Na barra lateral direita, temos uma ferramenta chamada "etiquetas", com as "tags" que vamos atribuindo a cada artigo. A nossa lista de "etiquetas" está bastante desorganizada, mas transmite uma ideia razoável daquilo que se tem falado até agora neste blogue.
Por enquanto, a "etiqueta" mais usada é "Super Tuesday", consequência da maratona eleitoral "ao vivo" da Rita Siza na "super-terça-feira". Depois, aparecem os nomes dos dois principais candidatos democratas - reflexo do facto de a corrida entre os democratas estar a ser mais agitada que do lado republicano.
Até agora, havia uma "etiqueta" que faltava. Ainda não aparecia na lista o nome "George W. Bush".
Não é de propósito, e não somos só nós. O Presidente americano tem estado quase completamente arredado da campanha - tanto em termos de uma intervenção directa nas primárias, como até do debate político dos candidatos.
Há várias razões para isso. A primeira é que Bush nunca definiu um "delfim". Entre as "estrelas" da sua Administração e os seus aliados mais próximos, não chegou a aparecer um candidato de facto à sua sucessão - chegou a haver alguma especulação sobre Condoleezza Rice, mas sem grande entusiasmo.
Depois, Bush é actualmente um "lame duck" - um Presidente em fim de mandato tem sempre mais dificuldades em dominar o debate político, sobretudo no meio de uma corrida à presidência tão rica em peripécias como esta.
Do lado democrata, naturalmente, tem-se falado bastante em Bush - para dizer, essencialmente, "Worst... President... Ever!". Mas, com Hillary e Obama numa luta taco-a-taco, o debate democrata não se tem concentrado tanto no ataque à era Bush - os democratas ainda estão na fase de discutir as diferenças entre os seus candidatos.
Do lado republicano, cada candidato reflectia uma determinada facção da coligação de tendências que elegeu Bush - mas nenhum tinha apoios tão abrangentes dentro do Partido como o actual Presidente.
Mais: como as sondagens mostram Bush no seu mínimo de popularidade, e perante um clima político em que toda a gente fala em "mudança", os candidatos republicanos evitaram falar dele.
A figura totémica das primárias republicanas não tem sido Bush - tem sido um Presidente que saiu da Casa Branca há 20 anos. Num debate entre candidatos em Janeiro, por exemplo, o nome "Ronald Reagan" foi pronunciado 33 vezes; George W. Bush, só uma vez.
Esta semana, com a nomeação republicana praticamente entregue a John McCain, Bush finalmente apareceu na campanha. Tentou serenar a direita religiosa, assegurando a esta facção do partido que McCain é um "conservador a sério".
Na segunda-feira, um dos irmãos de Bush, Jeb (ex-governador da Florida), declarou o seu apoio explicitamente a John McCain.
George W. Bush só o fará quando a corrida estiver totalmente terminada. É uma incógnita se McCain vai recorrer a Bush na fase final da campanha ou se, pelo contrário, vai tentar distanciar-se do actual Presidente. Mas é certo que, até Novembro, vai-se falar muito mais de George W. Bush nesta campanha.
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