretendiam ilustrar as consequências dos fracassos da actual Administração Bush (que foram sendo repetidos e repetidos nos quatro dias de trabalhos) nas suas vidas e as razões para o seu appoio a Barack Obama.
Do Michigan, um camionista responsável por fazer chegar os automóveis que saem da linha de produção aos concessionários e que assiste horrorizado à deslocalização de postos de trabalho e ao encerramento de unidades fabris. Do Ohio, uma mulher que recebeu um email com boatos sobre Barack Obama e decidiu investigar se eram verdade. “Estou grata a quem quer que seja que me tentou assustar, porque foi isso que me trouxe aqui”, disse.
Na plateia, Lisa Elliot sabia exactamente ao que se referia. “A minha mãe acredita em todas essas mentiras; para ela Barack Obama é um terrorista. Eu sei que ela está em casa a ver o discurso, e mal posso esperar por amanhã para saber o que ela pensa agora. Ele apelou ao melhor dos americanos e falou de tudo o que é o melhor da América. Foi inspirador”, observou.
Pelo palco passou também Jenna, uma pequena comerciante da Florida, que foi contar que já não consegue sobreviver só com o rendimento do seu salão de beleza para animais de estimação: “Tive de arranjar um segundo emprego”. Pam, uma enfermeira republicana da Carolina do Norte, que votou “por Nixon, Reagan, Bush e Bush” explicou que escolheu Obama porque depois de gastar todas as suas poupanças para pagar facturas médicas, não tem dinheiro “para mais quatro anos de políticas erradas”.
E do Indiana apareceu um pitoresco Barney Smith, que também confessou ter mudado a sua afiliação partidária dos republicanos para os democratas. “Precisamos de um Presidente que ponha o Barney Smith antes do Smith Barney”, bradou, num trocadilho com o nome do banco de investimento.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Até logo

Por imperativos logísticos será impossível acompanhar em directo no blogue a festa democrata do Invesco Field.

"Change You Can Believe In" - Agenda do dia

3:00 PM - 5:00 PM (LOCAL)

Live Performances (before gavel)
Yonder Mountain String Band Performance
Jeff Austin, Adam Aijala, Ben Kaufmann, Dave Johnston

Voter Registration Presentation

Remarks
The Honorable Luis Gutierrez, Member of the US House of Representatives, Illinois
David Plouffe, Obama Campaign Manager
Ray Rivera, Obama State Director, Colorado

Call to Order: The Honorable Nancy Pelosi, Permanent Chair, Democratic National Convention, Member and Speaker of the US House of Representatives, California

Invocation: Rabbi David Saperstein, Director, Religious Action Center of Reform Judaism - Washington, DC

Presentation of Colors: Disabled American Veterans

Pledge of Allegiance: Shawn Johnson, US Olympic Gymnast

National Anthem: Jennifer Hudson, Academy award-winning singer and Broadway performer

Welcome: Elbra Wedgeworth, President/Chair, Denver Host Committee

Presentation of Resolutions: Democratic National Committee Vice-Chairs

Remarks
The Honorable Bill Ritter, Jr., Governor of Colorado
The Honorable Ed Perlmutter, Member of the US House of Representatives, Colorado
The Honorable John Salazar, Member of the US House of Representatives, Colorado
The Honorable Diana DeGette, Member of the US House of Representatives, Colorado

5:00 PM - 6:00 PM (LOCAL)

Video & Remarks: The Honorable Howard Dean, Former Governor of Vermont, Chair of the Democratic Party

Video & Remarks: "Tribute to Dr. Martin Luther King"
The Honorable John Lewis, Member of the US House of Representatives, Georgia
Rev. Bernice King, Daughter of the late Dr. King
Martin Luther King III, Oldest son of the late Dr. King

Remarks
The Honorable Bill Richardson, Governor, New Mexico

Live Performances
will.i.am, Accompanied by John Legend (piano), Agape Choir, and band
Sheryl Crow

Remarks
Ray Rivera, Obama State Director, Colorado

6:00 PM - 7:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Jan Schakowsky, Member of the US House of Representatives, Illinois
The Honorable Mark Udall, Member of the US House of Representatives, Colorado
The Honorable Tim Kaine, Governor of Virginia

Live Performance
Stevie Wonder

Remarks
The Honorable Al Gore, Former Vice President of the United States

7:00 PM - 8:00 PM (LOCAL)

Remarks: John Kuniholm, Wounded Iraq veteran

Live Performance: Michael McDonald, Singer/songwriter

Remarks
Susan Eisenhower, Granddaughter of President Dwight D. Eisenhower

Retired Generals Tribute: Air Force Maj. Gen. J. Scott Gration (Ret), Accompanied by additional generals

American Voices Program

Remarks
The Honorable Dick Durbin, US Senator, Illinois

8:00 PM - 9:00 PM (LOCAL)

Video/Remarks
SENATOR BARACK OBAMA, DEMOCRATIC PRESIDENTIAL CANDIDATE

Benediction: Pastor Joel Hunter, Senior Pastor of Northland in Central Florida

Adjournment: The Honorable Nancy Pelosi, Permanent Chair, Democratic National Convention

Assistir à Convenção

Bom dia, Rita.
Gostaria de saber se é possível a qualquer pessoa assistir aos trabalhos da Convenção, esteja ou não filiado no Partido Democrata, seja ou não cidadão americano.
Thanks!
Joaquim Silva


Bom dia (ou melhor, boa tarde, a diferença horária de Denver para Portugal é de sete horas).
É possível a não afiliados no partido e cidadãos estrangeiros assistir à Convenção Democrata, mas não é fácil. O processo de acreditação para a entrada no Pepsi Center, que é feita com vários meses de antecedência, destina-se quase exclusivamente aos delegados e representantes das estruturas partidárias de cada estado, aos financiadores e aos jornalistas (milhares dos quais são estrangeiros).
Com entrada garantida estão todos os convidados da organização — podem ser oradores e seus familiares ou músicos, actores e outras figuras públicas — e todos os que trabalham para os patrocinadores oficiais. Há também uma enorme quantidade de "observadores" com acesso ao pavilhão -- desde representantes de organizações não governamentais ou diplomatas.
Mas uma "pessoa qualquer" só por milagre entra no Pepsi Center. Muitos habitantes de Denver (e de muitos outros lados) ofereceram-se como voluntários da organização para poder ter acesso ao pavilhão. Mas nem isso é garantido: há vários tipos de passes de entrada, e muitos deles só garantem acesso ao perímetro e não a entrada no Pepsi Center.
A situação será diferente logo à noite, para o discurso de aceitação da nomeação de Barack Obama, que decorre no Invesco Field, um estádio de futebol americano com capacidade para cerca de 75 mil pessoas. Para além dos detentores das credenciais, o Comité Nacional Democrata disponibilizou bilhetes para o "público em geral", sem atender a nacionalidades ou filiações partidárias.

Perguntas a Rita Siza

(Jessica Rinaldi/Reuters)

Há perguntas sobre as eleições americanas ou sobre a convenção democrata que gostava de ver esclarecidas? Rita Siza responde hoje no blogue aos leitores que enviarem e-mails para perguntas@publico.pt

Obama chega finalmente à Convenção

No fim do discurso de Joe Biden, uma surpresa. "Quem?", pergunta o candidato a vice-presidente (que parece genuinamente baralhado) enquanto Barack Obama sobe ao palco e o Pepsi Center rebenta em aplausos.

Joe Biden aceita a nomeação

Os delegados no Pepsi Center acabam de aprovar a nomeação do senador do Delaware Joe Biden para a vice-presidência por aclamação.

