segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

John McCain e o New York Times



No final da semana passada, o New York Times publicou um artigo sobre a relação entre John McCain e uma "lobbyista" do sector das telecomunicações.

O artigo é ostensivamente sobre o currículo de McCain nos seus laços com "lobbyistas"; é uma investigação à reputação de McCain enquanto "straight talker" que não se deixa influenciar por poderes instalados.

No entanto, o artigo cita "assessores" e apoiantes anónimos de McCain, e as suas preocupações de que a relação entre o senador do Arizona e a "lobbyista" Vicki Iseman pudesse ter-se tornado "romântico".

E foi esta parte que desencadeou uma tempestade. Essa tempestade começa no próprio Times, que abriu as suas páginas para a correspondência e para comentários online dos seus leitores sobre o artigo. O "public editor" (equivalente ao provedor dos leitores) do Times também se pronunciou.

O debate à volta do artigo do Times é complexo. Michael Kinsley, neste artigo no Washington Post, nota quão complexo:

O Times deixou claro que o seu artigo não era sobre um affair [entre McCain] e uma lobbyista. O artigo era sobre a possibilidade de, há oito anos, assessores de McCain terem tido reuniões com ele para o avisar sobre as aparências de que ele poderia estar a ter um affair com a lobbyista.

Confuso? A paisagem mediática do "24-hour news cycle" não se presta a complexidades.

Há, à esquerda e à direita, tentativas de analisar o artigo pelos seus méritos; mas as respostas mais frequentes são, à esquerda, que o "escândalo" é o "princípio do fim" para McCain; ou então, à direita, que é o "princípio do fim" para o New York Times.

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