segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bloco de notas

- Hillary Clinton e a credibilidade: o seu principal conselheiro, Mark Penn, deixa a campanha depois de se descobrir que também estava a trabalhar com o governo da Colômbia para promover um tratado de livre-comércio com os Estados Unidos. A senadora de Nova Iorque tem insistido que vai renegociar todos os acordos comerciais se for eleita. Quando o The Wall Street Journal publicou a história, a candidata desvalorizou o assunto, mas no final a pressão foi demasiada -- era muito recente o episódio da conversa do assessor de Barack Obama com diplomatas canadianos sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), e o barulho que a campanha Clinton fez a propósito.

- Os candidatos democratas e cinco mitos sobre o NAFTA, no The Washington Post.

- Interessante análise das estatísticas da corrida democrata, por Jim Kessler, co-fundador do think-tank Third Way: * Hillary Clinton tem uma vantagem de 421 mil votos sobre Barack Obama entre os eleitores registados como democratas; o senador compensa o défice com uma margem de 860 mil votos entre os eleitores independentes e 130 mil votos de eleitores republicanos que participaram em primárias democratas. * No total dos votos depositados até agora, Obama tem mais 791.879 do que Clinton (51,5 por cento contra 48,5 por cento). * 24 das 29 vitórias de Barack Obama foram por uma diferença de 16 pontos ou mais; quatro das 15 vitórias de Hillary foram por margens superiores a dez pontos. Cinco das 44 eleições foram decididas por quatro pontos percentuais ou menos — New Hampshire, New Mexico e Texas para Hillary e Missouri e Connecticut para Obama. * Como as conquistas de Hillary são em estados mais populosos, a margem média das vitórias da senadora é superior à do seu adversário: 118.979 votos, para 88.845. * Obama conseguiu mais votos nos 15 estados que perdeu (7.186.239) do que nos 29 estados que ganhou (6.408.030).

- As duas campanhas continuam a esgrimir argumentos sobre a elegibilidade, na sua tentativa de cativar mais superdelegados -- e alguns são mais super que os outros

- Mais um concorrente à Casa Branca: o ex-congressista republicano Bob Barr constituiu um comité exploratório para uma futura candidatura presidencial e vai lutar pela nomeação do Partido Libertário (contra Ron Paul e Mike Gravel).

- John McCain e a credibilidade: o general David Petraeus, responsável pela operação militar americana no Iraque, vai depor sobre a actual situação naquele país perante o Congresso na terça-feira.

3 comentários:

Unknown disse...

Cara Rita,
Ron Paul não se candidatou à nomeação pelo Partido Libertário. Vai ser candidato em Novembro, mas pelo seu distrito do Texas..

Continuação do excelente trabalho no blogue e no Público.

Cumprimentos.

Nuno Gouveia

Rita Siza disse...

Nuno, tem toda a razão: apesar de Ron Paul ser convictamente um libertário, a sua estratégia eleitoral consiste em utilizar a plataforma republicana para tornear que as dificuldades das organizações políticas minoritáras sempre sentem para fazer-se representar nos boletins de voto (e eleger políticos a nível nacional). O congressista ainda não desistiu da sua candidatura presidencial, e até conta com alguns delegados para a Convenção de Minneapolis
(http://www.startribune.com/politics/national/president/17374639.html)
Simultaneamente, Ron Paul está a fazer campanha para ser reeleito pelo 14o Distrito do Texas para a Câmara dos Representantes, nas eleições de Novembro.

Anónimo disse...

Pois. Ron Paul é um libertário ideologicamente, tendo até sido candidato presidencial pelo Partido Libertário em 1988, onde teve 0,5% dos votos.
Mas é congressista republicano há muitos anos e já disse que não pretende concorrer este ano numa terceira via. Será candidato a mais um mandato no Congresso.

Este ano fez uma campanha muito inteligente, conseguindo um grande "buzz", principalmente através da Internet.

Cumprimentos,

Nuno Gouveia