John Kerry

Em 2004, quando o senador do Massachusetts John Kerry foi o candidato democrata à Casa Branca, foi criticado por não ter ido decisivamente ao ataque do seu opositor George W. Bush logo desde a Convenção. Quatro anos mais tarde, Kerry corrigiu o tiro, contra as as políticas do actual Presidente e as tácticas dos republicanos. E atingiu John McCain: "O senador McCain, que antes se insurgiu contra os boatos de Karl Rove que o atingiam, metaforseou-se no candidato McCain que usa as mesmas tácticas de Rove e a mesma equipa de Rove para repetir as mesmas polºíticas do medo e da difamação. Mas desta vez não. Estas tácticas de Rove e McCain estão velhas e ultrapassadas, e em 2008 vão ser rejeitadas pela América".

O político mais profissional da América

"What a year we Democrats have had. The primary began with an all-star line up and came down to two remarkable Americans locked in a hard fought contest to the very end. The campaign generated so much heat it increased global warming.
In the end, my candidate didn't win. But I'm very proud of the campaign she ran: she never quit on the people she stood up for, on the changes she pushed for, on the future she wants for all our children. And I'm grateful for the chance Chelsea and I had to tell Americans about the person we know and love. Now, I'm not so grateful for the chance to speak in the wake of her magnificent address last night. But I'll do my best".

"Hillary told us in no uncertain terms that she will do everything she can to elect Barack Obama. That makes two of us. Actually, that makes 18 million of us — because, like Hillary, I want all of you who supported her to vote for Barack Obama in November".
"Everything I learned in my eight years as President and in the work I've done since, in America and across the globe, has convinced me that Barack Obama is the man for this job. (...)
Barack Obama is ready to lead America and restore American leadership in the world. Ready to preserve, protect and defend the Constitution of the United States. Barack Obama is ready to be President of the United States".

"Most important, Barack Obama knows that American cannot be strong abroad unless we are strong at home. People the world over have always been more impressed by the power of our example than by the example of our power".

"Look at the example the Republicans have set: Americans workers have given us consistently rising productivity. They've worked hard and produced more. What did they get in return? Declining wages, less than 1/4 as many new jobs as in the previous eight years, smaller health care and pension benefits, rising poverty and the biggest increase in income inequality since the 1920s".

"America can do better than that. And Barack Obama will do better than that. But first we have to elect him".

"The Republicans will nominate a good man who served our country heroically and suffered terribly in Vietnam. He loves our country every bit as much as we all do. As a Senator, he has shown his independence on several issues. But on the two great questions of this election, how to rebuild the American Dream and how to restore America’s leadership in the world, he still embraces the extreme philosophy which has defined his party for more than 25 years, a philosophy we never had a real chance to see in action until 2001, when the Republicans finally gained control of both the White House and Congress. Then we saw what would happen to America if the policies they had talked about for decades were implemented."

"Now, their candidate is promising more of the same. More tax cuts for the wealthiest Americans that will swell the deficit, increase inequality, and weaken the economy. More band-aids for health care that will enrich insurance companies, impoverish families and increase the number of uninsured. More going it alone in the world, instead of building the shared responsibilities and shared opportunities necessary to advance our security and restore our influence."

"They actually want us to reward them for the last eight years by giving them four more. Let’s send them a message that will echo from the Rockies all across America: Thanks, but no thanks. In this case, the third time is not the charm."

"Sixteen years ago, we prevailed in a campaign in which the Republicans said I was too young and too inexperienced to be Commander-in-Chief. Sound familiar? It didn’t work in 1992, because we were on the right side of history. And it won’t work in 2008, because Barack Obama is on the right side of history."

"Barack Obama will lead us away from division and fear of the last eight years back to unity and hope. If, like me, you still believe America must always be a place called Hope, then join Hillary, Chelsea and me in making Senator Barack Obama the next President of the United States."


p.s. - Para Andrew Sullivan, o discurso de Bill Clinton foi uma obra-prima.

Está dito

"Ontem, Hillary veio aqui dizer-vos que apoia Barack Obama. Já somos dois. Aliás, já somos 18 milhões, porque eu espero que todos os que a apoiaram a ela também apoiem Barack Obama como nós". Bill Clinton demorou a engolir a vitória do senador do Illinois. Mas depois de deixar esticar o aplauso da multidão até onde não podia mais, engoliu. "Estou convencido que Barack Obama é o homem para o cargo. Barack Obama está pronto para ser o Presidente dos Estados Unidos".

Clinton-palooza

Bill Clinton, o 42º Presidente dos Estados Unidos entra em palco, saudado por milhares de bandeiras americanas e a música "Don't stop thinking about tomorrow, Yesterday is gone, yesterday is gone..."

Evan Bayh tem um brilhante futuro político pela frente

O senador do Indiana, Evan Bayh, esteve a um passo de ser o candidato à vice-presidência. Logo nos primeiros cinco minutos da sua intervenção, não ficam dúvidas sobre a sua futura ascenção na hierarquia dos democratas. "Deixem-me começar com boas notícias: em menos de cinco meses, a Administração Bush vai desaparecer. Acabada, fora daqui. Para sempre. A não ser que John McCain seja eleito, e nesse caso teremos de aguentar mais quatro anos do mesmo. Essa não é a mudança de que precisamos", arranca. O Pepsi Center está a adorar.

Madeleine Albright

A nomenklatura Clinton continua a demonstrar a sua adesão à candidatura de Barack Obama. Madeleine Albright, que foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Secretária de Estado, diz que a o candidato democrata tem a "dureza" e o "julgamento" necessários para reconstruir a política externa dos Estados Unidos. "Não podemos voltar, mais uma vez, a tomar a decisão errada", sublinha.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Aclamação

"Is there a second?", pergunta a presidente da Convenção. "Yay", respondem em coro os delegados. Barack Obama é oficialmente o nomeado do Partido Democrata e faz história como o primeiro afro-americano a poder ser eleito Presidente dos Estados Unidos.

Teatro

Chegada a vez do Novo México, este passa e devolve o voto ao Illinois, que o remete para a delegação seguinte: Nova Iorque.
A senadora Hillary Clinton diz que "Barack Obama é o nosso nomeado" e propõe que a Convenção suspenda o "roll call" e declare a nomeação de Obama por aclamação.

Festival da canção

É exactamente assim que funciona o "roll call" -- chama-se o estado, o respectivo porta-voz faz um elogio do seu lugar e anuncia o voto e depois a mestre de cerimónias agradece e repete para o público a votação.


act.: A delegação da Califórnia, com mais de 400 votos, passou. Igualmente o Illinois.

Arkansas

Os delegados do Arkansas, estado adoptivo de Hillary Clinton, que venceu a eleição primária com 70 por cento dos votos, depositam todos os seus 47 votos por Barack Obama.

"Roll Call"

Os estados serão chamados a votar até que esteja encontrado o nomeado, o primeiro candidato a alcançar 2025 votos. Cumprindo a ordem alfabética, o primeiro é o Alabama: 48 votos para Barack Obama e 5 votos para Hillary Clinton.

Hillary liberta delegados

Espera-se a presença de Hillary Clinton no pavilhão da Convenção a qualquer momento. O "roll call", momento em que as delegações depositam o seu voto pela nomeação, está prestar a arrancar. De manhã, numa reunião no Centro de Convenções, Clinton "libertou" os seus delegados (as pessoas que viajaram até Denver em representação do grupo de eleitores que votou por ela nas várias primárias), e "autorizou-os" a votarem por Barack Obama. Alguns responderam que não queriam ser "libertados" e insistiram que queriam votar o seu nome no "roll call". "Façam o que quiserem, eu não vos posso dizer o que fazer", respondeu a senadora de Nova Iorque. "Eu já votei por Barack Obama", revelou Clinton, que é uma superdelegada.
Aparentemente, o "roll call" seguirá até ao estado de Nova Iorque, cuja delegação pedirá depois para suspender a votação, permitindo assim a nomeação de Obama por aclamação.

