sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dicas


A associação de enfermeiras da Califórnia decidiu protestar contra os gastos do Comité Republicano no guarda-roupa de Sarah Palin de forma bem original. Lembrando os jogos de infância em que se escolhem as roupas para as bonecas, é possível ficar a conhecer fins alternativos (e mais úteis) para os 150 mil dólares gastos na imagem de Palin.

Advogados

As campanhas já têm exércitos de advogados a postos para disputar quaisquer irregularidades durante o processo de votação, e quase todas as pessoas com quem tenho falado dizem que o pior pesadelo é que o resultado dos dois candidatos fiquei demasiado próximo e que tenha de haver uma intervenção legal. Para já, apesar de também haver muitas equipas pela Florida, as atenções parecem estar a contentrar-se no Ohio.

Resumo

Da novela Sarah Palin (na campanha republicana).

Cama feita indica sentido de voto

A Slate publica as conclusões de um estudo de um professor de Psicologia da Universidade do Texas, Sam Gosling, que se interessou pelas vidas "secretas" dos conservadores e liberais. O ponto de partida da sua investigação: será que há traços de personalidade que definem o alinhamento ideológico político individual? E se sim, será que se podem encontrar provas materiais desses comportamentos? Os estudantes residentes nos dormitórios universitários foram as cobaias de Gosling, que constatou várias coisas interessantes:

- os alunos que se definiam como conservadores tinham muitos mais calendários e selos do correio; mais bandeiras e posters desportivos e eram muito asseados (nos quartos tinham cestos de roupa suja, tábuas de passar a ferro, materiais de limpeza e até estojos de costura);
- os alunos que se classificavam liberais exibiam uma maior variedade de livros, em particular literatura de viagem, sobre o feminismo e música; tinham mais CDs e de uma maior variedade de géneros musicais; vários objectos artísticos e lembranças "culturais" e mapas de outros países.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Georgetown

Parece que os meus amigos de Georgetown não se vão cruzar na rua com Sarah Palin.

O anúncio de Obama

O famoso anúncio de 30 minutos que passou ontem à noite nas principais cadeias de televisão norte-americanas. Só a NBC e a CBS receberam um milhão de dólares cada uma por estes 30 minutos no horário nobre.

Dicas


Em Vote Star o jogador é o candidato e tem de decidir em que estados fará campanha para conseguir os 27o votos do colégio eleitoral, necessários para chegar à presidência.

Em quem votarão os indecisos?

Os especialistas em sondagens acreditam que o voto indeciso se repartirá entre os dois candidatos, com uma ligeira vantagem para Barack Obama. Aparentemente, a possibilidade dos indecisos formarem um "bloco escondido" capaz de socorrer John McCain na última hora parece não se confirmar.

Oito razões para uma vitória de Obama

Depois de compilar uma lista com oito razões que podem justificar uma vitória de John McCain, o colunista do Chicago Tribune Eric Zorn apresenta outras oito que apontam Obama como o previsível vencedor das presidenciais da próxima terça-feira.

Florida

Depois de, ontem, Bill Clinton ter acompanhado Obama num comício na Florida, será a vez de Al Gore se juntar, amanhã, ao candidato democrata (em West Palm Beach e Fort Lauderdale).


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Surpresa de Outubro

A neve imprevista, chuva torrencial e radical baixa de temperatura podiam ter sido a "surpresa de Outubro", mas o boletim metereológico parece indicar que no dia 4 de Novembro o tempo não vai prejudicar as eleições.

Fiáveis ou nem por isso?

Até que ponto podemos confiar nas sondagens? O jornal The Washington Post elabora.

Snapshot # 2

Num pátio de uma casa em Culpeper, Virgínia
E a propósito, o Politico tem um artigo sobre McCain e as armas.


Novidade

A Slate, uma publicação magazinesca online, pediu a todos os seus funcionários e colaboradores que identificassem o candidato da sua escolha, numa nova política de transparência com os leitores.

Daily Mirone - 6



































As drags também votam


Centenas de drag queens desfilaram esta noite na 17th Street, em Washington D.C., apesar do frio. As Sarah Palin dominaram a corrida - sim, uma corrida, em saltos altos, altíssimos e altérrimos, rua fora, às vezes aos trambolhões -, mas também havia um bom McCain, muitos Obama looking e um genial Joe, the plumber.
A comunidade LGBTQ - lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e queer - apoia o candidato democrata às eleições de 4 de Novembro e há até um braço oficial da campanha chamado Obama Pride. Que vendia t-shirts ali mesmo, enquanto distribuía um folheto apelando a voluntários para aderirem ao Yes We Van, que consiste em fazer carpool para "levar novos eleitores às urnas", para que a Virgínia passe a azul (a cor dos democratas). E Adrian M. Fenty, o mayor da cidade - o verdadeiro e não um disfarce - apareceu para cumprimentar as drags e apelar ao voto em Obama. Com os dois braços no ar, perguntou ao público quem preferiam na race. Gritaram "Obama!" Ele sorriu e disse: "Obama is not running in this race." Patrick Mara, do city council, passou minutos mais tarde, seguido por uma comitiva com cartazes reclamando a igualdade no casamento para a comunidade LGBT.
Cinco drags-schoolgirls fizeram sucesso com a sua dança, levantando a parte de frente da saia - VOTE! -, mostrando as cuecas - OBAMA, uma letra em cada rabo. Mas as Palin arrancaram sempre os maiores aplausos. "Olhem só para o cabelo dela!", exclamava uma mulher entre a multidão que esperou para ver a corrida - evento anual, sempre na terça-feira antes do Halloween, de duas horas de desfile, fotografias e divertimento, que termina com uma corrida rápida e curta.
Um homem gritava por Palin, 'mas onde é que ela está?', carregando os sacos das suas compras e empunhando um duplo cartaz: de um lado, a azul, vote first dude (tratamento popular dado ao marido de Sarah; do outro, a vermelho, Neiman Marcus (armazém caríssimo onde a campanha gastou parte dos 150 mil dólares em roupa para Sarah e a sua família) spoiled my girl. Uma Hockey Mom for Palin seguia de braço dado com uma Sarah Barracuda.
Mas as drags não gostam só de política. Um grupo desvairado gritava 'this is my baby, this is my baby', enquanto segurava em nenucos e o público rejubilava: 'polygamous!"
Sofia Branco

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Banda sonora para a noite eleitoral

Uma sugestão de Carrie Brownstein, que escreve sobre música num blog (Monitor Mix) convidado da NPR, a cadeia pública americana de rádio.

