terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Glossário: Robocalls e Push-Polling

Glossário - onde se explicam alguns dos termos mais rebuscados do dicionário político americano

Robocall

Chamadas automáticas feitas em massa por campanhas políticas. É uma espécie de "spam" telefónico.

Contava-se aqui abaixo como o telefonema é uma arma de campanha habitual em eleições americanas; tradicionalmente, essas chamadas eram personalizadas. Isto é, eram feitas por um indivíduo que falava directamente com a pessoa do outro lado da linha.

Actualmente, as campanhas recorrem muito mais às "robocalls" - mensagens gravadas, enviadas em massa para muitos milhares de telefones ao mesmo tempo. A sua eficácia é duvidosa e há muita gente que não gosta delas, mas como são um meio directo e relativamente barato de chegar a muita gente, são cada mais utilizadas.

Push-polling

As chamadas telefónicas de campanhas políticas podem servir para transmitir propaganda de um candidato, tentar mobilizar o eleitorado para ir votar ou, em alguns casos, para fazer sondagens.

Há ainda uma outra possibilidade: ataques disfarçados de sondagens. Isso é o "push-polling" - uma prática que todos os agentes políticos dizem detestar, mas que muitos utilizam.

Uma "push-poll" é um telefonema cujo autor se apresenta ao interlocutor como fazendo uma sondagem. Mas as perguntas são direccionadas para transmitir uma determinada mensagem, normalmente para chamar a atenção para um aspecto negativo de um candidato adversário da organização que está a fazer a chamada.

Por exemplo, uma "push poll" podia perguntar qualquer coisa como "o facto de o candidato X ser a favor do aborto torna mais provável que vote nele ou não?" ou "acha que é boa ideia aumentar os impostos, como o candidato Y acha que se deve fazer?".

Algumas "push polls" são bastante mais pérfidas - porque procuram disseminar mentiras a coberto do pretexto das sondagens.

O exemplo mais conhecido de uma "push poll" deste tipo remonta às primárias da Carolina do Sul de 2000 - quando aliados de George W. Bush (cuja campanha sempre desmentiu estar por trás das chamadas) fizeram telefonemas a eleitores com perguntas como "estaria mais ou menos inclinado a votar em John McCain se soubesse que ele tinha uma filha negra ilegítima?" (esta pergunta era especialmente maliciosa, porque foi acompanhada da distribuição de panfletos em que McCain aparecia em fotos junto de uma rapariga de pele escura - que não é uma filha ilegítima de McCain, mas sim uma filha adoptiva nascida no Bangladesh...)

Sem comentários: