segunda-feira, 21 de abril de 2008

Republicanos preferem Obama

Os republicanos estão a assistir de camarote ao combate entre Hillary Clinton e Barack Obama, e agora que os dois tiraram as luvas estão meio perdidos sem ter muito bem a certeza em qual dos dois apostar. No início da campanha, prevalecia a ideia que seria mais fácil a um candidato republicano bater a senadora de Nova Iorque, só pela hostilidade natural que o eleitorado conservador sente pela candidata. Mas depois destas últimas três semanas especialmente tensas, começa a vigorar a opinião que, afinal, Obama ainda pode ser mais fácil de bater: basta explorar à exaustão as dúvidas que a campanha Clinton tem levantado sobre o carácter e o discernimento do (nunca testado) senador do Illinois, e fazer o contraponto com John McCain, explicava esta manhã Luke Bernstein, director executivo do Partido Republicano da Pensilvânia.
"Estamos numa óptima posição, qualquer que seja o candidato democrata. Nós devíamos estar a trabalhar para o ataque, mas eles estão a fazer o trabalho todo por nós. Nesta última semana, temos material para nem sei quantos anúncios: o governador Ed Rendell a dizer que Obama é como uma 'cheerleader', o senador Bob Casey a dizer que Hillary é incapaz de unir os americanos...", enumerava, num encontro com jornalistas estrangeiros em Harrisburg, a capital do estado da Pensilvânia (e como muitas das capitais estaduais americanas, uma cidade administrativa e sem aparentes motivos de interesse).
Os últimos dados das sondagens nacionais vão nesse sentido -- McCain está, neste momento, mais forte do que qualquer um dos democratas, e com um intervalo maior sobre Obama (48 contra 43, segundo a Rasmussen) do que sobre Clinton (46 contra 45, segundo a Gallup).


p.s. Não resisto a contar um surpreendente àparte: enquanto procurava explicar um ponto à imprensa internacional, Luke Bernstein começou a usar uma analogia com um jovem que aprende a conduzir e de início se atrapalha nos estacionamentos. "Vocês percebem o que eu quero dizer, não? Vocês lá na Europa... guiam... carros?"

1 comentário:

Anónimo disse...

Não é à toa que Hillary já terá admitido que, caso seja a candidata democrata à Casa Branca, não fecha a possibilidade a convidar republicanos no seu staff... uma dúvida da língua inglesa: timing traduz-se por oportunismo, não ?

P.S.: o assunto do vosso P.S. é bastante elucidativo de que como o resto do mundo é olhado pelos EUA...