Joe sobe ao palco

O canalizador mais famoso da América começou hoje oficialmente a fazer campanha pelo candidato republicano John McCain. Num comício no Ohio, Joe disse que a eleição de Barack Obama conduzirá ao fim do estado de Israel e à transformação da América de uma democracia para uma sociedade socialista. "Ninguém pode disputar isto. Não é a minha opinião. É um facto", disse.

Mais horas para votar na Florida

O governador da Florida, Charlie Crist, decidiu alargar o horário dos lugares onde decorre o voto antecipado, uma medida que os democratas vinham reclamando e que os republicanos interpretaram como o golpe de misericórdia para as aspirações de John McCain poder vencer aquele estado.

Oito razões para uma derrota de Obama

O colunista do Chicago Tribune Eric Zorn, que acompanhou a ascensão política de Barack Obama no Illinois e seguiu a sua campanha presidencial, aponta oito razões pelas quais o senador democrata pode sair derrotado na próxima semana. Zorn acha possível mas improvável -- e para depois de amanhã promete uma nova lista, desta vez das oito razões que vão dar a vitória a Obama.

Dicas






Indecision 2008 é um site da Comedy Central com o selo de qualidade de John Stewart, que garante a perspectiva mais divertida das eleições presidenciais.





The Truth Invaders é uma nova versão do FactChecking. Junta a verificação dos argumentos das campanhas com os jogos de arcada dos anos 1980.

Mapa

Os apoios oficiais da imprensa norte-americana, em números.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Argumento final

O candidato democrata Barack Obama, apresentou hoje no Ohio o seu "argumento final" antes do veredicto dos eleitores americanos.

Motim

Mark McKinnon, o antigo director de comunicações da campanha de John McCain, que abandonou o cargo por não querer atacar o candidato democrata Barack Obama, comenta o alegado estado de "motim" que se instalou entre os operacionais republicanos.


p.s. Extenso artigo do The New York Times sobre as diferentes narrativas da campanha de McCain.

Daily Mirone - 5



Poesia por Obama

Hoje, poetas declamaram por Obama, entre quadros de artistas também eles pró-candidato democrata. A iniciativa decorreu no Busboys&Poets, que se apresenta como um local de confraternização pela paz e pela justiça social, mas é também um restaurante-livraria que cede espaço aos mais variados eventos (www.busboysandpoets.com).
À entrada eram cobrados 20 dólares e em cima de uma mesa estava toda a parafernália pró-democratas que ainda podia aumentar a caixa de Obama.
Acompanhada por um senhor ao batuque, Sistah Joy, uma das organizadoras, insistiu, sincopadamente, no slogan 'yes, we can', antes de lhe acrescentar qualquer coisa do tipo: melhorar o sistema educativo, promover a protecção na doença, aumentar a justiça social...
"Can America change? Yes, it can!", garantiu, antes de passar a palavra ao co-organizador Brenardo, que partilhou com as três dezenas de pessoas espalhadas pelos sofás do primeiro piso do Busboys&Poets a alegria que sentiu ao terminar a leitura de Dreams from My Father (livro escrito por Barack Obama): "This dude is real, man!"
Seguiu-se Mike Maggio, dos muito poucos 'non-African Americans' presentes, com um poema aos "irmãos iraquianos", do seu mais recente trabalho, deMockracy (sic), no qual critica a Administração Bush pela ofensiva contra o Iraque e lembra como alguns democratas foram acusados de "traidores" por terem questionado as "provas" que a sustentaram.
"É um momento maravilhoso para mim poder estar aqui, perto de eleger o primeiro Presidente negro dos Estados Unidos", disse Ty Gray-El, muito aplaudido por todos. Voto é poder, lembrou o poeta, declamando um texto seu sobre a importância da "pequena caminhada até à urna".
Mas a interpretação mais emotiva veio de Jason Reynolds, com frases em catadupa, em ritmo acelerado, sobre o assassinato de um amigo seu, há quatro anos - a raça, os jovens, o futuro. Reynolds, afro-americano de uma geração de poetas mais jovem do que os anteriores, não escondeu estar "orgulhoso" de, pela primeira vez, poder vir a olhar para um Presidente que se parece com ele. Obama, acredita, servirá de modelo aos jovens negros, mostrando-lhes que, se trabalharem "arduamente", não acabarão a "vender drogas".
A sessão terminou com a leitura de Owen, de doze anos e aluno de Sistah Joy, que revelou os traumas de uma criança resultantes dos atentados de 11 de Setembro de 2001.
No final, e após uma certa deusificação de Obama e muitos "aleluias", havia um bolo branco, vermelho e azul e champagne para todos. Sofia Branco

domingo, 26 de outubro de 2008

Leituras de Domingo

O New York Times de hoje tem dois artigos sobre como será o próximo Presidente dos EUA, seja Barack Obama ou John McCain. O Politico, por seu lado, questiona como lidaria a equipa Obama com uma transparência necessária na Administração (depois de uma campanha marcada por forte controlo) – e fala ainda das tensões na campanha de McCain, especialmente entre Palin e os seus novos assessores.

sábado, 25 de outubro de 2008

Snapshot # 1

Na base de um semáforo em Washington


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

George W. Bush já votou por McCain

O Presidente dos Estados Unidos e a mulher votaram esta manhã na Sala Oval da Casa Branca, preenchendo um boletim de voto por correspondência que será agora enviado para o Texas. Ao contrário do que é costume, George W. Bush não viajará para o seu rancho de Crawford -- e assistirá aos desenvolvimentos da noite eleitoral a partir de Washington.

