8 tips for voting smart
Um panfleto que anda pelos cafés de Washington DC dá oito conselhos para votar "smart". Passado o primeiro, o do registo, cujo prazo já terminou a 14 de Outubro, e o último, o do voto antecipado por impossibilidade de votar no dia das eleições, cujo prazo terminou a 28 de Outubro, sobram seis, a saber:
1. Saber qual é o local de voto (os locais de voto vão mudando e se se votar fora do sítio que é suposto o voto pode não contar, alerta-se);
2. A melhor altura para votar é o meio-dia, porque "a maioria dos eleitores irá votar antes ou depois do trabalho". Recorde-se que, nos EUA, a eleição decorre a um dia útil - a próxima terça-feira, dia 4. "Se encontrar filas enormes e não tiver tempo para esperar para votar, ligue para uma 'voter hotline'. Não abandone o local sem dizer nada a ninguém - o seu voto é importante!", frisa o folheto da SAVEourvotes - Secure Accesible Verifiable Elections for Maryland.
3. Saber como votar - "Leia o boletim de voto quando o receber no correio. Saiba mais sobre os candidatos através dos jornais ou outras fontes nas quais confie", aconselha-se.
4. Levar identificação para votar - a regra é que não seja exigida e, por isso, o folheto sugere que se mostre a identificação apenas se esta for pedida e que, nesse caso, se "pergunte delicadamente porquê" e se peça para "ver a lei que o exige".
5. Saiba os seus direitos. "Tem o direito a votar!" Mesmo que não apareça listado. E, durante o processo, não pode ser "assediado ou intimidado".
6. Denuncie "problemas com o voto". "A sua chamada pode prevenir problemas semelhantes e pode ajudar as autoridades a melhorarem o processo eleitoral", frisa o folheto.
Sofia Branco
domingo, 2 de novembro de 2008
Daily Mirone - 7
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Daily Mirone - 6
As drags também votam
Centenas de drag queens desfilaram esta noite na 17th Street, em Washington D.C., apesar do frio. As Sarah Palin dominaram a corrida - sim, uma corrida, em saltos altos, altíssimos e altérrimos, rua fora, às vezes aos trambolhões -, mas também havia um bom McCain, muitos Obama looking e um genial Joe, the plumber.
A comunidade LGBTQ - lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e queer - apoia o candidato democrata às eleições de 4 de Novembro e há até um braço oficial da campanha chamado Obama Pride. Que vendia t-shirts ali mesmo, enquanto distribuía um folheto apelando a voluntários para aderirem ao Yes We Van, que consiste em fazer carpool para "levar novos eleitores às urnas", para que a Virgínia passe a azul (a cor dos democratas). E Adrian M. Fenty, o mayor da cidade - o verdadeiro e não um disfarce - apareceu para cumprimentar as drags e apelar ao voto em Obama. Com os dois braços no ar, perguntou ao público quem preferiam na race. Gritaram "Obama!" Ele sorriu e disse: "Obama is not running in this race." Patrick Mara, do city council, passou minutos mais tarde, seguido por uma comitiva com cartazes reclamando a igualdade no casamento para a comunidade LGBT.
Cinco drags-schoolgirls fizeram sucesso com a sua dança, levantando a parte de frente da saia - VOTE! -, mostrando as cuecas - OBAMA, uma letra em cada rabo. Mas as Palin arrancaram sempre os maiores aplausos. "Olhem só para o cabelo dela!", exclamava uma mulher entre a multidão que esperou para ver a corrida - evento anual, sempre na terça-feira antes do Halloween, de duas horas de desfile, fotografias e divertimento, que termina com uma corrida rápida e curta.
Um homem gritava por Palin, 'mas onde é que ela está?', carregando os sacos das suas compras e empunhando um duplo cartaz: de um lado, a azul, vote first dude (tratamento popular dado ao marido de Sarah; do outro, a vermelho, Neiman Marcus (armazém caríssimo onde a campanha gastou parte dos 150 mil dólares em roupa para Sarah e a sua família) spoiled my girl. Uma Hockey Mom for Palin seguia de braço dado com uma Sarah Barracuda.
Mas as drags não gostam só de política. Um grupo desvairado gritava 'this is my baby, this is my baby', enquanto segurava em nenucos e o público rejubilava: 'polygamous!"
Sofia Branco
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Daily Mirone - 5
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sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Daily Mirone - 4
Obama, o ícone pop
Ele pode até nem vir a ser o próximo Presidente dos Estados Unidos. Mas já é definitivamente um ícone pop, convertido em graffiti, em t-shirt, em crachá. A preto e branco ou a cores. Sofia Branco
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terça-feira, 21 de outubro de 2008
Daily Mirone - 3
It's all about taxes
A economia é uma preocupação, e um factor de decisão, em quaisquer eleições, sejam elas americanas ou europeias. Mas nos Estados Unidos há uma obsessão com as taxes - que são sempre as taxes, mesmo quando é um emigrante português a falar. Todos acham que pagam muito e aceitam tudo menos pagar mais. E Obama assustou aqueles que ganham mais dinheiro, e já pagam mais impostos, com a proposta de aumentar as taxes para todos os que ganham mais de 250 mil dólares por ano e reduzir para os que fazem parte das chamadas lower and middle-income families. Até porque os americanos não se identificam com a solidariedade social, muito menos com a distribuição da riqueza, como Obama a apresentou - e logo foi apelidado de "socialista" (e este é um epíteto que ninguém quer ter no país com maior devoção ao capitalismo) depois de anunciar as suas propostas para a reforma fiscal.