"Securing America's Future" - Agenda do dia

Hour # 1 3:00 PM - 5:00 PM (LOCAL)

Call to Order: The Honorable Leticia Van de Putte, State Senator from Texas, Co-Chair, Democratic National Convention

Invocation: Archbishop Demetrios, Primate of the Greek Orthodox Church in America

Presentation of Colors: Colorado Chapter of the Veterans of Foreign Wars

Pledge of Allegiance: Paul Bucha, Ridgefield, Connecticut recipient of the Medal of Honor for distinguished service as a commanding officer in Vietnam

National Anthem: Robert Moore, elected council member of the Rosebud Sioux Tribe, South Dakota

Presidential Nomination Process
The Honorable Nancy Pelosi, Speaker of the US House of Representatives, Permanent Chair, Democratic National Convention

Nominating speech on behalf of Senator Hillary Clinton
Seconding speeches on behalf of Senator Hillary Clinton (2)
Nominating speech on behalf of Senator Barack Obama
Seconding speeches on behalf of Senator Barack Obama (3)

Call for Roll Call Vote
The Honorable Nancy Pelosi, Speaker of the US House of Representatives, Permanent Chair, Democratic National Convention

Roll Call Vote: Alice Travis Germond, Secretary of the Democratic National Committee

Remarks
The Honorable Charles Schumer, US Senator, New York, Chair, Democratic Senatorial Campaign Committee

The Honorable Tom Udall, Member of the US House of Representatives, New Mexico

The Honorable Jean Shaheen, Former Governor of New Hampshire, Candidate for US Senate

Jeff Merkley, Candidate for US Senate from the State of Oregon

Tom Allen, Candidate for the US Senate from the State of Maine

Hour # 4 5:00 PM - 6:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Richard M. Daley, Mayor of Chicago, Illinois

The Honorable Robert Wexler, Member of the US House of Representatives, Florida

Video - "The Course of Our Nation"
Brittany Washington, A student at Howard University in Washington, DC from Los Angeles, California

Women of the US House of Representatives
The Honorable Nancy Pelosi, Speaker of the US House of Representatives
The Honorable Rosa DeLauro, Member of the US House of Representatives, Connecticut
The Honorable Nita Lowey, Member of the US House of Representatives, New York
The Honorable Hilda Solis, Member of the US House of Representatives, California
The Honorable Louise Slaughter, Member of the US House of Representatives, New York
The Honorable Maxine Waters, Member of the US House of Representatives, California
The Honorable Kathy Castor, Member of the US House of Representatives, Florida
The Honorable Lois Capps, Member of the US House of Representatives, California

Remarks
The Honorable Elijah Cummings, Member of the US House of Representatives, Maryland

Mark Docherty, Veteran and a firefighter from Sterling Heights, Michigan

The Honorable James Clyburn, Member of the US House of Representatives, South Carolina

The Honorable Manuel Diaz, Mayor of Miami, Florida

The Honorable Jay Rockefeller, US Senator, West Virginia

Live Performance: Melissa Etheridge accompanied by Phillip Sayce (guitar)

Video - "First Time Delegates: Renewing America's Promise"

Remarks
The Honorable Harry Reid, US Senator, Nevada, Senate Majority Leader

CSM Michele S. Jones, US Army (Ret.), First female command sergeant major of the US Army

The Honorable Patrick Murphy, Member of the US House of Representatives, Pennsylvania
Joined by Iraq war veterans

The Honorable Madeleine Albright, Former Secretary of State

America's Town Hall - Economy

Remarks
The Honorable Evan Bayh, US Senator, Indiana

Xiomara Rodriguez, Nevada delegate and retired member of the US Coast Guard

The Honorable Jack Reed, US Senator, Rhode Island

The Honorable Tom Daschle, Former US Senator and Senate Minority Leader, South Dakota

Hour # 5 7:00 PM - 8:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Bill Clinton, Former President of the United States

Beth Robinson, Stay-at-home mom from Hampton Roads, Virginia

The Honorable John Kerry, US Senator, Massachusetts

Lt. Gen. Claudia Kennedy, US Army (Ret.), First woman to achieve the rank of three star general in the US Army

The Honorable Bill Richardson, Governor of New Mexico

Video - "Changing The Course of Our Nation"
John Melvin, Iraq war veteran from DeWitt, Iowa

Veterans Video and Remarks
The Honorable Chet Edwards, Member of the US House of Representatives, Texas

Hour # 6 8:00 PM - 9:00 PM (LOCAL)

Remarks
Tammy Duckworth, Director of the Illinois Department of Veterans Affairs, Helicopter pilot and wounded Iraq war veteran

Vice Presidential Nomination
Remarks and nominating speech
Vice Presidential Nominee, The Honorable Senator Joe Biden, US Senator, Delaware

Benediction: Sister Catherine Pinkerton, Congregation of St. Joseph's in Cleveland, Ohio

Recess: The Honorable Leticia Van de Putte, State Senator from Texas, Co-Chair, Democratic National Convention

Hillary

Explosão no Pepsi Center. Com toda a pressão sobre ela, o desempenho de Hillary Clinton roça a perfeição.


Senator Hillary Rodham Clinton Remarks to the Democratic National Convention (As Prepared for Delivery)


I am honored to be here tonight. A proud mother. A proud Democrat. A proud American. And a proud supporter of Barack Obama.

My friends, it is time to take back the country we love.

Whether you voted for me, or voted for Barack, the time is now to unite as a single party with a single purpose. We are on the same team, and none of us can sit on the sidelines.

This is a fight for the future. And it’s a fight we must win.

I haven’t spent the past 35 years in the trenches advocating for children, campaigning for universal health care, helping parents balance work and family, and fighting for women’s rights at home and around the world . . . to see another Republican in the White House squander the promise of our country and the hopes of our people.

And you haven’t worked so hard over the last 18 months, or endured the last eight years, to suffer through more failed leadership.

No way. No how. No McCain.

Barack Obama is my candidate. And he must be our President.

Tonight we need to remember what a Presidential election is really about. When the polls have closed, and the ads are finally off the air, it comes down to you -- the American people, your lives, and your children’s futures.

For me, it’s been a privilege to meet you in your homes, your workplaces, and your communities. Your stories reminded me everyday that America’s greatness is bound up in the lives of the American people -- your hard work, your devotion to duty, your love for your children, and your determination to keep going, often in the face of enormous obstacles.

You taught me so much, you made me laugh, and . . . yes, you even made me cry. You allowed me to become part of your lives. And you became part of mine.

I will always remember the single mom who had adopted two kids with autism, didn’t have health insurance and discovered she had cancer. But she greeted me with her bald head painted with my name on it and asked me to fight for health care.

I will always remember the young man in a Marine Corps t-shirt who waited months for medical care and said to me: “Take care of my buddies; a lot of them are still over there….and then will you please help take care of me?”

I will always remember the boy who told me his mom worked for the minimum wage and that her employer had cut her hours. He said he just didn’t know what his family was going to do.

I will always be grateful to everyone from all fifty states, Puerto Rico and the territories, who joined our campaign on behalf of all those people left out and left behind by the Bush Administration.

To my supporters, my champions -- my sisterhood of the traveling pantsuits – from the bottom of my heart: Thank you.

You never gave in. You never gave up. And together we made history.

Along the way, America lost two great Democratic champions who would have been here with us tonight. One of our finest young leaders, Arkansas Democratic Party Chair, Bill Gwatney, who believed with all his heart that America and the South could be and should be Democratic from top to bottom.