Depois das roupas, os penteados

A imprensa americana não vai largar o filão: depois anunciar que a governadora do Alasca, Sarah Palin, usa um novo guarda-roupa de 150 mil dólares patrocinado pelo Comité Nacional Republicano, descobriu agora que a cabeleireira que diariamente trata do penteado da candidata à vice-presidência é, neste momento, a "conselheira" mais bem paga pela candidatura de John McCain. 

O estado da corrida

E o estado do país -- uma interessantíssima reflexão de Peggy Noonan, a antiga speechwriter de Ronald Reagan e uma das mais conceituadas analistas políticas conservadoras.

Daily Mirone - 4


Obama, o ícone pop




Ele pode até nem vir a ser o próximo Presidente dos Estados Unidos. Mas já é definitivamente um ícone pop, convertido em graffiti, em t-shirt, em crachá. A preto e branco ou a cores. Sofia Branco

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Porta-voz

A cobertura da corrida presidencial americana está a ficar tão frenética (e francamente tão histérica) que as televisões já anunciam como "breaking news" o apoio de Scott McClellan, o antigo assessor de imprensa da Casa Branca, à candidatura de Barack Obama -- acabamos de ficar a saber que o antigo porta-voz de Bush vai anunciar a sua preferência num programa de comédia. A sabedoria convencional é que os apoios públicos têm uma importância muito relativa -- só aqueles que envolvem personalidades que geram enorme consenso ou animam de controvérsia a sociedade americana, ou cujas carreiras foram feitas no campo ideológico oposto ao da pessoa que agora estão a apoiar, podem chegar a ter alguma influência no processo de tomada de decisão dos eleitores. Ou seja, a opinião de McClellan — um antigo operacional do círculo mais íntimo do actual Presidente mas que entretanto deixou a Casa Branca e cuja credibilidade nos meios políticos é nula (sobretudo depois de ter escrito um livro a denunciar as mentiras da Administração Bush, que repetira frequentemente no seu papel de porta-voz) — é um dos factos mais irrelevantes do dia. 

Big Ten

O candidato democrata Barack Obama está em vantagem em todos os estados incluídos na "Big Ten", a sondagem da Universidade do Wisconsin que compila a informação sobre as intenções de voto nos oito estados do Midwest onde se situam as universidades da chamada Big Ten Conference: Ohio, Michigan, Pensilvânia, Indiana, Wisconsin, Iowa, Illinois e Minnesota.

Total makeover?

Os 150 mil dólares que o Partido Republicano gastou no guarda-roupa de Sarah Palin desde a sua entrada na campanha enfureceram alguns dadores do partido e são notícia também porque contradizem a imagem da hockey mom, a mulher comum, da candidata. São ainda uma excelente desculpa para fotogalerias, como a do New York Times, Washington Post ou BBC.

Dicas




American Insight é um projecto da agência fotográfica Magnum. Desde o Ohio ao Iraque, passando pela cidade de Obama, no Japão, 14 fotógrafos mostram-nos o outro lado da América e dos americanos, numa viagem que só irá terminar no dia das eleições.

Quiz time

Para os fanáticos, alguns quizzes:
- do Chicago Tribune, um sobre Obama; outro sobre McCain.
- No centro de investigação Pew, sobre actualidade em geral (é curioso porque permite comparação com a média americana)
- Na New Yorker, um questionário sobre a campanha - não é interactivo, mas é interessante.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dicas


O the living room candidate é uma iniciativa do Museu da imagem em movimento de Nova Iorque que compila os anúncios de todas as campanhas presidenciais norte-americanas. Desde Eisenhower vs.Setevnson, em 1952, até aos mais recentes anúncios de John McCain e Barack Obama, é possível visualizar todos os vídeos eleitorais, bem como um resumo dos temas de campanha, dos candidatos e dos resultados de cada eleição.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

935 dólares

Na noite eleitoral, o PÚBLICO acompanhará as campanhas de John McCain e Barack Obama. O republicano estará no Arizona, e os detalhes relativos às suas actividades não foram ainda anunciados. O democrata acaba de divulgar as condições para a acreditação dos jornalistas que queiram assistir ao seu último comício, no Grant Park de Chicago. Os meios que desejarem reservar um lugar no Filing Center, onde estarão disponíveis aquecimento,  ligação à internet e linha telefónica, transmissão em directo das emissões televisivas, comida e porta-vozes da campanha têm de estar preparados para pagar 935 dólares. Mas aqueles que não quiserem suportar este custo não serão recusados: a campanha terá uma área exclusiva reservada para a comunicação social de entrada gratuita -- "Por favor notem que esta área será ao ar livre, sem lugares marcados e que a visão poderá estar obstruída", avisam. Faremos o possível para conseguir olhar para o palco. Pelo sim pelo não, vou levar tacões altos.


Ohio

Alguns números sobre as razões do voto no crucial estado do Ohio parecem indicar que a entrada fulgurante do "canalizador Joe" na campanha de John McCain não terá sido o game-changer que os estrategos republicanos esperavam.

Avó

O candidato democrata vai interromper a campanha durante dois dias para viajar para o Havai, onde a avó que o criou está seriamente doente. A menos de duas semanas da eleição, a decisão pode revelar-se um risco político -- a reacção imediata dos analistas é que não o será.

Daily Mirone - 3

It's all about taxes

A economia é uma preocupação, e um factor de decisão, em quaisquer eleições, sejam elas americanas ou europeias. Mas nos Estados Unidos há uma obsessão com as taxes - que são sempre as taxes, mesmo quando é um emigrante português a falar. Todos acham que pagam muito e aceitam tudo menos pagar mais. E Obama assustou aqueles que ganham mais dinheiro, e já pagam mais impostos, com a proposta de aumentar as taxes para todos os que ganham mais de 250 mil dólares por ano e reduzir para os que fazem parte das chamadas lower and middle-income families. Até porque os americanos não se identificam com a solidariedade social, muito menos com a distribuição da riqueza, como Obama a apresentou - e logo foi apelidado de "socialista" (e este é um epíteto que ninguém quer ter no país com maior devoção ao capitalismo) depois de anunciar as suas propostas para a reforma fiscal.
Hoje, entrei numa loja de computadores e o dono perguntou-me de onde vinha. E se podia perguntar uma "curiosidade" (estive nos Estados Unidos em 1992 e 2001, antes dos atentados, e confesso que a curiosidade actual me está a surpreender pela positiva): quis saber tudo sobre o sistema de impostos em Portugal. E lembrou que os Estados Unidos nasceram das taxes - os ingleses "fugiram porque não aguentavam pagar" os impostos da altura, na sua versão da história. E esta será a explicação para que cada site e cada jornal faça uma comparação entre Obama e McCain - revelando o que será das taxes com cada um deles na Casa Branca.
Em Manassas, a cerca de cem quilómetros de Washington DC e onde existe um "little Portugal", como são apelidadas pelos emigrantes as comunidades portuguesas de alguma dimensão, as eleições não eram um tópico recorrente de conversa, até porque muitos dos que podem votar ainda não decidiram se o farão. Mas, trazendo o assunto à conversa, na festa do passado sábado que reuniu cerca de cem pessoas, logo as taxes centraram o debate, com uma clara linha divisória entre os trabalhadores por conta de outrem, que apoiam a medida de Obama e acham que a Administração podia ter evitado a crise, e os empresários por conta própria, que tendem a ser mais pró-republicanos e desculpam o governo pelo desgoverno individual.

Sofia Branco

domingo, 19 de outubro de 2008

Já começou a 7-election

Em Washington, assim como por todos os EUA, as 7-Eleven (uma enorme cadeia de lojas de conveniência) começaram já a sua 7-election. Ao levar um café, o cliente pode escolher o copo azul de Barack Obama ou o vermelho de John McCain (ou ainda, se for indeciso ou apoiar outro candidato, um copo simples). "Vote! Todos os copos contam!", incentiva um cartaz na vitrina.
Os resultados desta votação por escolha de copo estão no site da 7-Eleven, por estado. Ontem, na loja de Georgetown, os copos de Obama tinham claramente saído mais do que os de McCain e o democrata está ainda à frente na maioria dos estados. Embora avise, claro, que esta “sondagem” não é científica, a 7-Eleven lembra factos curiosos dos resultados das suas últimas 7-elections: Em 2000, o copo George W. Bush vendeu apenas um por cento mais do que o de Al Gore. E em 2004, 51 por cento dos copos vendidos foram de Bush, 49 por cento de Kerry.

Daily Mirone - 2

O português da Johns Hopkins

Não andava propriamente à procura dele, mas todos sabemos que o ditado do "um português em cada lado" é baseado em factos reais. Fui espreitar o departamento de Relações Internacionais da Johns Hopkins University. Maurice, o porteiro-segurança, não me deixou passar da entrada, mas quis saber de onde vinha eu. E, após a resposta e sem aviso prévio, discou freneticamente o telefone enquanto me comunicava que havia um português no edifício. Foi assim que conheci o Pedro Matias e, minutos mais tarde, a sua mãe, Zélia. O Pedro está cá há sete anos e é funcionário administrativo da Johns Hopkins. 'Está óptimo', diz a mãe, que trabalha na limpeza. Pedro diz que a sua família deve ter sido das primeiras portuguesas em Washington. 'Aqui ganha-se mais – uma limpeza custa 60-70 dólares em Nova Iorque e aqui sobe para os 100', compara Pedro. Mas tanto filho como mãe dizem que a situação no país piorou. E não acreditam que vá melhorar. Muito menos que o próximo inquilino da Casa Branca faça alguma diferença. 'É tudo a mesma coisa. Em casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão', diz Célia. Ambos votarão a 4 de Novembro. E em Obama. Despedem-se com um muito português: 'Se precisar de alguma coisa, a casa é humilde, mas dá sempre para mais um e quem coze três batatas também coze quatro.'

Sofia Branco

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dicas

Para o fim-de-semana, dois "clássicos":


POLITICO - Uma das maiores centrais de análise política norte-americana. Em período de eleições, dedica seis blogues à corrida eleitoral, com diferentes perspectivas: os democratas, os republicanos, a campanha dia a dia, os media e até os mexericos eleitorais são escrutinados pelos melhores analistas políticos.



POLLSTER - Permite acompanhar a evolução das sondagens, dia a dia e estado a estado. Os gráficos mostram as tendências eleitorais e as análises aprofundam o significado dos números.

Bola de cristal

Nate Silver é o fundador do FiveThirtyEight, um website que compila informação de sondagens e produz projecções eleitorais e que rivaliza já com os tradicionais (institucionais) Real Clear Politics e Pollster. O modelo sistematizado por Silver foi aquele que, até agora, mais fielmente se aproximou da realidade.

O perfil deste "prodígio matemático" está na última edição da New York Magazine.

Daily Mirone - 1

Do you have a minute for the democrats?

Primeiro pé nas ruas de Washington. Mal deixei a R Street, onde estou alojada, e entrei na 17th Street, para o meu primeiro cappuccino (há que arranjar alternativas bebíveis à falta de um café decente…), uma jovem perguntou-me se tinha "um minuto para os democratas". Expliquei que não era americana e, portanto, não votava. Mas que tinha o minuto, claro. Aliás, todo o tempo do mundo para ela me explicar o que queria exactamente com aquele pregão. Angariar fundos. Assim, às claras e à luz do dia. Impossível à mente europeia não estranhar. Aqui é normal – tão normal como perguntar ao cliente que paga as compras no supermercado se não quer aproveitar para deixar um contributo para a luta contra o cancro. Verdade que já vamos tendo um pouquinho disto, mas estão a ver sete portugueses por dia (os números são da democrata angariadora de fundos, que não quis partilhar o nome) a darem um minuto e uma generosa contribuição aos democratas? Don't think so. 'Então e não me querem convencer a votar em Obama?', perguntei eu. 'Não, nós não convencemos ninguém', garantiu ela. Na verdade, explicou, dirige-se aos já convencidos. Passa um que já o foi. 'Costumava ser democrata. Mas isso foi antes de Obama…' Com os fundos deste já não contam. Ela, diz a própria, é um elemento da "campanha agressiva" de Barack Obama. De recolha de fundos, leia-se. Ainda lhe pedi um exemplar da folhinha, mas ela disse que não podia oferecer-me uma. Pena. Quando voltei a passar pela rua, duas horas depois, ela ainda lá estava. A recolher o dízimo de democratas.
Sofia Branco

The Washington Post

O jornal The Washington Post oficializa o seu apoio ao candidato democrata Barack Obama.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Joe, o canalizador

O blogue do New York Times apresenta Joe Wurzelbarcher, a estrela do último debate presidencial.

Dicas


TechPresident dá-nos uma perspectiva original das campanhas democrata e republicana. O sítio analisa a forma como os dois candidatos utilizam a Internet e os seus recursos para chegar aos eleitores e observa também o que se passa na rede e como é que estes conteúdos estão a influenciar as duas campanhas, atentas a esta poderosa ferramenta. A Internet tem marcado a eleição presidencial, pois é cada vez mais aí que se discutem os acontecimentos, se espalham os rumores e se formam as diferentes opiniões. TechPresident.com analisa desde o design dos sítios oficiais até à influência de populares redes, como o facebook ou o myspace.





Rock the vote é o nome desta missão que quer avivar a consciência política dos jovens americanos, através da música, da cultura popular e das novas tecnologias. A campanha inclui uma caravana que atravessa os Estados Unidos, disponibilizando informação sobre o recenseamento e a votação de 4 de Novembro.

Surpresas de Outubro

Uma grande parte do trabalho de seguir os candidatos presidenciais é passado a esperar. É o que estão a fazer neste preciso momento centenas de jornalistas no gigantesco (e insuportavelmente gelado) filing center da Hofstra University -- nesses momentos, fazem-se apresentações, recordam-se aventuras passadas noutras paragens da campanha, actualizam-se as fofocas, apresentam-se os planos para as férias que todos prometem fazer quando a eleição terminar... ocasionalmente discute-se o estado da corrida. Há minutos, no refeitório, entretivemo-nos com uma lista de possíveis surpresas de Outubro, especulando sobre qual dos dois candidatos sairia beneficiado se algum destes acontecimentos se verificasse. Era um exercício que convidava ao disparate — e foi o que aconteceu — mas, afinal, era a hora do recreio. Aqui fica uma amostra da lista de possibilidades, e alguns dos comentários que suscitaram. Os leitores estão, naturalmente, convidados a acrescentar as suas sugestões:


- E se Dick Cheney morre em funções? 
Ajuda Obama: "As pessoas vão-se lembrar que McCain é seis anos mais velho que ele e também pode morrer"; 

- E se John McCain se enerva e dá uma bofetada a Obama em directo no debate?
Ajuda McCain: "Lá que mudava a narrativa mudava!";

- E se prendem Osama Bin Laden?
Ajudava os dois: "E provavelmente o resto do mundo"

- E se alguém tenta matar Barack Obama?
Se conseguir, ajuda McCain. Se não, "Obama vence em 52 estados, e também ainda contam os votos do Canadá a favor dele".

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Subir os impostos

Pode ser que a sondagem publicada hoje no The New York Times (e que dá a Obama uma considerável vantagem de 14 pontos sobre McCain) não retrate exactamente a realidade da corrida eleitoral norte-americana. Mas permite perceber, de forma bastante clara, os problemas e dificuldades que a candidatura republicana precisa de ultrapassar se quiser mudar a dinâmica da campanha. Duas respostas ilustram perfeitamente o dilema com que o campo de McCain se confronta: quando instados a avaliar o desempenho dos dois candidatos durante a última semana, seis em cada dez inquiridos disseram que McCain esteve mais preocupado em atacar o seu adversário do que em explicar o que se propunha fazer se fosse eleito presidente (e seis em dez consideraram que Obama explicou mais do que atacou). E quando perguntados sobre qual o candidato que mais provavelmente subiria os seus impostos, 51 por cento responderam McCain e 46 por cento nomearam Obama. Ou seja, o eleitorado parece estar descontente com a forma e o conteúdo do discurso do candidato republicano -- não lhes agrada a sua retórica negativa, e aparentemente não estão convencidos quanto às suas propostas (o senador do Arizona tem feito da sua intenção de estender a política de cortes fiscais da Administração Bush o cerne da sua plataforma económica).

Hofstra University

Não conheço ninguém que esteja satisfeito com a sua fotografia nas credenciais emitidas pela Comissão dos Debates Presidenciais (facto curioso: são côr de rosa choque). A minha não podia ser mais infeliz -- e hoje, para entrar na Hofstra University, onde logo à noite decorre o último debate presidencial, já tive de a exibir centenas de vezes. A vergonha deu rapidamente lugar ao enfado... e finalmente à resignação, quando uma agente dos serviços secretos, sem esconder a sua opinião, bradou "Ui!", a cabeça acenando para cima e para baixo, do retrato no cartão para a minha cara desanimada, para cima e para baixo...

Dicas


Em noite de debate, sugerimos esta página do site do The New York Times que permite acompanhar o último confronto entre os dois candidatos, bem como a transcrição integral das intervenções.


E porque é possível que o debate enverede pelo "jogo sujo" , aqui fica uma infografia do jornal espanhol El Mundo que faz um apanhado dos vários golpes baixos e ataques pessoais que já foram utilizados na história das campanhas eleitorais americanas, desde Thomas Jefferson até Barack Obama e John McCain. Esta particular antologia insere-se num completo dossier sobre as eleições norte-americanas da edição online do El Mundo.