Hoje, entrei numa loja de computadores e o dono perguntou-me de onde vinha. E se podia perguntar uma "curiosidade" (estive nos Estados Unidos em 1992 e 2001, antes dos atentados, e confesso que a curiosidade actual me está a surpreender pela positiva): quis saber tudo sobre o sistema de impostos em Portugal. E lembrou que os Estados Unidos nasceram das taxes - os ingleses "fugiram porque não aguentavam pagar" os impostos da altura, na sua versão da história. E esta será a explicação para que cada site e cada jornal faça uma comparação entre Obama e McCain - revelando o que será das taxes com cada um deles na Casa Branca.
Em Manassas, a cerca de cem quilómetros de Washington DC e onde existe um "little Portugal", como são apelidadas pelos emigrantes as comunidades portuguesas de alguma dimensão, as eleições não eram um tópico recorrente de conversa, até porque muitos dos que podem votar ainda não decidiram se o farão. Mas, trazendo o assunto à conversa, na festa do passado sábado que reuniu cerca de cem pessoas, logo as taxes centraram o debate, com uma clara linha divisória entre os trabalhadores por conta de outrem, que apoiam a medida de Obama e acham que a Administração podia ter evitado a crise, e os empresários por conta própria, que tendem a ser mais pró-republicanos e desculpam o governo pelo desgoverno individual.
Sofia Branco
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domingo, 19 de outubro de 2008
Daily Mirone - 2
O português da Johns Hopkins
Não andava propriamente à procura dele, mas todos sabemos que o ditado do "um português em cada lado" é baseado em factos reais. Fui espreitar o departamento de Relações Internacionais da Johns Hopkins University. Maurice, o porteiro-segurança, não me deixou passar da entrada, mas quis saber de onde vinha eu. E, após a resposta e sem aviso prévio, discou freneticamente o telefone enquanto me comunicava que havia um português no edifício. Foi assim que conheci o Pedro Matias e, minutos mais tarde, a sua mãe, Zélia. O Pedro está cá há sete anos e é funcionário administrativo da Johns Hopkins. 'Está óptimo', diz a mãe, que trabalha na limpeza. Pedro diz que a sua família deve ter sido das primeiras portuguesas em Washington. 'Aqui ganha-se mais – uma limpeza custa 60-70 dólares em Nova Iorque e aqui sobe para os 100', compara Pedro. Mas tanto filho como mãe dizem que a situação no país piorou. E não acreditam que vá melhorar. Muito menos que o próximo inquilino da Casa Branca faça alguma diferença. 'É tudo a mesma coisa. Em casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão', diz Célia. Ambos votarão a 4 de Novembro. E em Obama. Despedem-se com um muito português: 'Se precisar de alguma coisa, a casa é humilde, mas dá sempre para mais um e quem coze três batatas também coze quatro.'
Sofia Branco
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Daily Mirone - 1
Do you have a minute for the democrats?
Primeiro pé nas ruas de Washington. Mal deixei a R Street, onde estou alojada, e entrei na 17th Street, para o meu primeiro cappuccino (há que arranjar alternativas bebíveis à falta de um café decente…), uma jovem perguntou-me se tinha "um minuto para os democratas". Expliquei que não era americana e, portanto, não votava. Mas que tinha o minuto, claro. Aliás, todo o tempo do mundo para ela me explicar o que queria exactamente com aquele pregão. Angariar fundos. Assim, às claras e à luz do dia. Impossível à mente europeia não estranhar. Aqui é normal – tão normal como perguntar ao cliente que paga as compras no supermercado se não quer aproveitar para deixar um contributo para a luta contra o cancro. Verdade que já vamos tendo um pouquinho disto, mas estão a ver sete portugueses por dia (os números são da democrata angariadora de fundos, que não quis partilhar o nome) a darem um minuto e uma generosa contribuição aos democratas? Don't think so. 'Então e não me querem convencer a votar em Obama?', perguntei eu. 'Não, nós não convencemos ninguém', garantiu ela. Na verdade, explicou, dirige-se aos já convencidos. Passa um que já o foi. 'Costumava ser democrata. Mas isso foi antes de Obama…' Com os fundos deste já não contam. Ela, diz a própria, é um elemento da "campanha agressiva" de Barack Obama. De recolha de fundos, leia-se. Ainda lhe pedi um exemplar da folhinha, mas ela disse que não podia oferecer-me uma. Pena. Quando voltei a passar pela rua, duas horas depois, ela ainda lá estava. A recolher o dízimo de democratas.
Sofia Branco
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