And Congresswoman Stephanie Tubbs Jones, a dear friend to many of us, a loving mother and courageous leader who never gave up her quest to make America fairer and smarter, stronger and better. Steadfast in her beliefs, a fighter of uncommon grace, she was an inspiration to me and to us all.

Our heart goes out to Stephanie’s son, Mervyn, Jr, and Bill’s wife, Rebecca, who traveled to Denver to join us at our convention.

Bill and Stephanie knew that after eight years of George Bush, people are hurting at home, and our standing has eroded around the world. We have a lot of work ahead.

Jobs lost, houses gone, falling wages, rising prices. The Supreme Court in a right-wing headlock and our government in partisan gridlock. The biggest deficit in our nation’s history. Money borrowed from the Chinese to buy oil from the Saudis.

Putin and Georgia, Iraq and Iran.

I ran for President to renew the promise of America. To rebuild the middle class and sustain the American Dream, to provide the opportunity to work hard and have that work rewarded, to save for college, a home and retirement, to afford the gas and groceries and still have a little left over each month.

To promote a clean energy economy that will create millions of green collar jobs.

To create a health care system that is universal, high quality, and affordable so that parents no longer have to choose between care for themselves or their children or be stuck in dead end jobs simply to keep their insurance.

To create a world class education system and make college affordable again.

To fight for an America defined by deep and meaningful equality - from civil rights to labor rights, from women's rights to gay rights, from ending discrimination to promoting unionization to providing help for the most important job there is: caring for our families. To help every child live up to his or her God-given potential.

To make America once again a nation of immigrants and a nation of laws.

To bring fiscal sanity back to Washington and make our government an instrument of the public good, not of private plunder.

To restore America's standing in the world, to end the war in Iraq, bring our troops home and honor their service by caring for our veterans.

And to join with our allies to confront our shared challenges, from poverty and genocide to terrorism and global warming.

Most of all, I ran to stand up for all those who have been invisible to their government for eight long years.

Those are the reasons I ran for President. Those are the reasons I support Barack Obama. And those are the reasons you should too.

I want you to ask yourselves: Were you in this campaign just for me? Or were you in it for that young Marine and others like him? Were you in it for that mom struggling with cancer while raising her kids? Were you in it for that boy and his mom surviving on the minimum wage? Were you in it for all the people in this country who feel invisible?

We need leaders once again who can tap into that special blend of American confidence and optimism that has enabled generations before us to meet our toughest challenges. Leaders who can help us show ourselves and the world that with our ingenuity, creativity, and innovative spirit, there are no limits to what is possible in America.

This won’t be easy. Progress never is. But it will be impossible if we don’t fight to put a Democrat in the White House.

We need to elect Barack Obama because we need a President who understands that America can’t compete in a global economy by padding the pockets of energy speculators, while ignoring the workers whose jobs have been shipped overseas.

We need a President who understands that we can’t solve the problems of global warming by giving windfall profits to the oil companies while ignoring opportunities to invest in new technologies that will build a green economy.

We need a President who understands that the genius of America has always depended on the strength and vitality of the middle class.

Barack Obama began his career fighting for workers displaced by the global economy. He built his campaign on a fundamental belief that change in this country must start from the ground up, not the top down. He knows government must be about “We the people” not “We the favored few.”

And when Barack Obama is in the White House, he’ll revitalize our economy, defend the working people of America, and meet the global challenges of our time. Democrats know how to do this. As I recall, President Clinton and the Democrats did it before. And President Obama and the Democrats will do it again.

He’ll transform our energy agenda by creating millions of green jobs and building a new, clean energy future. He’ll make sure that middle class families get the tax relief they deserve. And I can’t wait to watch Barack Obama sign a health care plan into law that covers every single American.

Barack Obama will end the war in Iraq responsibly and bring our troops home – a first step to repairing our alliances around the world.

And he will have with him a terrific partner in Michelle Obama. Anyone who saw Michelle’s speech last night knows she will be a great First Lady for America.

Americans are also fortunate that Joe Biden will be at Barack Obama’s side. He is a strong leader and a good man. He understands both the economic stresses here at home and the strategic challenges abroad. He is pragmatic, tough, and wise. And, of course, Joe will be supported by his wonderful wife, Jill.

They will be a great team for our country.

Now, John McCain is my colleague and my friend.

He has served our country with honor and courage.

But we don’t need four more years . . . of the last eight years.
More economic stagnation …and less affordable health care.
More high gas prices …and less alternative energy.
More jobs getting shipped overseas …and fewer jobs created here.
More skyrocketing debt ...home foreclosures …and mounting bills that are crushing our middle class families.
More war . . . less diplomacy.
More of a government where the privileged come first …and everyone else comes last.

John McCain says the economy is fundamentally sound. John McCain doesn’t think that 47 million people without health insurance is a crisis. John McCain wants to privatize Social Security. And in 2008, he still thinks it’s okay when women don’t earn equal pay for equal work.

With an agenda like that, it makes sense that George Bush and John McCain will be together next week in the Twin Cities. Because these days they’re awfully hard to tell apart.

America is still around after 232 years because we have risen to the challenge of every new time, changing to be faithful to our values of equal opportunity for all and the common good.
And I know what that can mean for every man, woman, and child in America. I’m a United States Senator because in 1848 a group of courageous women and a few brave men gathered in Seneca Falls, New York, many traveling for days and nights, to participate in the first convention on women’s rights in our history.

And so dawned a struggle for the right to vote that would last 72 years, handed down by mother to daughter to granddaughter – and a few sons and grandsons along the way.

These women and men looked into their daughters’ eyes, imagined a fairer and freer world, and found the strength to fight. To rally and picket. To endure ridicule and harassment. To brave violence and jail.

And after so many decades – 88 years ago on this very day – the 19th amendment guaranteeing women the right to vote would be forever enshrined in our Constitution.

My mother was born before women could vote. But in this election my daughter got to vote for her mother for President.

This is the story of America. Of women and men who defy the odds and never give up.
How do we give this country back to them?

By following the example of a brave New Yorker , a woman who risked her life to shepherd slaves along the Underground Railroad.

And on that path to freedom, Harriett Tubman had one piece of advice:

If you hear the dogs, keep going.
If you see the torches in the woods, keep going.
If they're shouting after you, keep going.
Don't ever stop. Keep going.
If you want a taste of freedom, keep going.

Even in the darkest of moments, ordinary Americans have found the faith to keep going.

I’ve seen it in you. I’ve seen it in our teachers and firefighters, nurses and police officers, small business owners and union workers, the men and women of our military – you always keep going.

We are Americans. We're not big on quitting.

But remember, before we can keep going, we have to get going by electing Barack Obama president.

We don't have a moment to lose or a vote to spare.

Nothing less than the fate of our nation and the future of our children hang in the balance.
I want you to think about your children and grandchildren come election day. And think about the choices your parents and grandparents made that had such a big impact on your life and on the life of our nation.

We've got to ensure that the choice we make in this election honors the sacrifices of all who came before us, and will fill the lives of our children with possibility and hope.

That is our duty, to build that bright future, and to teach our children that in America there is no chasm too deep, no barrier too great – and no ceiling too high – for all who work hard, never back down, always keep going, have faith in God, in our country, and in each other.

Thank you so much. God bless America and Godspeed to you all.

Brian Schweitzer

O governador do Montana, uma das figuras da noite.

p.s. - Andrew Romano, da Newsweek, em cheio.

Mensagem

Não houve até agora nenhum orador que não tenha repetido a frase: “John McCain são mais quatro anos de George W. Bush”. Para os telespectadores distraídos, os delegados agitavam cartazes vermelhos “McCain, More of the Same”, e cartazes azuis “Obama, Change We Need”.

Keynote speaker

O antigo governador da Virginia e candidato ao Senado, Mark Warner, é esta noite o que Barack Obama foi há quatro anos -- Keynote Speaker, o orador principal.

