terça-feira, 23 de setembro de 2008

Desgaste

O desgaste da relação da campanha do republicano John McCain com os media produziu hoje um pequeno motim, com o anúncio de um possível boicote perante o blackout da candidata à vice-presidência, Sarah Palin. Já passaram mais de 25 dias desde a apresentação da governadora do Alaska como parceira de McCain na corrida à Casa Branca e a estratégia continua a ser recusar toda e qualquer interacção com os media.
Entretanto, os comentários dos analistas à postura de diabolização e ataque indiscriminado da imprensa assumida pela campanha de McCain em nada favorecem o candidato; apenas revelam um lado muito pouco feliz da sua candidatura.

8 comentários:

Anónimo disse...

A Rita e' que e' pouco feliz nos seus comentarios, que devo dizer desde ja' sao aldrabices. Desculpe o termo, mas o que diz aqui e' mentira!
Sarah Palin teve duas grande entrevistas com Charlie Gibson da ABC News e com Sean Hannity da Fox News. Portanto quando diz coisas destas, pense que talvez haja alguem que como eu as le e sabe que elas sao mentiras deslavadas.

Carlos Carvalho

Anónimo disse...

Palin teve tambem hoje uma entrevista com Katie Couric da CBS News. Como ve, devia de pensar antes de dizer asneiras.

Paulo disse...

À Palin resta tentar passar uma imagem de vitimização em relação aos média, tendo em conta uma absoluta e mais que óbvia ausência de conteúdo. Encaixa perfeitamente na bipolarização que os R. pretendem, uma vez que o centro tende cada vez mais para Obama. Desta forma, apelam à America profunda, a sua derradeira hipótese, encostando os D. às elites intelectuais que 'não compreendem o povo'.

Em resumo, é o preço a pagar por um ticket furado de McCain, que baseou a escolha da VP em puro e duro taticismo, a léguas dos interesses da nação.
À semelhança da McGaffe não assumida sobre o Zapatero, a escolha de Palin define o quanto o mundo e os EUA não precisam dele.

Paulo disse...

Ó C.Carvalho... Eu não vi a entrevista da CBS, mas você concerteza que não viu a da Fox. Se viu e lhe chama 'grande', só pode estar a referir-se à duração. Foi uma entrevista totalmente estruturada à volta de 'perguntas' que já continham a resposta, daquelas perguntas que nunca mais acabam e que nem sequer tentam disfarçar a agenda que personificam; e a que a entrevistada só tem que responder 'concordo em absoluto e digo-lhe mais: e depois diz tudo, mas por outras (como quem diz) palavras. Não brinque.

Quanto à da CBS: não vi, mas tenho a certeza absoluta de que tb não pode ter sido 'grande', em termos de conteúdo. Porquê? Porque pura e simplesmente a Sarah não tem nada a dizer ao país e ao mundo. É daqueles casos em que é muito seguro afirmar que não vi e detestei (pronto, tem aqui muito material para a retórica do fogo-de-artifício).

Bernardo Sousa disse...

A entrevista à foxnews nem conta porque de perguntas difíceis não teve nada. O Sean Hannity a entrevistar um republicano é como o Keith Olbermann a entrevistar um democrata.

Quanto ao desconforto nos media americanos é real. Ainda hoje veio a jornalista da CNN Campbell Brown pedir para "libertarem" a Sarah Palin. Chegou a acusar a campanha de McCain de sexismo.

Para além da ABC e da CBS há outros media. Ainda não deu uma entrevista à impressa escrita (excepto à People) e ainda não deu uma conferência de imprensa com perguntas dos jornalistas.

Anónimo disse...

Ok, podem dizer que a Sarah Palin ja' deu entrevistas, mas a interaccao com os media continua a ser quase nula. Deu as entrevistas que quis e nao as que foram solicitadas e nos termos que quis e nao nos que os jornalistas poderiam querer. E claro que eles a querem esconder do escrutinio dos jornalistas, porque ela ate nas entrevistas que supostamente estariam sob controlo colapsa. Mas o tiro esta a sair pela culatra e a tendencia e para piorar. Quero mesmo ver o debate com o Biden. Coitadinha...

Anónimo disse...

Diabolização é o que se faz aqui e em todos os outros jornais, que apoiam mais ou menos declaradamente Obama, relativamente à Governadora Palin.
Ela já fez pelo menos 4 ou 5 grandes entrevistas. Vai fazer seguramente mais 10 ou 15.
Entretanto, faz campanha e expõe-se aos eleitores também em sessões com perguntas e respostas.
Mas os jornalisats queriam a senhora 24 horas ao seu dispôr para fazerem perguntinhas tipo "O Quem quer ser milionário".
Se se dedicassem a reportar o que se passa na campanha de modo isento, os jornalisats faziam uma melhor serviço ao público que deviam servir (e não às candidaturas da sua preferência, como acontece com Obama).
Estas são seguramente as eleições a que assito com a cobertura noticiosa mais tendenciosa e desequilibrada. Perdeu-se a vergonha toda!!!

Jp disse...

E pergunto eu, de que valem entrevistas a media normalmente alinhados com o Partido Republicano? Quando se conhece quem nos entrevista e as perguntas que nos serão feitas, é claro que é de aproveitar...
Claro que o inverso também é verdade, mas não ouve falar de recusas de Obama ou Biden em falar e dar entrevistas...

Mas se se verdadeiramente quer conhecer Sarah Palin, recomendo vivamente a leitura do texto sobre a sua vida política apenas (e, afinal de contas, a que interessa) que saiu na edição deste mês da Roling Stone. Um texto ácido, violento, mas verdadeiro, fundamentado e acima de tudo, alarmante...
Só é pena ser apenas lido pelos "elitistas" que não se preocupam nem entendem o povo...