segunda-feira, 25 de agosto de 2008

E ontem à noite, karaoke

Nem "I will survive", nem "Eye of the Tiger" e nem "Dancing Queen". No menu do karaoke havia: "Yes we can change", Barack Obama no Iowa; "No more Invisible Americans", Hillary Clinton no New Hampshire; "An american house to rebuild", John Edwards na Lousiana; "We will never surrender, they will!", John McCain no New Hampshire; "America needs to stay on the offense", Rudy Giuliani na Florida.
Sheryl escolheu o discurso de vitória de Hillary Clinton na primária do New Hampshire. A voz era tão parecida com a da senadora de Nova Iorque que por um segundo o bar parou. "O que eu queria mesmo era fazer de Mitt Romney", confessou.
Eric foi Obama na Carolina do Sul. "Gostei, foi uma bela interpretação do mais clássico Obama", comentou o seu amigo Jeff.
Sean foi uma versão gay de Ron Paul, contorcendo-se numa prestação estilizada do repto "End the Fed" do candidato libertário.
Daniel Peltz, o autor deste projecto de arte pública e um entusiasta da utilização do karaoke no âmbito das artes performativas, explica que o objectivo da sua intervenção é inverter o modelo de "apropriação" dos discursos políticos, de uma atitude passiva de espectador televisivo, para o processamento corporal -- os receptores passam a interlocutores; ao incorporarem (literalmente) as palavras dos seus candidatos passam a conhecer melhor aquilo que eles representam.

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