"Prontos para responder"

Aí está a reconciliação dos democratas: o senador da Pensilvânia Bob Casey Jr., um dos mais notáveis apoiantes de Hillary Clinton, é agora "um orgulhoso apoiante de Barack Obama".
Aí está a garantia para os eleitores "amargurados que se agarram às armas e à religião": "Eu viajei com Barack de autocarro e comboio através do meu estado e onde quer que fossemos as pessoas que se perguntavam 'quem é este tipo' viam o que eu também vi: um marido, pai de duas filhas e um homem de profunda fé. Onde quer que fossemos, as pessoas acabaram por fazer-lhe o maior elogio que podemos fazer na Pensilvânia: tu também és um de nós".
Aí está a retórica anti-republicanos: "O povo da Pensilvânia não se pode dar ao luxo de mais quatro anos da economia de Bush e com John Mccain é exactamente isso que vão ter. Os republicanos herdaram a economia mais forte da nossa história e atiraram-na pela janela".
E aí está o refrão a animar a audiência. "Eles pedem-vos mais quatro anos. Nem pensar. Quatro meses e nada mais". "Quatro meses, quatro meses, e nada mais".

errata: Bob Casey manifestou o seu apoio a Barack Obama durante as primárias, e não a Hillary Clinton. Pelo equívoco, as minhas desculpas.

Os candidatos e o Iraque

"Em assuntos relacionados com o Iraque na campanha eleitoral, vamos provavelmente assistira exploração de maiores diferenças entre os dois candidatos do que existem na realidade. O movimento de retirada é irreversível: as tropas americanas vão sair do Iraque. Se a situação de segurança melhorar, podem voltar um ou dois batalhões por mês. E se a situação se deteriorar até pode ser que cheguemos a uma situação extrema -- um novo reforço de tropas é politicamente impossível de sustentar. O aspecto mais interessante do debate é perceber exactamente o que é que os candidatos entendem por força residual: qual o seu tamanho e qual a sua missão?", Brian Michael Jenkins, especialista em terrorismo, contra-insurreição e segurança nacional da Rand Corporation e em Denver para promover um museu do terrorismo e o seu novo livro "Will Terrorists Go Nuclear?".

Deitar cedo

O palco do Pepsi Center ganha vida às três da tarde, mas o "trabalho" dos delegados democratas presentes em Denver começa bem mais cedo, com as reuniões diárias das respectivas delegações e a participação nos mais diversos fóruns em curso na cidade. Aviso à navegação do Comité Nacional Democrata: maior recato e compostura nas festas que animam a Baixa pela madrugada fora. Aparentemente, a quantidade de intervenientes ensonados e ressacados nas actividades matinais de hoje foi inadmissível.

Chapéus há muitos

Os meus preferidos de hoje da interminável colecção em permanente circulação nos corredores do Pepsi Center:
1) Chapéu de felpo tipo "cow-boy" vermelho, com uma colecção miniatura de mobiliário cerâmico de quarto de banho colada no topo e a legenda. "Não deixem a economia da América ir pelo cano abaixo"; 2) Chapéu de veludo em formato de chaminé, com riscas vermelhas e brancas e bordo azul tipo bandeira americana e uma marioneta de papel de Barack Obama a espreitar do cucuruto; 3) Chapéu em forma de espiga de milho gigante, com um garfo espetado e uma nota a dizer "Foi aqui que tudo começou".

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Up!

Dennis Kucinich acaba de pôr o Pepsi Center de pé. "Wake up America!", foi a frase final.

Convenção verde

A cada dez ou quinze metros há um mini-centro de reciclagem com três bidões: um vermelho para latas e garrafas de plástico, e dois verdes -- um para lixo composto (desperdícios alimentares e pratos e copos biodegradáveis) e outro para tudo o resto que não pode ser reciclado ou composto. Os voluntários plantados ao lado de cada um destes continuam incertos sobre o lugar para onde devem ir os papéis: uns dizem para os atirar no caixote vermelho da reciclagem, outros mandam-nos directamente para o lixo. "Isto no fim vai tudo para o mesmo lado", garantiu-me um.

"Renewing America's Promise" - Agenda do dia

Hour #1 3:00 PM - 4:00 PM (LOCAL)

Call to Order: The Honorable Shirley Franklin, Mayor of Atlanta, Georgia

Invocation: Reverend Cynthia Hale, Disciples of Christ - Decatur, Georgia

Presentation of Colors: The American GI Forum, Mile High Chapter, Colorado (Mexican-American veterans & civil rights organization)

Pledge of Allegiance: Koby Langley, From Fort Mead, Maryland, he received the Bronze Star for leadership in the US Army, Credited with design & implementation of 1st Foreign Torts Claims Policy Act - Iraq

National Anthem: Rocky Mountain Children's Choir

Remarks/Video
The Honorable Eleanor Holmes Norton, Non-voting Member of the US House of Representatives, District of Columbia
Ted Sorenson, Special Counsel, advisor and speechwriter to President John F. Kennedy, Researched and drafted Kennedy's "Profiles in Courage"
The Honorable Mike Honda, Member of the US House of Representatives, California
Dr. David Gipp, Member of the Standing Rock Sioux Tribe, President United Tribes Technical College
The Honorable Linda Sanchez, Member of the US House of Representatives, California
The Honorable Chet Culver, Governor of Iowa
The Honorable David Patterson, Governor of New York
The Honorable Patrick Leahy, US Senator, Vermont

Hour # 2 4:08 PM - 5:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Chris Van Hollen, Member of the US House of Representatives, Maryland
Cecile Richards, President of the Planned Parenthood Federation of America
Congressional Black Caucus
The Honorable Carolyn Kilpatrick, Member of the US House of Representatives, Michigan
The Honorable Charles Rangel, Member of the US House of Representatives, New York
The Honorable John Conyers, Member of the US House of Representatives, Michigan
The Honorable Bennie Thompson, Member of the US House of Representatives, Mississippi

Moment of Silence

Video - "In Memoriam"

Remarks
The Honorable Dennis Kucinich, Member of the US House of Representatives, Ohio
The Honorable John Chiang, State Comptroller, California
The Honorable Jim Doyle, Governor of Wisconsin
The Honorable Ted Strickland, Governor of Ohio
The Honorable Joe Manchin, Governor of West Virginia

Hour # 3 5:00 PM - 6:00 PM (LOCAL)

US Senate Women
The Honorable Barbara Mikulski, US Senator, Maryland
The Honorable Barbara Boxer, US Senator, California
The Honorable Mary Landrieu, US Senator, Louisiana
The Honorable Blanche Lambert Lincoln, US Senator, Arizona
The Honorable Debbie Stabenow, US Senator, Michigan
The Honorable Maria Cantwell, US Senator, Washington State
The Honorable Claire McCaskill, US Senator, Missouri
The Honorable Amy Klobuchar, US Senator, Minnesota

Remarks
The Honorable Ed Rendell, Governor of Pennsylvania
The Honorable Tammy Baldwin, Member of the US House of Representatives, Wisconsin
The Honorable Xavier Becerra, Member of the US House of Representatives, California
John Sweeney, President of the AFL-CIO
Robin Golden, Autoworker from Michigan scheduled to lose his job

Video - "First Time Delegates: Renewing America's Promise"

Remarks
The Honorable Rahm Emanuel, Member of the US House of Representatives, Illinois

Live Performance: Alejandro Escovedo

Hour # 4 6:01 PM - 7:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Steny Hoyer, Member of the US House of Representatives, Maryland, Democratic Majority Leader
Katherine Marcano, Cedar Rapids, Iowa flood victim
Anna Burger, Officer with SEIU & 1st Chair of America's newest labor federation, "Change to Win"
Pauline Beck, Homecare worker & member of SEIU from Oakland, California
The Honorable Janet Napolitano, Governor of Arizona

