terça-feira, 1 de julho de 2008

El viaje de McCain

A minha grande amiga Lourdes Heredia, correspondente da BBC Mundo em Washington, está a acompanhar a visita do presumível candidato republicano, John McCain, à Colômbia e ao México. A decisão da sua candidatura de deixar o país e empreender uma viagem que tem como objectivos reforçar as credenciais de McCain como conhecedor das questões de defesa e segurança nacional e feroz defensor da liberalização do comércio dá conta de como é efectivamente diferente a campanha do rebelde (e veterano) senador do Arizona. Na presente conjuntura, o público americano não quer ouvir falar destes temas. Ou melhor, quer, mas não para ouvir o que McCain tem para dizer. Segundo uma sondagem da CNN, 51 por cento do eleitorado classifica a abertura comercial como "muito prejudicial" aos interesses americanos (leia-se à manutenção de postos de trabalho nos Estados Unidos). E no que diz respeito a segurança nacional, as atenções da opinião pública estão viradas para o Iraque: só a facção mais conservadora acredita que o perigo vem da fronteira sul do país, e essa é uma reacção ao recrudescimento do tráfico de droga e à entrada de imigrantes ilegais. Mas McCain tem uma posição muito moderada no que diz respeito à reforma da lei de imigração (aliás, em tudo semelhante à do seu opositor Barack Obama).
O que explica, então, a visita de McCain à América Latina? As suas ideias e os seus princípios. O candidato poderá não obter nenhuns dividendos políticos com a viagem, mas esta campanha eleitoral só tem a ganhar com o seu investimento.

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