quarta-feira, 5 de março de 2008

Obama, Obama

Se é verdade que Obama se transformou no rosto da “esperança”, é igualmente verdade que as suas propostas políticas são vagas e as suas prioridades imprecisas. A vulnerabilidade da sua candidatura reside, pois, nesta indefinição programática. Mais interessante, o seu discurso centra-se em questões de política interna. Porém, a tarefa principal de um presidente é a condução da política externa.
Sobre o papel dos EUA no mundo, Obama pouco diz. Afirma a necessidade de efectuar uma retirada célere do Iraque, mas não adianta como pretende concretizar esse objectivo. No entanto, há uma questão de política externa que Obama reitera com clareza: a determinação de prosseguir a guerra contra o terrorismo. Declara estar disposto a usar tropas americanas para capturar Osama bin Laden se souber que o líder da al Qaeda se encontra escondido em solo paquistanês. Muito simplesmente, violará a soberania do Paquistão, ignorando as repercussões e a instabilidade resultantes de tal imprudência. Nem parece estar ciente das consequências que tal acto provocaria no Afeganistão, onde a coesão da NATO corre graves riscos em resultado do fracasso das operações militares. Com as suas declarações, Obama sinaliza que o unilateralismo americano não chegará ao seu fim com a saída de George Bush da Casa Branca. Eis um dado que os “apoiantes europeus” de Obama deveriam ponderar antes de afirmarem que a sua eventual eleição irá “mudar tudo na política internacional”.

7 comentários:

Anónimo disse...

é obvio que não irá mudar tudo no mundo porque as politicas de bush deixaram grandes marcas no mundo e muitas delas irreparaveis ...
o voto em obama representa um grito de mudança em muitos interesses instalados e isso é perigoso para muita gente ...
sim, porque muita gente continua a lucrar com esta guerra sangrenta.
o risco faz parte da política e a questão que se põe é esta:
será que a invasão ao iraque não foi uma invasão de um estado soberano e um risco enorme para o mundo?
eu sei do lado que estou e neste caso prefiro correr o risco da mudança para algo melhor mesmo que isso seja acompanhado de vários obstaculos ...
o mundo precisa dessa mudança porque caso contrário os danos desta politica de guerrilha podem ser ainda mais terriveis para todos nós ...

Iza disse...

Concordo plenamente com vc Wessel.
O Blog está ótimo
Parabéns!

Vasco Rato disse...

nao discordo de Obama. Apenas quero salientar que nao "muda tudo", como jugam alguns apoiantes europeus

Anónimo disse...

é obvio que não muda tudo porque o polvo da guerra têm variados tentaculos porém penso ser um começo para uma mudança real na inercia em que vivemos iludidos ...

Iza disse...

Tb acho, gostei disso mudança real na inécia...

ZAMOT disse...

Caro Vasco Rato, não fez bem o TPC. Aqui vai uma ajudazinha:
http://www.barackobama.com/issues/foreignpolicy/

http://www.foreignaffairs.org/20070701faessay86401/barack-obama/renewing-american-leadership.html

E há muito mais.

EAT

Vasco Rato disse...

ja li, obrigado