Palin na Casa Branca


Houve quem se dedicasse a imaginar como é que seria o gabinete de Sarah Palin caso a senadora do Alasca chegasse à Casa Branca. Basta passar o cursor por cima das imagens e ver o que acontece. Aqui

Jolie apoia Obama

Angelina Jolie
(Reuters)


Não é um apoio oficial (nos EUA, é frequente as celebridades tomarem partido em eleições), mas Angelina Jolie disse, numa entrevista à edição alemã da revista Vanity Fair, que gostava de ver Barack Obama eleito presidente dos EUA. “Obama luta pela justiça internacional, quer intervenção militar em casos de genocídio e quer fechar a base de Guantánamo”, disse a actriz
e activista dos direitos humanos. “Isto é o que poderá fazer-me votar nele, não as suas raízes”,
acrescentou, referindo-se ao facto de Obama ter raízes africanas, à semelhança de dois dos seus filhos adoptivos. Já o pai de Jolie, o actor Jon Voight, apoia McCain.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Xbox

Com muito mais dinheiro disponível para publicidade, não admira que seja possível encontrar anúncios de Barack Obama por todos os lados -- os últimos, nos jogos para Xbox.

Dicas

Prezvid é um blogue exclusivamente dedicado aos vídeos relacionados directa ou indirectamente com a campanha dos dois candidatos americanos. Inclui desde os anúncios oficiais das duas campanhas, até vídeos de apoiantes famosos dos candidatos ou outros apelos ao voto, mais ou menos originais, todos eles publicados no YouTube.





Se o
mundo inteiro votasse nas eleições presidenciais norte-americanas, em quem votaria?Este site foi criado por três jovens islandeses, curiosos por conhecer a resposta a esta pergunta. Os resultados indicam uma preferência esmagadora por Obama, mas mostram outros dados interessantes, nomeadamente nas estatísticas por país.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dicas



O blogue Undecided in Ohio, do jornal The Wall Street Journal segue o quotidiano da comunidade de Mahoning County, no estado do Ohio, cujos eleitores indecisos costumam ser cruciais para os democratas. Neste sítio contam-se perfis, histórias e reacções de vários tipos de eleitores. O Ohio é um dos swing states decisivos da campanha. Durante o debate dos dois candidatos à vice-presidência, a CNN acompanhou em directo as reacções de indecisos deste estado.


A página Factcheck compromete-se a analisar a verdade dos principais factos referidos pelos candidatos durante a campanha. Trata-se de um projecto independente da Universidade da Pensilvânia que pretende esclarecer os equívocos e dúvidas suscitados pelos vários discursos dos candidatos. Os cibernautas podem também colocar as perguntas e acompanhar a verdade dos factos em wire.factcheck.org.

Colorido

Um retrato de Andy Martin, nas suas próprias palavras o homem "colorido" que pela primeira vez declarou que "Barack Obama é um muçulmano que esconde a sua religião" e que alimenta um website contra o senador democrata.

Reset

Segundo anuncia Matt Drudge, a campanha de John McCain está preparada para carregar o botão do reset, experimentando um novo discurso, avançando novas propostas económicas e procurando uma nova direcção depois de na semana passada ter visto frustrados os seus esforços para ganhar terreno face a Obama. O proeminente colunista e conselheiro republicano Bill Kristol defende, no New York Times, uma terceira reformulação da equipa, com o despedimento dos seus principais estrategos Rick Davies e Steve Schmidt. Outros sugerem outras manobras para surpreender o eleitorado, como por exemplo a promessa de cumprir apena um mandato. Numa palestra improvisada aos seus voluntários, McCain prometeu um novo espírito para esta semana -- e disse que na próxima quarta-feira, dia do último debate presidencial, planeava "limpar o vocês-sabem-quê" do seu adversário.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Paris dá dicas a Palin


Não é a primeira vez que a herdeira rica Paris Hilton entra na campanha. Agora, Paris até já dá dicas de comportamento à candidata republicana Sarah Palin: "Tens um corpo fantástico, não o guardes só para ti".

E se Paris chegasse a presidente dos EUA quem é que convidaria para "vice": "Rihanna, claro. É uma brasa."

As opiniões da socialite foram revelados na última edição da Harper's Bazaar, secção Politicamente Incorrecto, onde é publicado também um portfolio de Paris em diferentes cenários da Casa Branca. O cor-de-rosa domina, claro.

Paris Hilton na Harper's Bazaar aqui

Esquire escolhe Obama

A revista Esquire, pela primeira vez em 75 anos, apoia oficialmente um candidato presidencial. A direcção editorial explica porque a escolha recaiu em Barack Obama.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Fraude eleitoral

Em pelo menos nove estados, há suspeitas de irregularidades no registo de eleitores feito pela ACORN - Association of Community Organizations for Reform, uma organização que lida sobretudo com a população afro-americana e latina de baixos rendimentos e que apoia o candidato democrata Barack Obama.

NRA apoia McCain

Não havia dúvidas que ia acontecer -- mas todas as notícias sobre o assunto lembram a turbulenta relação que John McCain e a National Rifle Association mantiveram no passado.

Michigan

Já há números para perceber os efeitos da desistência de John McCain de fazer campanha naquele que chegou a ser considerado um dos mais importantes battleground states desta eleição: na semana passada no Michigan, a vantagem de Barack Obama aumentou para 16 pontos.

Transição

O Presidente George W. Bush assinou hoje a ordem executiva que põe em marcha o processo de transição para uma nova Administração, depois das eleições de 4 de Novembro.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma espécie de conferência de imprensa

A governadora do Alaska, Sarah Palin, falou ontem pela primeira vez com o grupo de jornalistas que viaja no avião da campanha republicana.

E agora John McCain?

No rescaldo do segundo debate presidencial, interessantíssima análise do vetereno repórter político do Washington Post, Dan Balz, sobre as perspectivas do candidato republicano John McCain.