America's Town Hall - Economy

Remarks
Jim Whitaker, Republican Mayor of Fairbanks, Alaska
Pamela Cash-Roper, Unemployed nurse and lifelong Republican from North Carolina
The Honorable Nydia Velazquez, Member of the US House of Representatives, New York

Hour # 5 7:00 PM - 8:00 PM (LOCAL)

Remarks
The Honorable Kathleen Sebelius, Governor of Kansas
The Honorable Frederico Pena, Former Secretary of Energy and former Mayor of Denver, Colorado
Nancy Floyd, Founder of Nth Power - an energy technology investment firm in Portland, Oregon
The Honorable Robert Casey, Jr., US Senator, Pennsylvania
Lily Ledbetter, Her actions against Goodyear Tire led to the passage of the Fair Pay Restoration Act

Keynote Speech: The Honorable Mark Warner, Governor of Virginia

Remarks
Ret. Rear Admiral John Hutson, President, Franklin Pierce Law Center in Concord, New Hampshire, Lifelong Republican
The Honorable Deval Patrick, Governor of Massachusetts

Hour # 6 8:02 PM - 9:04 PM (LOCAL)

Remarks
Gloria Craven, Laid-off North Carolina textile worker with huge medical bills
The Honorable Brian Schweitzer, Governor of Montana

Hillary Clinton Segment - Video/Remarks
The Honorable Hillary Rodham Clinton, US Senator, New York

Benediction: Revs. Jin Ho Kang, Yoougsook Kang, Methodists - Aurora, Colorado

Recess: The Honorable Shirley Franklin, Mayor of Atlanta, Georgia

Michelle

"Isn't she lovely?", debitam as colunas do Pepsi Center assim que Michelle Obama termina a sua emocionada intervenção. Numa curta interferência via satélite desde Kansas City, Barack Obama graceja com os delegados de Denver. "Agora percebem porque continuei a convidá-la para sair apesar de ela me estar sempre a dizer que não. E vocês querem um Presidente que seja persistente".

Cartazes

É impressionante a rapidez com que a organização consegue fazer chegar aos mais de 4000 delegados que ocupam a plateia do Pepsi Center os diferentes cartazes que marcam a cadência do espectáculo democrata. Os primeiros de todos eram os tradicionais "Change You Can Believe In" que a campanha de Barack Obama distribuiu durante as primárias. Quando Ted Kennedy subiu ao palco, os delegados acenaram umnovo papel azul, que dizia simplesmente Kennedy. De repente, voltaram a mudar -- à medida que a noite se aproxima do fim, surgem outros com o tema do dia, "One Nation". E quando Michelle Obama finalmente subir ao palco, a plateia estará recheada de cartazes com o seu nome. Para o final fica reservado um último slogan: "Common Values, Common Purposes".

Obamacon

Jim Leahy, congressista republicano do Iowa, é o Obamacon da noite. “Sinto que algo falta na vida política americana. A plataforma desta figura transformadora é uma chamada para a mudança, para a renovação, das tradições democratas e republicanas. Em tempos difíceis, o país vem antes do partido”.

Still the One


Os Kennedy são a família real americana.

Teddy, Teddy

“É maravilhoso estar aqui e nada, NADA, me vai afastar desta nossa reunião tão especial”.
“E prometo-vos que estarei lá, no próximo dia 20 de Janeiro, para assistir à tomada de posse de Barack Obama como Presidente dos Estados Unidos”.

Are you gonna go my way?

O pavilhão dança ao som de Lenny Kravitz, depois de um discurso de Jesse Jackson Jr.

Mais-valia

Maya Soetoro-Ng, a meia-irmã de Barack Obama, é decididamente um trunfo na campanha de Obama, e é difícil perceber porque não tem sido mais “utilizada”: tem uma imagem simpática e serena perfeita para televisão e uma retórica calma capaz de cativar a desordenada audiência do Pepsi Center.
“A nossa mãe compráva-nos microscópios e telescópios e ensináva-nos que devíamos ter fé mesmo nas coisas que não conseguimos ver”, recordou. “Nunca tivemos muito dinheiro, mas sempre tivemos connosco pessoas que nos ensinaram a acreditar que com os nossos sonhos podemos alcançar o inimaginável e com o nosso trabalho podemos conseguir coisas extraordinárias”.
E sobre crescer com Barack como irmão mais velho: “O Barack levava-me a festivais, museus, feiras de rua e eu adorava”.

Jimmy Carter

Entra e sai de palco ao som de “Georgia on My Mind”.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

E ontem à noite, karaoke

Nem "I will survive", nem "Eye of the Tiger" e nem "Dancing Queen". No menu do karaoke havia: "Yes we can change", Barack Obama no Iowa; "No more Invisible Americans", Hillary Clinton no New Hampshire; "An american house to rebuild", John Edwards na Lousiana; "We will never surrender, they will!", John McCain no New Hampshire; "America needs to stay on the offense", Rudy Giuliani na Florida.
Sheryl escolheu o discurso de vitória de Hillary Clinton na primária do New Hampshire. A voz era tão parecida com a da senadora de Nova Iorque que por um segundo o bar parou. "O que eu queria mesmo era fazer de Mitt Romney", confessou.
Eric foi Obama na Carolina do Sul. "Gostei, foi uma bela interpretação do mais clássico Obama", comentou o seu amigo Jeff.
Sean foi uma versão gay de Ron Paul, contorcendo-se numa prestação estilizada do repto "End the Fed" do candidato libertário.
Daniel Peltz, o autor deste projecto de arte pública e um entusiasta da utilização do karaoke no âmbito das artes performativas, explica que o objectivo da sua intervenção é inverter o modelo de "apropriação" dos discursos políticos, de uma atitude passiva de espectador televisivo, para o processamento corporal -- os receptores passam a interlocutores; ao incorporarem (literalmente) as palavras dos seus candidatos passam a conhecer melhor aquilo que eles representam.

À carga

Para aqueles que tinham dúvidas se os democratas iam partir para o ataque ou apostar no tom positivo , o discurso de Andrew Tobias, é esclarecedor: curto e incisivo, todo ele construído para criticar o candidato republicano, pôr em causa as apreciações dos seus assessores económicos e arrasar as suas propostas para revitalizar a economia.
Pode ser esta a maneira de unir o partido -- não a favor de Barack Obama, mas contra John McCain.

Isso é um hot-dog?

Os delegados que vão chegando aos magotes demoram a perceber a logística na sua aproximação ao gigantesco Pepsi Center. No topo das preocupações: onde é que se compra a comida.

Entretanto, lá dentro -- "Há uma diferença entre uma campanha e um movimento, e o que Barack Obama nos oferece é um movimento", diz o primeiro videoclip.

Pepsi Center

"One Nation" - Agenda do dia

3:00 PM - 7:00 PM (LOCAL)

Call to Order
The Honorable Howard Dean, Chair, Democratic National Committee, Former Governor of Vermont

Invocation
The Honorable Polly Baca - Greeley, Colorado, Former Colorado State Senator
President & CEO Latin American Research & Service Agency

Presentation of Colors
Navajo Code Talkers Association: Keith Little, Frank Willeto, Bill Toledo, Jimmy Begay

Pledge of Allegiance
Angela Morgan, from Alexandria, Virginia -- Served 9 years in the Marines and now runs a leadership development small business

National Anthem
Colorado Children's Chorale

Welcome
Reverend Leah D. Daughtry, Convention CEO & Chief of Staff, Democratic National Committee

Video - "Welcome to the West"

Introduction of and Report by the Credentials Committee

Introduction of and Report by the Rules Committee

Video - "Changing the Course of Our Nation"
Featuring Ashley Baia - Native of Pennsylvania and an Obama field organizer mentioned in Obama's Philadelphia speech. Know as the "sandwich girl" who, at age 9, convinced her mother she liked mustard & relish sandwiches to save money while her mother was fighting cancer. She is now twenty-three.

