O português da Johns Hopkins
Não andava propriamente à procura dele, mas todos sabemos que o ditado do "um português em cada lado" é baseado em factos reais. Fui espreitar o departamento de Relações Internacionais da Johns Hopkins University. Maurice, o porteiro-segurança, não me deixou passar da entrada, mas quis saber de onde vinha eu. E, após a resposta e sem aviso prévio, discou freneticamente o telefone enquanto me comunicava que havia um português no edifício. Foi assim que conheci o Pedro Matias e, minutos mais tarde, a sua mãe, Zélia. O Pedro está cá há sete anos e é funcionário administrativo da Johns Hopkins. 'Está óptimo', diz a mãe, que trabalha na limpeza. Pedro diz que a sua família deve ter sido das primeiras portuguesas em Washington. 'Aqui ganha-se mais – uma limpeza custa 60-70 dólares em Nova Iorque e aqui sobe para os 100', compara Pedro. Mas tanto filho como mãe dizem que a situação no país piorou. E não acreditam que vá melhorar. Muito menos que o próximo inquilino da Casa Branca faça alguma diferença. 'É tudo a mesma coisa. Em casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão', diz Célia. Ambos votarão a 4 de Novembro. E em Obama. Despedem-se com um muito português: 'Se precisar de alguma coisa, a casa é humilde, mas dá sempre para mais um e quem coze três batatas também coze quatro.'
Sofia Branco
domingo, 19 de outubro de 2008
Daily Mirone - 2
Posted by Unknown at 00:02
Labels: daily mirone
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