A (dramática) vitória de Hillary Clinton na Virginia Ocidental não chega para produzir uma alteração profunda na matemática eleitoral que favorece Barack Obama: mais delegados, mais superdelegados, mais estados, maior votação. A única forma de Hillary conseguir equilibrar essas contas seria ganhar as cinco eleições que faltam com 90 por cento dos votos, algo que qualquer um percebe ser virtualmente impossível. Ainda assim, há várias razões que explicam porque Hillary Clinton não vai desistir da corrida:
1. Porque ainda acredita que pode ser a nomeada democrata para Novembro -
Hillary vai lembrar que a vitória de hoje, bem como a do Ohio ou da Pensilvânia, dá conta de como a sua candidatura é capaz de garantir para o seu partido os swing-states que os republicanos conquistaram com George W. Bush. A candidata pode assim insistir com os superdelegados que só ela carregará os votos necessários do Colégio Eleitoral que determina quem é o Presidente dos Estados Unidos.
2. Porque quer ser vice-presidente -
Consciente do carácter absolutamente histórico desta eleição, Hillary Clinton (ou mais ainda, a marca Clinton) poderá não querer deixar o seu nome de fora das páginas dos compêndios: eleger uma mulher para a Casa Branca será um momento revolucionário, quer ela seja presidente ou vice-presidente. E se Hillary acabar como parceira de Obama, será automaticamente a próxima nomeada democrata para a presidência.
3. Porque quer influenciar a agenda política da próxima Administração -
Hillary pode negociar com a campanha de Obama as condições para sair de cena antes da Convenção Democrata de Denver, e isso implica receber garantias do seu adversário de que algumas das suas propostas de campanha serão vertidas para o programa de governo da sua candididatura.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Razões porque Hillary não vai desistir
Posted by Rita Siza at 01:02
Labels: As regras do jogo, Hillary Clinton
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3 comentários:
Não gostaria que ela entrasse como vice. vc acha que Obama vai querer isso? Depois de tudo?
Iza, não me parece muito provável, mas também não arrumaria o assunto como impossível.
Razão nº4: Porque quer, a todo o custo, dividir o partido e assim inviabilizar a elegibilidade de Obama em Novembro, tendo em vista concorrer novamente nas primárias dentro de 4 anos. Se Obama for eleito em Novembro, Hillary não terá legitimidade para concorrer novamente em 2012 contra a recandidatura de Obama (a menos que a presidência de Obama seja um autêntico desastre), e teria de esperar até 2016 para ter uma nova oportunidade.
As primeiras três podem servir de pretexto para a quarta.
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