Introduction of Convention Co-Chairs
The Honorable Howard Dean, Chair, Democratic National Committee
The Honorable Shirley Franklin, Mayor of Atlanta, Georgia
The Honorable Leticia Van de Putte, State Senator, Texas District 26
The Honorable Kathleen Sebelius, Governor of Kansas
The Honorable Nancy Pelosi, Speaker of the US House of Representatives

Turning Over the Gavel
The Honorable Howard Dean, temporary Chair of the Convention turns over the gavel to The Honorable Nancy Pelosi, Permanent Chair of the 2008 Democratic Convention.

Remarks

Presentation of Platform
The Honorable Patricia Madrid, Co-Chair Platform Committee, Attorney General of New Mexico
Judith McHale, Co-Chair Platform Committee, Business Executive (former President, Discovery Communications; Board of DigitalGlobal)

Congressional Hispanic Caucus
The Honorable Joe Baca, Member of the US House of Representatives, California
The Honorable Grace Napolitano, Member of the US House of Representatives, California
The Honorable Silvestre Reyes, Member of the US House of Representatives, Texas

Remarks

Nancy Keenan, President, NARAL - Pro-Choice America

The Honorable Emil Jones, Jr., State Senator, Illinois

Amanda Kubik, Young Delegate - North Dakota

Ret. Rear Admiral John Hutson, Pres. Franklin Pierce Law Center in Concord - lifetime Republican

Reg Weaver, President, National Education Association

The Honorable Manuel Diaz, Mayor of Miami, Florida

Video - "Changing the Course of Our Nation"
Featuring Gabrielle Grossman, New Hampshire Obama Supporter "U2 mamma for Obama"

Remarks

The Honorable Lisa Madigan, Attorney General, Illinois

The Honorable Dan Hynes, Comptroller, Illinois

The Honorable Alexi Giannoulis, State Treasurer, Illinois

Randi Weingarten, American Federation of Teachers

The Honorable Amy Klobuchar, US Senator, Minnesota

Musical Performance
John Legend (vocals & piano) and accompanied by Agape Choir - International Spiritual Center, Culver City, CA

Remarks

The Honorable Nancy Pelosi, Speaker of the US House of Representatives
Permanent Chair, Democratic National Convention

Video - "First Time Delegates: Renewing America's Promise"

America's Town Hall - Economy

Remarks

Margie Perez, New Orleans jazz singer & song writer from Musicians Village

President Jimmy Carter Segment
Jimmy Carter/New Orleans Video
Acknowledgment of President Carter

Remarks

Maya Soetoro-Ng, Half-sister of Barack Obama, High School teacher - Hawaii


7:00 PM - 9:00 PM

Remarks

The Honorable Jesse Jackson, Jr., Member of the US House of Representatives, Illinois

Mike Fisher & Cheryl Fisher - Beech Grove, Indiana
Mike - Amtrak tech & Cheryl - hospital tech (hosted Obama for lunch)

Tom Balanoff, President, SEIU Local 1 (Chicago)

Senator Edward M. Kennedy Tribute
Caroline Kennedy Schlossberg, Daughter of the late President John F. Kennedy and Jackie Kennedy

Video - Edward M. Kennedy Video

Remarks

The Honorable Miguel Del Valle, City Clerk of Chicago, Illinois

Candi Schmieder, Delegate Chair, Iowa County Convention

Jerry Kellman, Hired & supervised Obama at Developing Communities Project - Chicago, Illinois

The Honorable Jim Leach, Former Republican Member of the US House of Representatives, 1st District, Iowa

The Honorable Claire McCaskill, US Senator, Missouri

Video - Michelle Obama Package

Introduction: Craig Robinson, Older brother of Michelle Obama

Remarks

Michelle Obama, Wife of Presidential Candidate Barack Obama

Benediction
Don Miller -Portland, Oregon, Best-selling author & public speaker focusing on Christian spirituality

Recess
The Honorable Kathleen Sebelius, Governor of Kansas

domingo, 24 de agosto de 2008

Goodie bag

No saco que cada jornalista ganha ao recolher a credencial para a Convenção Democrata:
1. Revista "Official 2008 Democratic National Convention Visitors Guide"
2. Mapa da cidade
3. Guia de "Hike and Bike" [rotas para caminhadas e passeios de bicicleta] em Denver e arredores
4. Guia das galerias de arte de Denver
5. Kit rádio de emergência com dicas para situações de catástrofe
6. Caderno de espiral A4 Staples
7. Bloco de Pos-its
8. Três esferográficas
9. Íman de frigorífico com palavras alusivas aos direitos dos trabalhadores do sindicato SEIU
10. Vale de descontos para compras no Macy's
11. Cartão para um toque de telemóvel grátis
12. Cartão da ecodrivingusa com dicas para reduzir consumo de gasolina (feito com papel reciclado e sementes de flores silvestres para poder ser plantado na terra e crescer)
13. Amostra em lata da Joint Juice
14. Garrafa de água vitaminada com sabor natural a limão
15. Garrafa de plástico para reencher com água
16. Pin com uma bicicleta da AT&T
17. Pin com um moínho de vento da American Wind Energy Association
18. Dois pacotes de pastilhas mint para o hálito fresco
19. Porta-chaves com gel antiséptico para lavar as mãos

Denver, Colorado

Está calor.

sábado, 23 de agosto de 2008

Joe Biden candidato à vice-presidência

Sem tempo para escrever sobre a escolha de Barack Obama para a vice-presidência (o PÚBLICO está de viagem para a Convenção Democrata em Denver), ficam algumas considerações das agências noticiosas e imprensa norte-americana sobre o senador do Delaware, Joseph Biden:

- a biografia do senador de 65 anos
- o que a decisão diz de Obama e o que Biden pode trazer à candidatura democrata, aqui

- traz experiência nos assuntos de política externa, mas acarreta riscos para a campanha

- o impacto da escolha de Biden nas sondagens, aqui

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ninguém goza com Obama

A primeira vez que Jon Stewart fez uma piada à custa de Barack Obama no "Daily Show", a audiência contorceu-se num silêncio desconfortável. "Não há problema, podem-se rir...", autorizou Stewart, que habitualmente carrega mais na ironia contra John McCain e na zombaria contra os republicanos. Aparentemente, gozar Obama é um problema para todos os comediantes televisivos, como demonstra um estudo do Center for Media and Public Affairs.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Música para as massas

Beatles para os democratas; Beach Boys para os republicanos: aqui, as playlists das duas Convenções, cortesia da revista Wired.

McCain ultrapassa Obama

Pela primeira vez nesta campanha eleitoral, o republicano John McCain aparece à frente do democrata barack Obama nas intenções de voto dos americanos: a última sondagem da Reuters/Zogby ilustra o enorme impulso da candidatura do veterano senador do Arizona no último mês, com McCain a eliminar uma desvantagem de sete pontos percentuais em Julho e a distanciar-se cinco pontos em Agosto.

p.s. Outras sondagens que apontam a recuperação da campanha de McCain: esta, do Los Angeles Times/Bloomberg, que aponta um empate técnico entre os dois concorrentes e indica que o democrata não tem conseguido ganhar novos apoiantes, ou então esta, divulgada ontem pela Quinnipiac University, que estudou o efeito da crise da Geórgia nas percepções dos eleitores americanos e determinou que a experiência é o factor que mais apela ao voto em McCain..

