Ninguém que segue a carreira política de Barack Obama no estado do Illinois está surpreendido que a sua alegada "ligação" (amizade?) com o mal reputado empreendedor imobiliário Tony Rezko tenha saltado para as manchetes dos jornais nacionais — quando muito, estão admirados que tenha demorado tanto tempo até as candidaturas rivais resolverem ressuscitar esse complicado dossier. Num jantar com jornalistas estrangeiros em Springfield, a capital do Illinois, na véspera do anúncio da candidatura de Obama, Bernard Schoenburg, o editor de política do diário "Lincoln Courier", já antecipava este bruá. "Lá vamos nós voltar a escrever tratados sobre as trapalhadas com Rezko, ou sobre as maluquices do reverendo da Trinity United Church of Christ de Chicago" (alguns comentadores já abordaram esse assunto).
Mas como já estavam fartos de saber do que se tratava, não é de estranhar que tivessem sido os jornais de Chicago os primeiros a receber um "memo" da campanha de Hillary Clinton, alertando-os para o que reclamava ser mais uma discrepância entre o discurso e as acções de Obama, que afinal não teria devolvido todo o dinheiro ligado a Rezko que financia a sua candidatura.
O candidato foi obrigado a começar o dia à defesa. Distanciando-se de Rezko e repetindo que a sua campanha já tinha devolvido cerca de 85 mil dólares (40 mil dólares só no último fim-de-semana), directa ou indirectamente doados pelo empresário. Obama também reconheceu que foi um erro ter comprado uma parte do terreno da sua casa de Chicago à mulher de Rezko, apesar da transacção ter sido completamente legal. Depois repudiou a "jogada" da sua opositora. "Quando conheci Rezko ninguém fazia a mínima ideia que ele viesse a estar envolvido em alguma coisa ilegal [o empresário está prestes a ser julgado pelos crimes de fraude, extorsão e branqueamento de dinheiro]. Não tenho nada a ver com isso, e a senadora sabe muito bem".
Enquanto Obama se perdia em explicações, Hillary coleccionava mais um apoio na Pensilvânia.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Barack Obama forçado à defesa
Posted by Rita Siza at 21:00
Labels: Barack Obama, Financiamento, Hillary Clinton
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