Randy Scheunemann, poderoso lobbyista de Washington e um dos principais conselheiros de política externa do senador republicano John McCain, foi representante dos interesses da Geórgia na América até ao passado mês de Maio (segundo um texto do jornal The Washington Post, desde 2004 a sua firma recebeu mais de 800 mil dólares para promover causas georgianas como o acesso à Nato ou o combate à insurreição da Ossétia do Sul).
A crise no Cáucaso é um daqueles tipos de "externalidades" ou "imprevistos" que podem (ou não) ter potencial para mudar o rumo de uma campanha. As crises internacionais, por mais distantes ou irrelevantes, podem sempre ser jogadas como um trunfo para obter dividendos políticos domésticos. Com Obama calado em Honolulu, tem sido John McCain a "beneficiar" com o conflito -- é inegável que o candidato está em excelente forma, discutindo apaixonadamente todos os detalhes da crise, exibindo o seu conhecimento militar e demonstrando a sua capacidade de liderança. Orador aborrecido em temas de economia, McCain brilha quando fala de guerra ou de questões de segurança (aqui a opinião do blogger Andrew Sullivan).
O problema para McCain tem a ver com as "ligações" dos dirigentes da sua campanha — e do establishment republicano — à clique política da Geórgia. Num país em que a mínima suspeita serve para alimentar intrincadas teorias da conspiração, esta coincidência pode ser prejudicial para o candidato. As coisas assumem um tom ainda mais dúbio quando se sabe que Karl Rove, o mais temido operacional republicano, se terá encontrado com o Presidente Saakashvili em Julho. É que quando se trata de Rove, até os mais cépticos dizem ter suspeitas...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Geórgia
Posted by Rita Siza at 21:09
Labels: Crise no Cáucaso, John McCain, Política Externa
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