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Eavesdropping *

Esta é mais uma daquelas histórias que só são possíveis em Washington DC. Eu estava no cabeleireiro, a falar animadamente sobre os Jogos Olímpicos de Pequim com o Zack, o marroquino que me aparava o cabelo, quando entra um senhor com duas crianças pequenas, a mais velha talvez de uns cinco ou seis anos, a mais nova seguramente com não mais de dois. Pela familiariedade com que se comportam, são clientes habituais. Quando a miúda mais velha sobe para a cadeira, a cabeleireira volta-se para o pai e pergunta, com a maior naturalidade,

"Então, tem estado a seguir a especulação sobre os vice-presidentes?!",

ao que a criança responde com igual à-vontade:

"O papá gosta do Bayh" [Evan Bayh, antigo governador democrata do Indiana]

"Ai sim? Eu cá prefiro o [senador do Delaware] Joe Biden. E o Fineman [ie, Howard Fineman, jornalista da Newsweek e comentador da MSNBC] garante que vai ser ele..."



* hábito de escutar atrás das portas

À espera que o telefone toque

O senador democrata Barack Obama falou hoje de manhã na 109ª Convenção Nacional dos Veteranos de Guerras Estrangeiras, em Orlando, na Florida. Esta tarde voa para a Carolina do Norte, para um "town hall" tardio, e amanhã de manhã segue para a Virginia, para discutir a economia, num evento marcado para as 11h30 da manhã.
Mas com a certeza de que o candidato democrata anunciará esta semana a sua escolha para a vice-presidência, a imprensa norte-americana tem sentido alguma dificuldade de concentração. Está tudo à espera que o telefone toque.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Batota?

No passado sábado à noite, os dois candidatos presidenciais Barack Obama e John McCain participaram num fórum sobre fé com o famoso pastor evangélico norte-americano, Rick Warren, autor do best-seller "Purpose Driven Life" e líder da gigantesca Saddleback Church de Lake Forest, na Califórnia. A conversa foi transmitida em directo pela CNN e a iniciativa foi encarada pela imprensa americana como uma espécie de "aquecimento" ou de ensaio-geral para os sempre fulcrais debates televisivos -- e por isso esperava-se muita tinta sobre quem ganhou ou perdeu. Mas o que os jornais, os comentadores e a blogosfera ainda estão a discutir hoje é se o candidato republicano, John McCain, fez ou não batota e teve conhecimento das perguntas e da prestação do seu opositor antes de entrar em cena. Em vez de esperar em reclusão num "cone de silêncio", como foi anunciado no início da transmissão, o senador estava em movimento, na sua caravana, enquanto Obama respondia a Rick Warren.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Geórgia

Randy Scheunemann, poderoso lobbyista de Washington e um dos principais conselheiros de política externa do senador republicano John McCain, foi representante dos interesses da Geórgia na América até ao passado mês de Maio (segundo um texto do jornal The Washington Post, desde 2004 a sua firma recebeu mais de 800 mil dólares para promover causas georgianas como o acesso à Nato ou o combate à insurreição da Ossétia do Sul).
A crise no Cáucaso é um daqueles tipos de "externalidades" ou "imprevistos" que podem (ou não) ter potencial para mudar o rumo de uma campanha. As crises internacionais, por mais distantes ou irrelevantes, podem sempre ser jogadas como um trunfo para obter dividendos políticos domésticos. Com Obama calado em Honolulu, tem sido John McCain a "beneficiar" com o conflito -- é inegável que o candidato está em excelente forma, discutindo apaixonadamente todos os detalhes da crise, exibindo o seu conhecimento militar e demonstrando a sua capacidade de liderança. Orador aborrecido em temas de economia, McCain brilha quando fala de guerra ou de questões de segurança (aqui a opinião do blogger Andrew Sullivan).
O problema para McCain tem a ver com as "ligações" dos dirigentes da sua campanha — e do establishment republicano — à clique política da Geórgia. Num país em que a mínima suspeita serve para alimentar intrincadas teorias da conspiração, esta coincidência pode ser prejudicial para o candidato. As coisas assumem um tom ainda mais dúbio quando se sabe que Karl Rove, o mais temido operacional republicano, se terá encontrado com o Presidente Saakashvili em Julho. É que quando se trata de Rove, até os mais cépticos dizem ter suspeitas...

Hillary na Convenção

O nome da senadora de Nova Iorque Hillary Clinton vai constar nos boletins de voto da Convenção Democrata, apesar da candidata ter perdido a batalha da nomeação para Barack Obama. Num comunicado, o senador do Illinois disse que a medida procura reconhecer o carácter histórico da campanha de Hillary -- que vai reforçar a mensagem de unidade apelando aos seus delegados para repetir o seu voto de superdelegada em Obama.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Novo livro para derrotar Obama

Desta vez, o senador democrata do Massachusetts, John Kerry, não perdeu tempo na resposta a Jerome Corsi. Em 2004, este autor (ver aqui uma biografia, escrita nesse ano) arruinou a candidatura presidencial de Kerry com as alegações de que o político teria mentido sobre os actos de bravura que lhe valeram várias medalhas de honra e coragem pelo seu serviço na guerra do Vietname. Os argumentos de Corsi foram publicados no livro "Unfit to Command" -- mais tarde, foram repetidos numa série de infames anúncios publicitários pagos pelos "Swift Boat Veterans for the Truth", que mancharam irremediavelmente a reputação de Kerry.
Quatro anos mais tarde, o alvo é o senador do Illinois Barack Obama. Num novo volume, que será lançado este fim-de-semana [no número 1 da tabela dos best-sellers do jornal The New York Times] e que segundo a sua editora foi "meticulosamente investigado e documentado", Corsi caracteriza o candidato presidencial democrata como um "liberal radical", fala sobre as suas "extensas ligações ao Islão" e questiona as declarações sobre o fim do seu consumo de drogas e álcool. O objectivo confessado do autor é "derrotar Obama".
A campanha de Barack Obama ainda não reagiu, mas vários blogues, websites e jornais já desmentiram várias das insinuações contidas em "The Obama Nation - Leftist Politics and the Cult of Personality". Apesar da aparente facilidade em desmontar as acusações de Jerome Corsi, trata-se de território movediço para a candidatura do democrata: a única certeza da equipa de Obama é que o material publicado seguramente será reproduzido à exaustão -- pela imprensa que vai analisar o conteúdo da obra e pelas inúmeras organizações e grupos de apoio dos dois concorrentes. A questão bicuda é saber se a melhor maneira de lidar com toda esta informação é simplesmente classificá-la como "rumores e falsidades" e ignorá-la, ou arriscar a manutenção das supostas mentiras e ataques na agenda do dia, contrariando a sua validade.

Mais silly

Levantei-me para ver o que se passava com a campanha de John McCain quando a CNN alertou para "breaking news" durante a sua visita ao Michigan: um apoiante mais entusiasmado apertou de tal maneira a mão de Cindy McCain, a mulher do candidato, que esta foi transportada ao hospital para fazer um raio-x e tomar um analgésico.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Silly season

O Congresso está parado para férias, Washington está deserta, os americanos andam fascinados com os Jogos Olímpicos, Barack Obama foi a banhos para o Havai e John McCain anda a percorrer a Pensilvânia, arrastando um punhado de jornalistas dispostos a assegurar (nada mais do que ) os serviços mínimos da cobertura eleitoral. A imprensa especula sobre que consequências teria tido para as primárias democratas a indiscrição sexual do antigo candidato John Edwards se tivesse sido reportada mais cedo, e recupera a má-vontade da campanha de Hillary Clinton contra o seu anterior adversário Barack Obama. A realidade é que a campanha abrandou com o calor -- nem a novela dos vice-presidenciáveis entusiasma o suficiente para se deixar a sombra.