Nashville

O texto sobre o segundo debate presidencial estará disponível no website do Público dentro de momentos.



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Jogo

Para aqueles que querem fazer da experiência de assistir a debates presidenciais uma desculpa para se divertir com amigos, circulam várias sugestões pela internet. Adaptamos uma delas para publicar um desafio à atenção dos leitores e telespectadores: contar a quantidade de vezes que Barack Obama e John McCain vão pronunciar estas palavras ou expressões:


-maverick
-experience
-change
-more of the same
-my friends
-you know
-wait a minute
-hold on
-Great Depression
-Wall Street
-Main Street
-subprime
-Fannie Mae, Freddie Mac
-fundamentals of our economy
-celebrity
-Mahmoud Ahmadinejad
-lipstick on a pig
-darn right
-Bill Ayers
-Jeremiah Wright
-Keating Five
-erratic
-lier
-judgment
-leadership
-middle class
-on your side
-Ohio
-kitchen table
-kitchen sink
-with all due respect
-you're absolutely right
-failed Bush policies
-affordable health care
-Osama Bin Laden
-general Petraeus
-surge
-exit strategy
-victory

Esperamos que seja o suficiente para um serão animado, e não nos comprometemos a ter os resultados correctos amanhã!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Dinâmica de vitória para Obama

Steve Lombardo, no pollster.com analisa os números das sondagens, a definição do mapa eleitoral e a conjuntura política e conclui que todos os dados apontam uma vitória do democrata Barack Obama na eleição de 4 de Novembro. Alguns dos seus pontos:

- A economia não deixará de liderar a atenção dos media e do público nos próximos tempos, e esse é o tema que mais favorece Barack Obama;
- A estratégia de assassinato de carácter da campanha republicana é tardia -- e poderá mesmo prejudicar mais do que ajudar John McCain;
- A prestação de Sarah Palin (ou de Joe Biden) no debate vice-presidencial não reverteu o momentum da corrida;
- John McCain continua a perder terreno junto de algum eleitorado-chave (mulheres e maiores de 50 anos);
- Barack Obama tem mais estados em jogo do que o seu adversário.

Diz-me com quem andas

No manual das tácticas políticas, esta chama-se "culpa por associação": Sarah Palin repete que as amizades de Barack Obama o desqualificam da presidência; os democratas alegam que as atitudes passadas de John McCain provam que ele não tem o julgamento necessário para lidar com a crise económica. A campanha está a ficar feia, nada que os jornais americanos não tivessem já avisado que ia acontecer.



sábado, 4 de outubro de 2008

Histórico

O frente-a-frente televisivo de Sarah Palin e Joe Biden foi o debate mais visto de sempre entre candidatos à vice-presidência.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mais anúncios negativos

A desagregação dos valores gastos pela campanha de John McCain em anúcios televisivos demonstra que a campanha republicana está decididamente a investir num tom negativo.

Fact-check

As palavras dos dois candidatos vice-presidenciais no debate de ontem à noite, revistas pelos fact-checkers -- aqui, mais aqui, também aqui e ainda aqui.

Resumo

A New Yorker pegou nas expressões mais repetidas na avaliação do debate vice-presidencial e fez o resumo da noite.

Reacções

As sondagens à boca da urna entre os telespectadores  americanos dão a vitória do debate a Joe Biden. Segundo a CNN, 51 por cento achou que o senador foi melhor, 36 por cento achou que foi a governadora. 84 por cento acharam que Palin teve um desempenho melhor do que esperavam, e 64 por cento ficaram surpreendidos (pela positiva) por Biden. Na sondagem da CBS News com eleitores indecisos, 46 por cento consideraram que Biden ganhou e 21 por cento que foi Palin a vencedora; 55 por cento disseram que depois do frente-a-frente ficaram com uma posição mais positiva da republicana e 53 por cento do democrata na sequência da emissão.



Rescaldo

Na medida em que Sarah Palin não cometeu nenhuma gaffe, a sua prestação foi um sucesso. A governadora do Alaska usou uma linguagem popular e procurou estabelecer-se como uma campeã da classe média, mas voltou ou a não responder às perguntas directamente ou a recorrer de forma demasiado óbvia a talking points. Diversas vezes foi confusa e vaga, com declarações redondas que não se relacionavam com a questão colocada. Terá ajudado o partido porque falou para os conservadores, mas dificilmente terá conseguido alterar o equilíbrio da corrida.

Joe Biden começou mal, falando em termos demasiado burocráticos. Assumiu o controlo do debate com a política externa e teve as melhores respostas da noite nos temas do Iraque, Paquistão, Israel e depois no papel institucional do vice-presidente e ainda na admissão das suas próprias imperfeições. Foi também mais eficaz ao ataque do que a sua adversária -- e sem parecer machista, chauvinista ou paternalista. Em termos de substância, esteve sempre melhor do que Sarah Palin. Mas não é por isso que se ganham debates. Se fosse, a vitória pertencia-lhe por inteiro.

Debate em directo

10:34 As famílias dos candidatos sobem ao palco no final do debate. Não foi assim no debate presidencial.

10:30 "Há uma necessidade de mudança fundamental neste país", diz Biden. Eleger McCain vai ser ter mais do mesmo.

10:29 "Gosto de responder às perguntas sem o filtro dos media", diz Palin. A escolha em Novembro vai ser entre um ticket que quer promover empregos pela baixa de impostos e outro que quer eliminar postos de trabalho subindo os impostos.

10:22 Sarah Palin ou não percebeu a pergunta ou não quer responder. A pergunta era sobre aquilo que a opinião pública percebe como o seu "calcanhar de Aquiles", a falta de experiência. 

10:18 As regras do debate não admitem notas, mas parece que Sarah Palin está a ler de algum rascunho.

10:16 Biden diz que o papel construtivo do vice-presidente é estar presente e apoiar o presidente a implementar as suas políticas.

10:14 Palin não se importaria que a Constituição atribuísse maiores competências ao vice-presidente. O que a governadora se compromete a fazer é liderar na questão da energia.

