Às sete da tarde do dia 2 de Novembro de 2004, acabada de chegar a Washington DC, assisti a uma conferência de imprensa de John Zogby, um dos mais conhecidos pollsters norte-americanos, que garantia que dentro de uma hora poderíamos começar a anunciar a vitória do candidato democrata, John Kerry, nas eleições presidenciais desse ano. Como não precisava de escrever antes da manhã do dia seguinte, fui espreitar a sede da candidatura do previsível grande derrotado, George W. Bush. Só saí de lá às 6 da manhã, depois de ver os resultados, estado após estado, cair para o lado do republicano.
No último dia 8 de Janeiro, estava no pavilhão desportivo de uma escola secundária de Nashua, no New Hampshire, onde o candidato democrata Barack Obama esperava poder comemorar a sua segunda vitória consecutiva nestas eleições para a nomeação à Casa Branca. Durante horas, aguentámos a ida e vinda das contagens: afinal, era Hillary Clinton quem estava à frente, umas vezes com mais dois mil votos, outras com quatro mil. Ao contrário do que anunciaram na véspera as sondagens — e francamente, ao contrário do que fazia antecipar a movimentação das campanhas naquele estado — foi Clinton quem ganhou.
Estes dois exemplos não pretendem provar como, na política americana, não há ninguém que não tenha experimentado os dissabores de confiar demasiado nas sondagens. Procuram apenas fazer o caso, isso sim, de como é fascinante acompanhar uma campanha presidencial deste lado do Atlântico, com tudo o que sempre tem de fundamental, diverso, inovador, caricato, importante e, pois claro, imprevisível.
Dos lugares por onde vou passar até Novembro, sobre os eventos que deverei cobrir nesta longa campanha, e das pessoas que encontrarei pelo caminho, espero dar-vos conta neste espaço que, não sendo governado pelas regras estritas do jornalismo, é uma consequência do exercício da minha profissão e da circunstância de ser, neste momento, correspondente nos Estados Unidos da América.
Nas páginas diárias do PÚBLICO encontrarão os trabalhos editados que fazem o quotidiano deste processo eleitoral. A partir de agora, também aqui se acompanhará o dia-a-dia da campanha: no blog aparecerão os apontamentos de reportagem que não couberam no jornal; histórias que não são a notícia do momento mas ainda assim merecem ser divulgadas; diferentes personagens que povoam a quase infinita paisagem americana e, com sorte, imagens que podem valer por mil palavras (menos no caso de ser eu a sua autora, fica já aqui o disclaimer).
Este espaço está aberto a todas as colaborações — do resto da equipa de jornalistas e colaboradores do PÚBLICO, e naturalmente dos seus leitores, de quem se esperam comentários, perguntas ou sugestões. Por uma questão funcional, serão usados (mais coisa menos coisa) os mesmos critérios definidos no nosso website para a participação do público. Fica prometido o diálogo. Vamos a isto!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Vamos a isto
Posted by Rita Siza at 20:19
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2 comentários:
Bem hajam espaços como estes. As eleições americanas (infelizmente talvez) são demasiado importantes para Portugal, Europa e Mundo para que sejam notícia de rodapé.
Óptima notícia! Espero que as actualizações sejam frequentes. Desejos de bom trabalho.
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