sexta-feira, 16 de maio de 2008

Hamas

Na semana passada, a cadeia televisiva por cabo Fox News tinha um título naqueles rodapés que correm incessantemente no fundo do écran a dizer: "Hamas endorses Obama". Era a interpretação jornalística da declaração de responsáveis do Hamas, que tinham dito que nas presidenciais norte-americanas preferiam uma vitória de Obama. A campanha de John McCain embarcou no mesmo tipo de raciocínio, o que motivou uma série de ataques e desmentidos ao longo dos últimos dias. Obama insistiu que considerava o Hamas (e o Hezbollah) como grupos terroristas e não falaria com os seus líderes, e repetiu que estava disposto a conversar com os chefes de estado de países não aliados dos Estados Unidos (o Irão). Hoje, os blogues desenterravam uma entrevista de McCain em 2006, quando o candidato republicano justificava conversar com o Hamas, então vencedor legítimo das eleições palestinianas.Isto tudo depois da polémica do "appeasement" de George W. Bush. Definitivamente, a campanha já está diferente (alguém ouviu Hillary Clinton?, será que alguém se lembra que há mais primárias na terça-feira?).

1 comentário:

ATG disse...

A declaração dos responsáveis do Hamas pode ter duas interpretações diversas:
1- Ou a campanha já está, de facto diferente, e já se tem a vitória de Obama como um dado adquirido;
2- ou existe uma tentativa de influenciar as intenções de voto das cinco primárias democratas que faltam, bem como os apoios dos superdelegados.

Uma coisa é certa: declarações, quer do Hamas, quer do Hezbollah, a manifestar preferência por Barack Obama, não são propriamente algo que lhe traga popularidade. Só falta o discurso de Osama Bin Laden, que possivelmente surgirá em meados de Setembro/Outubro, antes das Presidenciais e por ocasião do 11/09, a não ser que veja o candidato que mais possa instrumentalizar a seu favor a perder a corrida democrata. Aí, possivelmente poderemos ter um discurso de Bin Laden mais cedo do que o previsto.