10:11 "Joe, lá estás outra vez, sempre a olhar para trás, vamos mas é olhar para a frente".

10:09 Palin: Diz que é preciso reformar Washington e trazer alguma da sabedoria de Wasilla até à capital.

10:08 Biden: seguiria inteiramente a plataforma política de Barack Obama.

10:07 A pergunta é: "Se por qualquer razão fossem obrigados a assumir a presidência, em que é que seriam diferentes do vosso parceiro presidencial?"

10:04 Palin ataca Biden por ter votado a favor da guerra do Iraque e agora ser contra. "É tão óbvio que eu sou uma outsider de Washington, porque eu não falo nesta linguagem de que eu era a favor antes de ser contra ou vice-versa", nota.

9:56 Biden diz que até agora Palin não explicou em que é a que a política externa da Administração McCain-Palin seria diferente da da Administração Bush-Cheney.

9:54 A propósito da aliança com Israel, Biden diz que "a política da Administração Bush para o Médio Oriente foi um abjecto fracasso". Instada a comentar se concorda, Palin diz que "não foi".

9:49 Fica algo a desejar na moderação do debate. Algumas respostas exigiam um follow-up que nunca aconteceu; outras perguntas são enunciadas com pouca clareza.

9:46 Biden estava a passar ao lado do debate até agora. A política externa é o seu campo. 

9:44 Palin replica que isso é "agitar a bandeira da derrota".

9:43 Joe Biden, que até agora tem estado soporífero, ganhou alguma genica a falar sobre o Iraque. "Esta é uma diferença fundamental. Nós vamos acabar esta guerra", declara.

9:34 "O cântico é Drill, baby, drill!", diz Sarah Palin, sobre a independência energética e o apoio à exploração petrolífera em alto mar.

9:32 Sarah Palin diz que a energia é a sua "área de especialidade". A governadora do Alaska volta ao tema em duas respostas consecutivas. 

9:25 Um dos conselhos para Biden que os pundits mais repetiram foi que não se estendesse em respostas demasiados exaustivas e complexas. Um conselho que o senador não parece interessado em seguir.

9:18 Na resposta, Palin diz que está interessada em explicar em detalhe quais são as propostas de John McCain para a saúde.

9:14 Biden acusa Palin de não estar a responder às perguntas. "Eu não vou responder da maneira que o senador ou a moderadora querem", replica Palin. A governadora está decisivamente mais agressiva do que o seu adversário.

9.10 Palin diz que nem o Joe Six Pack nem as hockey moms podem voltar a ser explorados pelos "predadores gananciosos" de Wall Street.
A governadora do Alaska parece estar nervosa, está a falar muito depressa.

9:07 Biden fala dos quatro princípios básicos propostos por Barack Obama e que foram aceites pelos legisladores e incluídos na proposta. Palin diz que quem pode falar melhor sobre os problemas económicos são os pais que estão a assistir aos jogos de futebol dos filhos à sexta-feira à noite.

9:04 A primeira pergunta é sobre a votação da proposta de resgate financeiro de Wall Street no Senado. Biden é o primeiro.

9:02 O debate vai abordar vários temas em segmentos de cinco minutos, 90 segundos para cada resposta. Os dois entram em palco com sorrisos, Palin pergunta se pode tratar Biden por Joe. Ele dirige-se-lhe por governadora.

Os dois candidatos à vice-presidência, a governadora republicana do Alaska Sarah Palin e o senador democrata do Delaware Joe Biden, defrontam-se na Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Michigan ainda é indeciso?

A campanha de John McCain está a desinvestir no estado do Michigan, um dos battlegrounds que esperava poder disputar a Barack Obama. As últimas sondagens apontam uma vantagem de dois dígitos para o democrata. Aparentemente, os republicanos pretendem concentrar os seus esforços noutros lugares como o Wisconsin, Florida e Ohio, onde acreditam poder contrariar a recente ascendência de Barack Obama.

Hoje, três sondagens apontavam Obama à frente na Florida -- a CNN/Time Magazine/Opinion Research Corporation dava 51 por cento ao democrata e 47 por cento ao republicano; a Insider Advantage/Poll Position registava 49 por cento para Obama e 46 por cento para McCain e a Suffolk University atribuída 46 por cento a Obama e 42 por cento a McCain.
Os números da Strategic Vision referentes ao Wisconsin davam 49 por cento a Obama e 40 por cento a McCain.


Profissional

A campanha do republicano John McCain não demorou a aproveitar as palavras de Bill Clinton num novo anúncio televisivo. A campanha de Obama tinha razões para estar descontente com o antigo Presidente, mas Clinton voltou a demonstrar, num poderoso discurso de apoio ao candidato democrata em Orlando, na Florida, que é o político mais profissional (e talvez o mais carismático) dos Estados Unidos.

Spin

Na véspera do debate vice-presidencial, circulam (das fileiras conservadoras) pedidos de desqualificação da moderadora, a jornalista da PBS Gwen Ifill, por alegadamente estar "inclinada" para favorecer a candidatura de Barack Obama. 

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Volátil

As últimas duas semanas de campanha correram de feição ao candidato democrata Barack Obama, que conseguiu aumentar para cinco por cento o intervalo que o separa do seu adversário republicano John McCain nas sondagens nacionais , alcançou ganhos significativos junto do eleitorado que lhe era mais renitente (homens brancos e mulheres com mais de 50 anos) e voltou a baralhar o mapa eleitoral, reposicionando para "em jogo" uma série de estados que pareciam caminhar solidamente para o campo republicano -- Florida, Virginia, Carolina do Norte, Ohio, Indiana, Nevada...
Mas hoje um dos seus apoiantes, representante da ala sindical democrata, veio desinsuflar o entusiasmo que tomou conta dos partidários de Obama e, baseando-se nos números dos inquéritos internos da candidatura, avisou que a volatilidade ainda é a nota dominante na maior parte dos estados indecisos que o candidato espera capturar em Novembro.